Draghi "reiterou sua ren�ncia e a do Executivo que chefia", disse a presid�ncia em um breve comunicado, especificando que "foi informada" da decis�o e que ele permanecer� no cargo por enquanto para "dirigir os assuntos atuais".
Muito aplaudido nesta quinta-feira na C�mara dos Deputados, Draghi solicitou de imediato a suspens�o da sess�o para se deslocar ao pal�cio presidencial do Quirinal, onde chegou pouco depois das 09h15 locais (04h15 em Bras�lia) para comunicar a sua "decis�o" ao presidente Sergio Mattarella.
O chefe de Estado, �rbitro da pol�tica na It�lia, deve abrir um processo, de acordo com as regras de uma democracia parlamentar, que na opini�o de muitos observadores levar� a elei��es antecipadas para a primeira ou segunda semana de outubro.
Uma conclus�o esperada depois que o For�a It�lia, partido de direita de Silvio Berlusconi, a Liga, partido de extrema-direita de Matteo Salvini e o partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5E) se recusaram a participar de um voto de confian�a solicitado na quarta-feira pelo primeiro-ministro no Senado.
A queda do "Super Mario", designado para salvar a It�lia em fevereiro de 2021 em um momento de crise social, econ�mica e sanit�ria, gerou fortes rea��es em toda a pen�nsula.
"It�lia tra�da" foi o t�tulo do jornal La Repubblica, enquanto La Stampa, jornal pr�ximo dos industriais, se limitou a escrever "Vergonha" na p�gina inteira.
De acordo com as pesquisas, a maioria dos italianos quer que Draghi permane�a no cargo, uma das raz�es pelas quais ele recuou na quarta-feira e n�o confirmou sua primeira ren�ncia. No entanto, n�o conseguiu fazer com que os partidos de sua coaliz�o se alinhassem em torno de um "pacto" de governo que ele prop�s em um longo e denso discurso no Senado.
- Direita favorita -
Os partidos de direita que faziam parte do Executivo esperam ganhar as elei��es e decidiram derrubar o primeiro-ministro sob o pretexto de n�o querer mais governar junto com o Movimento 5 Estrelas.
Por sua vez, os antissistemas, que iniciaram a crise na semana passada, consideram que v�rios pontos das leis propostas por Draghi s�o contr�rios aos seus princ�pios e que todas as medidas tomadas durante o seu governo anterior foram desmanteladas.
O fim do Executivo de unidade poderia, sobretudo, beneficiar a coaliz�o de direita liderada pelo partido p�s-fascista Fratelli d'Italia (Irm�os da It�lia), liderado por Giorgia Meloni, que segundo as pesquisas ganharia confortavelmente as elei��es antecipadas.
"Estamos prontos. Esta na��o precisa desesperadamente recuperar sua consci�ncia, seu orgulho e sua liberdade", tuitou nesta quinta-feira Giorgia Meloni, 45, uma veterana l�der de extrema-direita que pode se tornar a futura chefe de governo da It�lia.
Essa perspectiva preocupa os europeus, j� que o seu partido, os Irm�os de It�lia, com 24% das inten��es de voto, defende uma revis�o dos tratados da Uni�o Europeia e at� a sua substitui��o por uma "confedera��o de Estados soberanos".
O comiss�rio europeu para a Economia, o italiano Paolo Gentiloni, considerou "irrespons�vel" a deser��o dos partidos da coaliz�o, enquanto Bruxelas e seus parceiros europeus pressionaram para que Draghi permanecesse no cargo.
Os mercados observam cuidadosamente a situa��o. O custo da d�vida da It�lia subiu novamente e a Bolsa de Valores de Mil�o fechou em queda de 1,6% na quarta-feira, um sinal de nervosismo devido � incerteza na terceira maior economia da zona do euro.
ROMA