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Estado de Minas PUMAREJO DE TERA

Dois inc�ndios em um m�s: a prov�ncia espanhola de Zamora revive pesadelo do fogo


19/07/2022 12:21

Tudo que conseguiu ser salvo em junho est� queimando agora. Apenas um m�s depois de registrar um grande inc�ndio, a prov�ncia espanhola de Zamora, no noroeste, volta a sofrer com as chamas diante do sentimento de impot�ncia de seus habitantes.

A coluna de fuma�a pode ser vista a 30 quil�metros da redondeza e se confunde com as nuvens. A cor do c�u parece irreal. O horizonte n�o se destingue, e o cheiro de queimado inunda o ar.

Antonio Puga n�o consegue conter as l�grimas enquanto observa, "desesperado e impotente", o avan�o das chamas nos campos de sua pequena cidade, Pumarejo de Tera.

"Poderia ter sido evitado", lamenta o homem de 60 anos.

O helic�ptero dos bombeiros segue com seus trajetos desde o rio at� os campos, onde sobrevoa lan�ando a �gua captada sob o terreno em chamas.

Amea�ados pelos m�ltiplos focos de destrui��o, que j� consumiu milhares de hectares, aproximadamente seis mil habitantes de 30 munic�pios da zona rural na regi�o de Castela e Le�o tiveram de abandonar suas casas no domingo (17).

Foram registradas as primeiras mortes por conta das ondas de inc�ndio que assolaram a Espanha na �ltima semana. As v�timas foram reconhecidas, sendo um bombeiro lutando contra as chamas perto da cidade de Losacio e um pastor, cujo corpo foi encontrado na vizinhan�a, em Escober de Tabar�.

- "J� est� perdido" -

Em junho, um primeiro inc�ndio devastou quase 30 mil hectares da chamada "Serra da Coroa", perto de Portugal e famosa por ser um dos maiores territ�rios de lobos na Europa. Foi o maior fogo registrado na Espanha desde 2004, segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em ingl�s).

"Os bombeiros chegaram tarde, os helic�pteros estavam l� (essa manh�) e sa�ram as tr�s da tarde. Um voltou", denunciou Antonio Puga, t�cnico audiovisual.

"Os bombeiros nos dizem: 'estamos sobrecarregados'", complementou Alberto Escade, t�cnico de 48 anos, que lamenta ver os tr�s caminh�es vermelhos partirem. "Eles chegam e dizem: 'isso j� est� perdido'. Eles t�m ordem para defender os n�cleos humanos", explica.

As autoridades locais ressaltam, por sua vez, que se trabalha "para extinguir os inc�ndios, priorizando a vida das pessoas".

- "Espanha esquecida" -

A ex-prefeita da cidade Isabel Blanco de 52 anos, reconhece que os bombeiros "chegaram um pouco tarde", uma demora na qual ela v� como uma falta de aten��o � "Espanha esquecida".

Essa seria a Espanha rural, v�tima do despovoamento e do envelhecimento, como est� ocorrendo na prov�ncia de Zamora e se tornou um debate recorrente no pa�s.

Milhares de pessoas se preparam para passar a noite no centro de acolhimento para desabrigados na cidade de Zamora, alguns pela segunda noite. Muitos ainda n�o querem falar, ainda sem saber se suas casas escaparam do fogo.

Daniel Santamar�a, de 21 anos, passava as f�rias na casa dos av�s e foi for�ado a sair antecipadamente com apenas uma mochila no ombro, enquanto "caiam gotas cheia de fuma�a manchando tudo de preto".

Alguns metros adiante, Luis Rivero, de 76 anos, diz que n�o esquecer� "um vento muito forte", que "levou tudo rapidamente e ati�ou as chamas".

Laura Gago, apicultora de 36 anos residente em Escober de T�bara, ainda n�o se sente preparada para ir ver suas 700 colmeias. "N�o tenho for�as ainda", confessa ap�s calcular a perda de 90% de sua produ��o.

"Contra a natureza n�o se pode fazer nada: o vento, a temperatura, a seca", afirma abatida. "As mudan�as clim�ticas vieram e est�o para ficar", acrescenta.


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