(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas CEBALET BEN AMMAR

Mais produ��o e cereais locais: �frica busca alternativas com guerra na Ucr�nia


05/07/2022 06:15

Da Tun�sia, que quer aumentar sua produ��o de trigo, � Costa do Marfim, que aposta na farinha de mandioca para fabricar p�o, o continente africano busca alternativas para enfrentar a escassez de cereais e a alta dos pre�os dos alimentos devido � guerra na Ucr�nia.

Em seu campo no norte da Tun�sia, o agricultor Mondher Mathali, de 65 anos, observa as espigas de trigo duro antes de p�r em funcionamento sua colheitadeira velha e barulhenta.

"A Tun�sia era o celeiro da Tun�sia era o celeiro de trigo do Imp�rio Romano. O que nos impede de voltar a s�-lo?", pergunta-se.

A invas�o russa da Ucr�nia em 24 de fevereiro impactou significativamente a oferta de gr�os e fez dispararem os pre�os dos alimentos em todo o mundo. Tanto a Ucr�nia quanto a R�ssia produziam um ter�o do trigo mundial antes do conflito.

Entre 2012 e 2016, a Tun�sia importou cerca de 33% de seu trigo duro, 71% de sua cevada e 85% de seu trigo mole, segundo a FAO, Organiza��o das Na��es Unidas para a Alimenta��o e a Agricultura. No total, o pa�s magrebino importa 66% de seu consumo de cereais.

Al�m disso, a produ��o local � afetada pela falta de investimentos no setor e a instabilidade pol�tica, com v�rias mudan�as de governo desde a revolu��o de 2011.

A ideia � agora continuar importando trigo mole para o p�o, mas se autoabastecer de trigo duro, um ingrediente fundamental na dieta dos pa�ses do Magreb.

Desde abril, o governo anunciou medidas que buscam alcan�ar a plena autossufici�ncia em trigo duro at� 2023. O objetivo � aumentar de 560.000 para 800.000 os hectares cultivados.

Para incentivar os agricultores a produzir mais, as autoridades aumentaram o pre�o por tonelada que se paga a eles e preveem ajudar as cooperativas agr�colas para comprar novas colheitadeiras de uso coletivo.

Segundo Faten Khamassi, chefe de gabinete do minist�rio da Agricultura, 80% das colheitadeiras s�o velhas demais e desperdi�am parte da produ��o.

Mas apesar destes desafios, acredita que "� poss�vel alcan�ar a autossufici�ncia em trigo duro".

O minist�rio da Agricultura tamb�m espera aumentar em 30% a superf�cie de terra agr�cola dedicada ao trigo mole para a pr�xima temporada e anunciou que os investidores estrangeiros poder�o ser plenamente propriet�rios de empresas agr�colas sem ser obrigados a ter um parceiro tunisiano.

- P�o com mandioca na Costa do Marfim -

Costa de Marfil tamb�m importa a maior parte de seu trigo, principalmente da Fran�a. O ano passado, 10% de seu or�amento nacional de 152 bilh�es de euros (cerca de 159 bilh�es de d�lares) destinou-se � importa��o de alimentos, apesar da fertilidade de seus solos.

Ranie-Didice Bah Kon�, secret�ria-executiva do Conselho Nacional de Luta contra os Pre�os Altos, acredita que chegou o momento de explorar o potencial da Costa do Marfim.

"Temos que pensar a longo prazo em nossa seguran�a alimentar, em como a Costa do Marfim ser� menos dependente dos pre�os mundiais", disse.

Para evitar que a alta dos pre�os dos cereais impacte a popula��o, o governo decidiu limitar os pre�os da bisnaga e oferecer mais ajuda �s padarias.

Mas tanto os padeiros quanto o governo defendem outra solu��o mais sustent�vel: introduzir a farinha de mandioca no preparo do p�o.

Com 6,4 milh�es de toneladas produzidas a cada ano na Costa do Marfim, a mandioca � o segundo cultivo local mais importante depois do inhame.

No entanto, ser� necess�rio seduzir o consumidor em um pa�s onde "o p�o de mandioca se associa a um p�o de m� qualidade", segundo Ren� Diby, um padeiro. "Ser� preciso sensibilizar os consumidores sobre estes novos sabores", acrescenta.

Jean Baptiste Koffi, presidente da Confedera��o de Consumidores da Costa do Marfim, acredita que a medida permitir� "relan�ar a produ��o de mandioca e manter o n�vel de pre�o do plano".

"Produzir p�o com cereais locais pode ser a solu��o para as crises alimentares", confirma Marius Ab� Ak�, presidente da federa��o de padeiros da Costa do Marfim.

Em julho, os padeiros marfinenses viajar�o ao Senegal para tentar criar um grupo que promove o uso de alimentos locais no preparo do p�o.

"Precisamos fazer padaria africana para ajudar a reduzir os custos de fabrica��o, lutar contra a pobreza e nos salvar dos movimentos sociais prejudiciais", afirma.

A �frica j� viveu mobiliza��es violentas no passado pela alta dos pre�os.

Na Tun�sia, por exemplo, o aumento repentino do pre�o do p�o desencadeou importantes dist�rbios nos anos 1980. E na Costa do Marfim, os dist�rbios da fome sacudiram o pa�s em 2008.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)