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Estado de Minas PARIS

Bilh�es de pessoas em todo o mundo dependem das esp�cies selvagens, afirma ONU


08/07/2022 09:47

A superexplora��o de esp�cies selvagens - animais terrestres, peixes, algas, fungos, plantas ou mesmo �rvores - amea�a o bem-estar de bilh�es de seres Humanos, revela um relat�rio da ONU publicado nesta sexta-feira (8), que prop�e um uso mais sustent�vel dos recursos e destaca os conhecimentos dos povos ind�genas.

Bilh�es de pessoas em todo o mundo, tanto em pa�ses desenvolvidos quanto em desenvolvimento, "dependem e se beneficiam do uso de esp�cies selvagens para alimenta��o, medicina, energia, renda e muitas outras finalidades", dizem os especialistas em biodiversidade da ONU, o IPBES.

Em 2019, o IPBES revelou em uma avalia��o mundial que um milh�o de esp�cies estavam amea�adas de extin��o, sendo um dos principais motivos sua explora��o pelos seres humanos.

Neste novo relat�rio, 85 especialistas em ci�ncias sociais e naturais e em conhecimento local e ind�gena examinaram 6.200 fontes.

"Cerca de 50.000 esp�cies selvagens s�o usadas (...) por meio da pesca, colheita, extra��o de madeira e coleta de animais terrestres em todo o mundo", incluindo 7.500 esp�cies de peixes e invertebrados aqu�ticos, 7.400 �rvores e 7.500 esp�cies anf�bias, r�pteis, p�ssaros e mam�feros, detalha o relat�rio.

"As popula��es urbanas dos pa�ses ricos n�o se d�o conta que plantas selvagens entram na composi��o de medicamentos e cosm�ticos, comem peixes selvagens e h� grandes chances de seus m�veis serem de �rvores selvagens", comentou � AFP o pesquisador Jean-Marc Fromentin, co-autor do relat�rio.

"As esp�cies selvagens s�o um grande desafio para a seguran�a alimentar", acrescentou, destacando que essa depend�ncia � ainda maior para os pobres.

"Cerca de 70% dos pobres no mundo dependem diretamente das esp�cies selvagens", com 2,4 bilh�es de pessoas dependendo da madeira para cozinhar, aponta Marla Emery, co-autora do relat�rio, citada em um comunicado.

A vida selvagem tamb�m � uma fonte importante de renda e emprego, segundo o relat�rio.

No entanto, a superexplora��o afeta 34% das popula��es de peixes, p�e em risco 1.341 mam�feros selvagens e 12% das esp�cies de �rvores silvestres.

O tr�fico il�cito de fauna e flora silvestre � considerado o terceiro maior do mundo, atr�s do tr�fico de seres humanos e drogas, por um valor entre 69 bilh�es e 199 bilh�es de d�lares anuais.

Mas existem solu��es. O relat�rio traz "uma mensagem de esperan�a", diz Fromentin, pesquisador do Ifremer (Instituto franc�s de Pesquisa sobre a Explora��o do Mar).

"Podemos fazer uso de esp�cies selvagens que s�o sustent�veis e duradouras ao longo do tempo, para as gera��es futuras", insiste.

As esp�cies selvagens s�o melhor administradas pelos povos ind�genas, destaca o relat�rio, que insiste sobre a import�ncia da natureza para essas popula��es e suas pr�ticas.

"Isso passa geralmente por regras muito simples de reciprocidade, de respeito � natureza, aos animais e aos tabus, �reas sagradas que em nosso pa�s equivalem a �reas protegidas", detalha Fromentin.

O relat�rio prop�e reduzir a pesca ilegal, remover subs�dios prejudiciais e apoiar a pesca artesanal, estabelecer certifica��es para a extra��o de madeira, ter sistemas de governan�a eficazes e uma redistribui��o igualit�ria dos lucros e custos da vida selvagem.

� preciso chegar a "uma vis�o mais sist�mica de que a humanidade faz parte da natureza", conclui o relat�rio.

Este relat�rio foi validado por delega��es dos 139 pa�ses membros do IPBES reunidos em Bonn, Alemanha. E permite "mostrar o estado do conhecimento, o que diz a comunidade cient�fica e o resume para os decisores em Bonn, resume o que pode ser reconhecido pelos Estados", afirma H�l�ne Soubelet, da Funda��o para a investiga��o da biodiversidade (FRB).

Ele � publicado poucos dias antes de mais um trabalho dedicado aos "valores e avalia��o da natureza". Esses dois relat�rios alimentar�o as discuss�es da COP15 sobre a biodiversidade, considerada crucial, a ser realizada em dezembro em Montreal e que deve estabelecer uma estrutura para proteger a natureza e seus recursos em n�vel global at� 2050.


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