Nesta quinta-feira, o presidente franc�s, Emmanuel Macron, transferiu simbolicamente a presid�ncia ao primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, desejando-lhe "boa sorte", � margem da c�pula da Otan, em Madri.
Durante uma breve cerim�nia organizada ao final da c�pula da Alian�a Atl�ntica, a ministra das Rela��es Exteriores da Fran�a, Catherine Colonna, entregou um bast�o com as cores da UE ao seu colega tcheco, Jan Lipavsky, considerando que a Europa sai da presid�ncia francesa "mais forte, mais soberana e, creio, mais unida".
Analistas preveem uma presid�ncia intensa para a Rep�blica Tcheca, que passar� o cargo para a Su�cia ao final de seis meses.
"Esta presid�ncia n�o est� prevista com tempo bom, mas com tempo ruim", declarou � AFP Pavel Havlicek, da Associa��o para Assuntos Internacionais, com sede em Praga.
A Rep�blica Tcheca, um pa�s de 10,5 milh�es de habitantes que se juntou ao bloco europeu em 2004, prometeu se concentrar em ajudar a Ucr�nia e nas consequ�ncias da guerra.
Durante sua presid�ncia, o pa�s quer ajudar a conter a crise de refugiados e dar o pontap� inicial � reconstru��o da Ucr�nia.
Visa tamb�m refor�ar a seguran�a energ�tica, as capacidades de defesa e as institui��es democr�ticas europeias.
"Todas as prioridades est�o muito bem tra�adas e se conseguirmos colocar pelo menos algumas na mesa, iniciar conversas com nossos parceiros e tomar pelo menos algumas decis�es, eu diria que n�o teremos perdido tempo", disse Havlicek.
A Rep�blica Tcheca recebeu cerca de 400.000 refugiados ucranianos e enviou ajuda financeira e militar significativa para a Ucr�nia, invadida por tropas russas em 24 de fevereiro.
Praga tamb�m apoia fortemente as san��es contra a R�ssia. "Somos um parceiro confi�vel", garantiu Havlicek.
- C�pula sobre a Ucr�nia -
O primeiro-ministro de direita Petr Fiala, ex-analista pol�tico que escreveu um livro de 992 p�ginas sobre a UE, declarou recentemente que tentaria organizar uma c�pula com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Os pa�ses dos B�lc�s Ocidentais - cuja candidatura � UE promovida por Praga e outros pa�ses do Leste Europeu est� num impasse - tamb�m devem participar.
A c�pula proporia um programa semelhante ao plano Marshall para a Ucr�nia, em alus�o � iniciativa americana de entregar recursos aos pa�ses da Europa Ocidental ap�s a Segunda Guerra Mundial.
Mas s� poderia ser realizado ap�s o fim da guerra, uma condi��o pouco realista, segundo o diretor e analista pol�tico da Universidade de Nova York em Praga, Jiri Pehe.
"O conflito dificilmente vai terminar antes do fim da presid�ncia tcheca", declarou � AFP.
"Penso que os tchecos s� v�o tentar organizar uma c�pula sobre a Ucr�nia e (...) convencer os demais a que continuem ajudando o pa�s", acrescentou.
- Euroceticismo -
Segundo Pehe, os tchecos n�o est�o na melhor posi��o para liderar um debate sobre a recupera��o econ�mica ou a seguran�a energ�tica.
Confrontado com uma infla��o alta, o pa�s ainda n�o se incorporou � zona do euro e depende da energia nuclear, recha�ada por alguns membros da UE, entre os quais a Alemanha.
"Dificilmente pode exercer lideran�a neste sentido e acho que desempenhar�, ao contr�rio, um papel de mediador nas c�pulas ou debates sobre estes temas", avaliou Pehe.
Os cidad�os tchecos tendem a ser euroc�ticos. Uma pesquisa realizada em mar�o pela ag�ncia STEM revelou que apenas 36% deles est�o satisfeitos com a UE.
O governo de Fiala � menos euroc�tico que seus antecessores, mas analistas questionam sua capacidade de se distanciar da Hungria e da Pol�nia, com quem mant�m la�os estreitos no grupo de Visegrad, que tamb�m inclui a Eslov�quia.
Tanto a Hungria como a Pol�nia est�o na mira de Bruxelas pelas suas posi��es sobre o Estado de direito.
PRAGA