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Estado de Minas SEGURAN�A PESSOAL

A escola onde bab�s aprendem artes marciais e saem ganhando mais de R$ 20 mil

O Instituto Norland educa h� 130 anos as profissionais que cuidam dos filhos das fam�lias brit�nicas mais ricas, incluindo a fam�lia real


18/07/2022 19:26 - atualizado 21/07/2022 12:34


Aluna da Norland
Sal�rio alto e 'emprego garantido' atraem muitas candidatas todos os anos (foto: Getty Images)

Elas aprendem habilidades tradicionais como cozinhar e costurar e usam uniformes vitorianos, mas tamb�m s�o treinadas em artes marciais, dire��o avan�ada e seguran�a cibern�tica.

Essa � a rotina das alunas da Norland, institui��o que h� 130 anos educa as bab�s que cuidam dos filhos das fam�lias brit�nicas mais ricas, incluindo a fam�lia real.

O curso em Educa��o e Cuidados na Primeira Inf�ncia dura tr�s anos.

"Muitas vezes h� piadas sobre sermos uma mistura de James Bond e Mary Poppins", diz Janet Rose, diretora da escola, � BBC.

"Mantivemos os elementos pr�ticos que foram estabelecidos pela primeira vez em 1892, mas garantimos ao longo do tempo que o curr�culo continue relevante, ent�o agora temos um curr�culo de vanguarda, adequado para o s�culo 21."

Mas por que artes marciais?

"A seguran�a pessoal � algo que afeta a todos n�s agora, por exemplo, tivemos algumas alunas formadas que estiveram no ataque de Westminster", diz a diretora, referindo-se a um ataque em mar�o de 2017, quando um homem atropelou dezenas de pessoas perto do Parlamento e esfaqueou um policial.

"Nossa ex-aluna ficou presa dentro de um dos museus, pelo que entendi, por cerca de quatro a seis horas, e ela teve que cuidar de uma crian�a pequena, mas conseguiu manter a calma e tamb�m acalm�-la."

Sal�rios atraentes

O instituto fica em Bath, cidade do interior da Inglaterra, mas sua origem est� em Londres, onde, em 25 de setembro de 1892, Emily Ward lan�ou as bases para o que se tornaria o Instituto Norland.

"Ao fazer isso, ela criou o primeiro estabelecimento educacional a oferecer qualquer tipo de treinamento em cuidados infantis e a profiss�o de enfermeira de creche", diz a faculdade em seu site na internet.


Colegio Norland em 1948
O instituto comemora 130 anos neste ano; na foto, alunas em 1948 (foto: Getty Images)

As primeiras candidatas vinham de institui��es de forma��o de professores, como o Stockwell College e o College of Preceptors, e tinham experi�ncia em cuidar de crian�as, seja informalmente — cuidando dos mais jovens da sua pr�pria fam�lia ou dos filhos de amigos — ou mais formalmente, como governantas.

Como parte dos requisitos de entrada, as candidatas eram obrigadas a fazer um teste de conhecimentos gerais.

Revisando os registros antigos, percebe-se que a maioria das alunas vinha de fam�lias com bons recursos. A maior parte das matriculadas nesses primeiros anos tinha entre 20 e 30 anos. A idade m�nima era de 18 anos, embora houvesse algumas exce��es, como Edith Sperling, que tinha 15 anos quando chegou em 1893.

Em 1911, Emily Ward escrevia que o instituto representava um ideal: "A melhoria dos cuidados infantis como verdadeira base da vida familiar, porque este trabalho n�o � servi�o ou trabalho dom�stico, mas sim educativo... porque os h�bitos, pensamentos e ideais formados no ber��rio s�o para toda a vida".

A import�ncia do trabalho das bab�s � algo que suas sucessoras ainda defendem, mais de um s�culo depois.

"Curiosamente, considerar o cuidado de crian�as como profiss�o � uma batalha que continuamos a travar hoje, porque isso ainda � visto pela sociedade como de baixo status e, geralmente, � mal remunerado. N�o � o caso de nossas alunas, felizmente, mas ainda estamos lutando contra isso."

Sal�rios baixos n�o s�o um problema para as estudantes da Norland. Rose diz que, al�m de 100% de empregabilidade, as egressas da escola t�m acesso a sal�rios bem acima da m�dia.

"A renda m�dia de nossas alunas no ano em que se formam � de cerca de 40 mil libras por ano (cerca de R$ 256 mil, ou R$ 21,3 mil por m�s), mas, depois de cinco anos elas provavelmente passam de 50 mil libras (cerca de R$ 320 mil, ou R$ 26,6 mil mensais), 65 mil libras (cerca de R$ 416 mil, ou R$ 34,6 mil por m�s) ou mais. No momento, temos ofertas de empregos na faixa de 100 mil libras (mais de R$ 640 mil, ou R$ 53,3 mil mensais)", diz a diretora.

Mandy Edmond, vice-diretora da escola, diz que elas costumam brincar que as bab�s da Norland s�o as �nicas que podem comprar um apartamento em Londres.


Babá da Norland
A Norland educa as bab�s que cuidam dos filhos das fam�lias mais ricas da Inglaterra, incluindo a fam�lia real (foto: Getty Images)

Esse tipo de sal�rio atrai muitas candidatas: s�o cerca de 240 concorrentes para as 100 vagas dispon�veis por ano.

A BBC News perguntou a Edmond se n�o havia risco de atrair estudantes mais interessadas %u200B%u200Bem dinheiro do que no of�cio.

"Sempre h� quem chegue com essa inten��o, mas isso fica �bvio na entrevista. Estamos h� 130 anos fazendo isso, para que possamos selecionar quem tem uma verdadeira paix�o."

Mudan�as graduais

Como explica Kate, uma estudante de 20 anos, as vantagens financeiras come�am assim que elas deixam a sala de aula.

"Nosso quarto ano � um ano de teste, mas � basicamente um ano pago, enquanto ainda estamos treinando, e isso � incr�vel em compara��o com muitas pessoas que conhe�o que se formaram, e sua situa��o continua incerta depois disso."

Outro aluno, Ike, de 23 anos, admite que as pessoas ficam surpresas quando ouvem o sal�rio que ele pode ganhar como bab�: "N�o conhe�o nenhum amigo meu que vai ganhar tanto (dinheiro)".

Ike � um dos poucos alunos homens no instituto. Embora muitas coisas tenham mudado desde 1892, a presen�a dos homens continua sendo exce��o.

De acordo com a vice-diretora, atualmente, apenas 5% dos alunos s�o do sexo masculino.


Formandos de Norland em 1999
Katsuki Yuzawa foi o primeiro homem a se formar no Norland College, em outubro de 1999 (foto: Getty Images)

Para Ike, o desejo de cuidar dos outros tem origem na sua pr�pria hist�ria pessoal. Ele e suas tr�s irm�s foram adotados por uma mulher que mudou suas vidas com essa decis�o.

"Eu acho que muitas pessoas pensam que ser bab� � uma coisa feminina, mas eu sou apenas um cara normal."

O que os clientes da Norland dizem sobre bab�s homens? A diretora Janet Rose afirma que as coisas mudam, mesmo que lentamente.

"Por exemplo, acabamos de apresentar nosso primeiro uniforme de g�nero neutro. Temos uma sociedade com muita diversidade, e acreditamos que precisamos formar alunos que reflitam essa diversidade."

* Esta reportagem � baseada em um v�deo da BBC Reel (clique aqui para assistir ao v�deo em ingl�s).

- Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-62197770

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