(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas IMIGRA��O

Perigos que rondam a fronteira dos EUA

Conforme dados da Alf�ndega e Prote��o de Fronteiras dos EUA, ap�s queda na pandemia de COVID-19, o n�mero de imigrantes ilegais n�o para de crescer


28/06/2022 04:00 - atualizado 27/06/2022 23:55

San Antonio, Laredo e El Paso, Texas, e Santa Teresa, Novo M�xico (EUA) – As press�es inflacion�rias e a falta de crescimento econ�mico t�m feito muitos brasileiros buscarem a sorte fora do Brasil e, para aqueles que pensam em se arriscar cruzando a fronteira do M�xico ilegalmente, as autoridades norte-americanas fazem um alerta sobre os perigos da travessia. Com a chegada do ver�o no Hemisf�rio Norte, no �ltimo dia 21, as temperaturas na regi�o da fronteira sudoeste s�o muito elevadas e podem custar a vida dos aventureiros, segundo os oficiais.

Conforme dados da Alf�ndega e Prote��o de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em ingl�s), ap�s a queda durante a pandemia de covid-19, em 2020, o n�mero de imigrantes ilegais n�o para de crescer. Desde o in�cio do ano fiscal de 2022 – em outubro de 2021 – at� maio, foram encontrados 1.753.754 imigrantes ilegais. E o dado vem aumentando m�s a m�s, passando de menos de 200 mil, entre janeiro e fevereiro, para 261.890, em abril, e para 273.309, em maio. No quinto m�s de 2021, esse volume foi de 198.459, ou seja, aumento de 37,7% nessa base de compara��o.

Enquanto isso, o n�mero de brasileiros ilegais somou 38.624 de outubro de 2021 a maio deste ano, pr�ximo aos dados de ucranianos e indianos, de 38.098 e de 38.058, respectivamente. J� o M�xico � a origem da maioria dos ilegais, somando 570.462 no mesmo per�odo. Guatemala (com 156.462), Cuba (140.602), Honduras (138.961) e Venezuela (98.851) completam o ranking dos cinco pa�ses com maior n�mero de imigrantes ilegais tentando entrar nos Estados Unidos neste ano fiscal.

De acordo com as autoridades dos EUA, a maioria desses ilegais tenta atravessar a fronteira pelo sudoeste do pa�s. Em busca do famoso sonho americano, pagam coiotes, que fazem parte de organiza��es criminosas internacionais. Os oficiais contam que a explora��o desses indiv�duos � grande. Os cart�is cobram ped�gio daqueles que conseguem chegar � fronteira. As taxas de acesso partem de US$ 1 mil a US$ 2 mil, dependendo da localidade, e podem passar de US$ 8 mil. Alguns coiotes garantem duas ou tr�s entradas, caso o imigrante seja capturado pelas autoridades norte-americanas e enviado de volta ao M�xico. Al�m disso, os carteis amea�am parentes e exigem o carregamento de drogas durante a travessia daqueles que n�o t�m dinheiro para as taxas.

A fronteira terrestre do Sul dos EUA com o M�xico tem 1,9 mil milhas de extens�o (3,2 mil quil�metros) entre os estados da Calif�rnia, do Arizona, do Novo M�xico e do Texas, mas n�o � totalmente coberta pelo pol�mico muro do ex-presidente Donald Trump. Em El Paso, por exemplo, o muro cobre menos de 70% das 264 milhas (426,5km) de fronteira. Conforme dados do CBP, 16.671 agentes atuam na fronteira com ve�culos, helic�pteros, drones e at� cavalos.

Al�m de El Paso, a tamb�m texana Laredo tem registrado um forte crescimento no fluxo em 2022. Segundo as autoridades, 60% dos imigrantes que tentam entrar nos EUA por esse ponto s�o deportados. As deporta��es, em grande parte, s�o feitas pelo T�tulo 42 – implementado durante a pandemia da COVID-19 e que prev� que indiv�duos que cruzarem a fronteira sem autoriza��o legal e sem uma base para permanecerem no pa�s (como pedido de asilo v�lido) ser�o deportados prontamente e sofrer�o as consequ�ncias da remo��o, incluindo restri��es de futuros benef�cios de imigra��o.

