(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ROMA

Mario Draghi, o salvador do euro, v�tima da pol�tica italiana


21/07/2022 10:15

Considerado o salvador da zona do euro em 2012, Mario Draghi, designado primeiro-ministro da It�lia em fevereiro de 2021 para socorrer seu pa�s da emerg�ncia sanit�ria, pol�tica e econ�mica que enfrentava, jogou a toalha nesta quinta-feira (21), esgotado pelas disputas dentro de sua coaliz�o de unidade nacional.

A crise pol�tica, que vinha crescendo h� meses em Roma, tendo como pano de fundo as disputas internas do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5E), acabou derrubando a coaliz�o heterog�nea e abriu o caminho para as elei��es.

Uma �ltima tentativa de reunir apoio falhou na quarta-feira no Senado. "Precisamos de um novo pacto de confian�a, sincero e concreto", prop�s o ex-presidente do Banco Central Europeu, ilustrando suas condi��es e as reformas pendentes.

Mas antes de um voto de confian�a crucial no Senado, Mario Draghi se decepcionou n�o apenas com o Movimento 5 Estrelas, mas tamb�m com dois de seus aliados de direita, a Liga e o For�a It�lia.

De cabelos grisalhos, terno e gravata, esse homem discreto nunca se submeteu ao voto popular.

H� 17 meses, Mario Draghi aceitou a proposta do presidente da Rep�blica de se tornar chefe de Governo para tirar a It�lia da crise e, sobretudo, negociar um plano bilion�rio de recupera��o econ�mica com a Uni�o Europeia.

- Acima dos partidos -

Figura muito respeitada, que costuma se colocar acima dos partidos, ele mostrou capacidade de conduzir o pa�s liderando uma coaliz�o que caminhava em uma linha delicada, com partidos antag�nicos, tanto da extrema-direita quanto da esquerda.

N�o faltaram atritos com os partidos da coaliz�o, tanto com o M5E quanto com a Liga de Matteo Salvini, conhecida por sua pol�tica antimigra��o, at� que a corda cedeu.

O "av� a servi�o das institui��es", como costuma se definir, deu os primeiros sinais de cansa�o em dezembro passado, quando aspirou ao cargo de chefe de Estado.

Os partidos da coaliz�o impediram sua nomea��o, o que o deixou indignado.

Respeitando seu lema "nunca se render", como confessou a Christine Lagarde no final de um mandato turbulento no Banco Central Europeu, Draghi permaneceu no poder.

Para Beno�t Coeur�, ex-membro do Comit� Executivo do BCE, Mario Draghi "tem um profundo senso de dever e de servi�o p�blico".

No entanto, abandona o barco em um momento delicado para a It�lia, que est� lidando com o impacto econ�mico da guerra na Ucr�nia, al�m de uma nova onda de covid-19.

Precisa tamb�m preparar a lei or�ament�ria para 2023 e implementar todas as medidas exigidas pela Uni�o Europeia para se beneficiar dos cerca de 200 bilh�es de euros (quase o mesmo em d�lares) concedidos a Roma.

- Prest�gio internacional -

Em oito anos � frente do BCE, Draghi tomou medidas que eram inimagin�veis quando o euro surgiu, h� mais de 20 anos: reduzir as taxas de juros para o negativo, inje��es de liquidez por meio de compras maci�as de ativos no mercado e empr�stimos gigantes aos bancos.

Com a chegada ao poder do "Super Mario", figura de enorme prest�gio, a It�lia foi colocada na primeira fila e o seu primeiro-ministro tornou-se numa das vozes de refer�ncia da Uni�o Europeia.

O seman�rio brit�nico The Economist n�o poupou palavras de elogio ao consider�-lo o "primeiro-ministro mais competente e respeitado internacionalmente".

Nascido em Roma em 3 de setembro de 1947, casado e com dois filhos, estudou no col�gio dos jesu�tas e � cat�lico praticante.

Graduado em Economia, com doutorado pelo prestigiado Massachusetts Institute of Technology (MIT), foi professor de economia em v�rias universidades italianas e representou seu pa�s no Banco Mundial de 1984 a 1990, antes de se tornar diretor-geral do Tesouro da It�lia em 1991, cargo que ocupou por 10 anos sob governos de esquerda e direita.

A partir da�, tratou das grandes privatiza��es realizadas entre 1996 e 2001.

Em 2002 ingressou na administra��o do banco americano Goldman Sachs, experi�ncia pela qual foi duramente criticado, j� que o banco americano, acusado de ter disfar�ado as contas da Gr�cia, representa para muitos os excessos de Wall Street.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)