Anfitri� da c�pula que come�a neste domingo (26) na Baviera, a Alemanha � um exemplo deste dilema: a maior economia da Europa acaba de anunciar mais recursos ao carv�o para compensar a queda no fornecimento de g�s russo.
De qualquer maneira, o chanceler Olaf Scholz garante que o G7 permanece comprometido com o Acordo de Paris, que prev� limitar o aumento da temperatura mundial em 1,5 grau e conseguir a neutralidade de carbono at� 2050.
A declara��o final da c�pula do G7 de Elmau ser� observada em detalhe, em particular o que concerne um poss�vel questionamento de parte de Scholz do compromisso de n�o financiar mais projetos vinculados ao g�s ou ao carv�o, e de um acordo para descarbonizar amplamente os setores de eletricidade at� 2035.
- 'Verdadeira derrota' -
Seria uma "verdadeira derrota", opina Alden Meyer, associada ao principal grupo de reflex�o sobre pol�tica clim�tica, E3G. "Scholz pode entrar para a hist�ria como o chanceler que voltou atr�s em mat�ria de clima", adverte.
A Alemanha poderia sofrer, a m�dio e longo prazo, de "falta de credibilidade", argumenta Susanne Droege, analista de pol�tica clim�tica no Instituto alem�o para Assuntos Internacionais e de Seguran�a (SWP).
No s�bado, milhares de pessoas se manifestaram nas ruas de Munique para exigir dos l�deres que fa�am mais pela luta contra a mudan�a clim�tica.
Em um mundo donde o impacto da crise clim�tica j� est� sendo sentido, atrav�s de inunda��es devastadoras ou secas destrutivas, espera-se que o G7 formule, em particular, novas promessas de financiamento para ajudar os pa�ses mais pobres.
Contudo, as possibilidades de um avan�o decisivo s�o pequenas durante uma reuni�o marcada principalmente pela guerra na Ucr�nia.
"Elmau est� situada nas montanhas. Certamente, n�o moveremos montanhas. Mas podemos tomar decis�es importantes", disse Scholz na v�spera do in�cio das discuss�es.
"Antes da guerra, havia uma inten��o clara, inclusive de parte da Alemanha, de obter resultados concretos em mat�ria de financiamento clim�tico, mas isso j� n�o parece ser o caso hoje", lamenta Susanne Droege.
- 'Promessas vazias' -
Ativistas do clima assinalam que a disparada dos pre�os da energia e o abandono progressivo do petr�leo, carv�o e g�s russos, com o qual se comprometeu o G7, proporcionam uma oportunidade �nica de acelerar o desenvolvimento das energias renov�veis.
Contudo, Alemanha, It�lia, Holanda e �ustria est�o retornando aos combust�veis f�sseis para suprir essa car�ncia.
De toda forma, s�o necess�rios sinais fortes antes da c�pula da ONU sobre o clima, COP 27, que acontece no Egito em novembro, indicam os atores clim�ticos.
Para os ambientalistas, as discuss�es do G7 deveriam se centrar na ajuda aos pa�ses vulner�veis que j� est�o sofrendo as consequ�ncias da mudan�a clim�tica.
"No Chifre da �frica, uma seca terr�vel coloca mais de 18 milh�es em [situa��o de] inseguran�a alimentar", advertiu antes da c�pula Vanessa Nakate, uma jovem militante de Uganda. "Estamos cansados de promessas vazias. � preciso que os pa�ses do G7 coloquem dinheiro sobre a mesa para as perdas e danos" j� sofridos, frisou Nakate durante coletiva de imprensa.
O chanceler alem�o quer lan�ar um "clube clim�tico" que re�na pa�ses que aceitariam regras comuns para evitar as desvantagens competitivas, por exemplo, estabelecendo regras de taxa��o de carbono ou em mat�ria de uso do hidrog�nio verde.
O G7 tamb�m deveria reafirmar a necessidade de investimentos p�blicos e privados importantes nas infraestruturas de energia limpa dos pa�ses em desenvolvimento.
As na��es ricas prometeram 100 bilh�es de d�lares anuais, a partir de 2020, para ajudar esses pa�ses a se adaptar � mudan�a clim�tica, mas esta promessa n�o est� sendo cumprida.
CASTELO DE ELMAU