Terreno in�spito 

Essas duas cidades s�o cercadas pelo terreno in�spito do Deserto de Chihuahua que, nesta �poca, registra temperatura m�dia superior aos 40°C. Na travessia, n�o � incomum o encontro com cascav�is, escorpi�es, pumas e coiotes (de verdade), de acordo com os policiais que patrulham a fronteira. Eles alertam que muitas pessoas conseguem escalar o muro com escadas de corda improvisadas mas, quando chegam ao deserto, acabam morrendo por desidrata��o em poucas horas. Um trajeto que poderia ser feito entre 11 a 15 minutos correndo, em condi��es normais, pode levar mais de tr�s horas – ou dias – devido � alta temperatura. Por isso, muitas pessoas acabam abandonadas pelo caminho. E, mesmo quando chegam a algum ponto onde � poss�vel pedir socorro, este pode n�o chegar em tempo h�bil.

"Algumas vezes, mesmo com helic�pteros, dependendo do local onde a pessoa se encontra, a equipe de resgate pode levar de 30 minutos at� tr�s horas. E, em muitos casos, chegamos tarde demais", explica Efren Gonzales, diretor do Departamento de Opera��es A�reas e Mar�timas do CBP, respons�vel pelos resgates e seguran�a da fronteira em El Paso. A frota de helic�pteros da divis�o, segundo o oficial, � formada por tr�s Black Hawk equipados com c�meras de vis�o noturna de longo alcance e autonomia de quatro horas de voo. H� tamb�m mais oito helic�pteros de menor capacidade, o A-Star.

De acordo com a diretora do centro de opera��es do CBP em El Paso, Gloria Chavez, o fluxo de imigrantes tentando entrar ilegalmente nos EUA deve continuar crescendo nos pr�ximos meses, porque o ver�o � a �poca em que h� mais tentativas. Apenas em El Paso, o n�mero de imigrantes ilegais caiu de 182 mil para 54 mil entre os anos fiscais de 2019 e 2020. E, neste ano fiscal, foram registrados 177 mil encontros de imigrantes ilegais na regi�o at� maio. Em todo o ano passado, foram 193 mil. "Em 2021, o n�mero de imigrantes ilegais subiu demasiado e, agora, no ano fiscal de 2022, vamos chegar a mais de 200 mil pessoas no setor de El Paso, porque o fluxo est� aumentando e encontramos de 700 a 1.000 pessoas ilegais por dia”, informou.

Em Laredo, cidade a 250km de Santo Antonio, �s margens do Rio Grande, desde outubro de 2021 at� maio deste ano, 51 imigrantes ilegais morreram na travessia e ainda h� 13 pessoas que n�o foram identificadas. Esse � praticamente o mesmo n�mero de mortes registrado no ano fiscal de 2021, encerrado em setembro passado, de acordo com o chefe adjunto da divis�o do CBP em Laredo, Greg Burnwell.

Desidrata��o 

Os oficiais destacam os perigos que envolvem a travessia pelo Rio Grande e, depois, pelo deserto na regi�o de Laredo e El Paso. "As pessoas acreditam que o corpo humano sobrevive tr�s dias sem �gua, mas s� em condi��es normais. No deserto, isso n�o acontece e, infelizmente, quando o resgate chega, h� casos em que n�o encontra a pessoa viva", refor�a Brunwell. Segundo ele, h� muito poucos brasileiros tentando entrar ilegalmente nos Estados Unidos pela fronteira de Laredo.

Quando os imigrantes estrangeiros conseguem uma autoriza��o tempor�ria para ficar nos EUA, eles s�o encaminhados pelas autoridades a centros de acolhimento, como o administrado por Joe Barron, em Laredo, que recebe mensalmente, cerca de 7 mil pessoas encaminhadas pela patrulha de fronteira, em grande maioria, venezuelanos e haitianos.

*A jornalista viajou a convite da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)