Na v�spera, os cinco magistrados de um tribunal parisiense condenaram o franc�s de 32 anos a essa pena como "coautor", considerando que "todos os objetivos constitu�am uma �nica cena de crime", ap�s 10 meses de julgamento.
No entanto, seus advogados, que j� haviam solicitado que se evitasse uma senten�a simb�lica pelo pior ataque em Paris desde a Segunda Guerra Mundial, criticaram o fato de ele ter sido equiparado ao jihadista que ordenou o ataque.
"N�o me parece justo que Salah Abdeslam receba a mesma senten�a de Oussama Atar, que foi condenado exatamente nos mesmos termos", lamentou um de seus advogados, Martin Vettes, � r�dio France Inter.
Atar e quatro outros membros do grupo Estado Isl�mico (EI), a organiza��o que reivindicou a responsabilidade pelo ataque, receberam senten�as de pris�o perp�tua incondicionais. Ao contr�rio de Abdeslam, acredita-se que tenham morrido na S�ria.
Os ataques deixaram 130 mortos em uma noite de horror no Stade de France, ao norte de Paris, em bares e caf�s da capital e na casa de shows Bataclan, durante apresenta��o da banda Eagles of Death Metal.
Durante o julgamento, a equipe de defesa de Abdeslam se esfor�ou para enfatizar que seu cliente finalmente desistiu de acionar seus explosivos e que a pris�o perp�tua seria uma "pena de morte social".
"N�o sou um assassino e se me condenarem por assassinato, seria uma injusti�a", disse ele na segunda-feira, antes de reiterar suas "desculpas" aos sobreviventes e �s fam�lias das v�timas.
Salah Abdeslam reconheceu ter acompanhado os homens-bomba at� o Stade de France, mas garantiu que n�o esteve nos bares e caf�s, onde seu irm�o Brahim se explodiu, nem no Bataclan.
"Quando Salah Adeslam leva, por exemplo, tr�s bombas humanas ao Stade de France (...) ele n�o mata ningu�m diretamente", mas por "substitui��o", garantiu o promotor antiterrorista Jean-Fran�ois Ricard nesta quinta-feira.
A Procuradoria Nacional Antiterrorista (PNAT) havia solicitado a pena m�xima contra Abdeslam, preso em 18 de mar�o de 2016 em Bruxelas ap�s meses foragido, devido � "gravidade" dos fatos, uma "pena justa", na opini�o de Ricard.
"Legalmente, acho complicado propor a condena��o de uma pessoa que sabemos que n�o estava no Bataclan, como se estivesse. Por esse motivo, surgem quest�es", disse Olivia Ronen, outra advogada de Abdeslam, � France Inter.
No veredicto, os magistrados sublinharam que o cinto de explosivos do �nico integrante vivo dos comandos estava "defeituoso", questionando assim suas declara��es sobre uma poss�vel "desist�ncia".
Al�m da pena em si, surgem quest�es sobre o papel da justi�a. "Punir, sim, mas que esperan�a a justi�a pode trazer a um r�u?", questionou Claire Josserand-Schmidt, advogada de 37 partes civis.
"O crime � odioso, obviamente, [Abdeslam] � totalmente respons�vel. Ele n�o negou sua responsabilidade (...) Ele tinha que ser punido severamente, isso � uma certeza", esclareceu a advogada.
O tribunal imp�s senten�as variando de dois anos de pris�o a pris�o perp�tua aos 20 r�us - seis deles julgados � revelia. A defesa e o Minist�rio P�blico t�m 10 dias para recorrer.
A pena de pris�o perp�tua "real" � aplicada em poucos casos e oferece uma pequena possibilidade de liberta��o. Desde a sua instaura��o em 1994, s� foi aplicada quatro vezes a condenados por matar crian�as, depois de estupr�-las ou tortur�-las.
PARIS