"A situa��o pol�tica levou a esta decis�o", declarou Mattarela ante as c�meras de televis�o, referindo-se ao fim da coaliz�o de unidade nacional que apoiava o governo liderado pelo economista Mario Draghi.
"Sancionei o decreto de dissolu��o das C�maras, com o objetivo para convocar novas elei��es no prazo m�ximo de 70 dias", disse Mattarella, ressaltando que essa decis�o � sempre "a �ltima op��o".
Mattarella agradeceu a Draghi e a seus ministros pelo trabalho realizado durante "estes 18 meses" de governo. Tamb�m recordou que a situa��o econ�mica, assim como o custo da energia e dos alimentos, "n�o permitem muitas pausas" e advertiu que ainda h� muitas medidas a serem tomadas.
Considerado o salvador da zona do euro em 2012, Mario Draghi foi nomeado primeiro-ministro da It�lia em fevereiro de 2021 para resgatar a It�lia da emerg�ncia sanit�ria, pol�tica e econ�mica, pela qual passava. Jogou a toalha nesta quinta-feira, esgotado pelas disputas dentro de sua coaliz�o.
A crise pol�tica vinha-se formando h� meses em Roma, tendo como pano de fundo as lutas internas do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5E). Por fim, desmoronou a heterog�nea coaliz�o que o sustentava e que ia da direita � esquerda.
O fim do Executivo liderado por Draghi pode beneficiar, sobretudo, a coaliz�o de direita liderada pelo partido p�s-fascista Fratelli d'Italia (Irm�os da It�lia), dirigido por Giorgia Meloni. Pesquisas indicam sua vit�ria confort�vel nas elei��es.
Esta manh�, muito aplaudido na C�mara dos Deputados, Draghi solicitou de imediato a suspens�o da sess�o para se deslocar ao pal�cio presidencial do Quirinal, onde chegou pouco depois das 09h15 locais (04h15 em Bras�lia) para comunicar a sua "decis�o" ao presidente Sergio Mattarella.
A dissolu��o do Parlamento era a conclus�o esperada depois que o For�a It�lia, partido de direita de Silvio Berlusconi, a Liga, partido de extrema-direita de Matteo Salvini, e o partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5E) se recusaram a participar de um voto de confian�a solicitado na quarta-feira pelo primeiro-ministro no Senado.
A queda do "Super Mario", designado para salvar a It�lia em fevereiro de 2021 em um momento de crise social, econ�mica e sanit�ria, gerou fortes rea��es em toda a pen�nsula.
"It�lia tra�da" foi o t�tulo do jornal La Repubblica, enquanto La Stampa, jornal pr�ximo dos industriais, se limitou a escrever "Vergonha" na p�gina inteira.
De acordo com as pesquisas, a maioria dos italianos desejava que Draghi permanecesse no cargo, uma das raz�es pelas quais ele recuou na quarta e n�o confirmou sua primeira ren�ncia. No entanto, n�o conseguiu fazer com que os partidos de sua coaliz�o se alinhassem em torno de um "pacto" de governo que ele prop�s em um longo e denso discurso no Senado.
- Direita favorita -
Os partidos de direita que faziam parte do Executivo esperam ganhar as elei��es e decidiram derrubar o primeiro-ministro sob o pretexto de n�o querer mais governar junto com o Movimento 5 Estrelas.
Por sua vez, os antissistemas, que iniciaram a crise na semana passada, consideram que v�rios pontos das leis propostas por Draghi s�o contr�rios aos seus princ�pios e que todas as medidas tomadas durante o seu governo anterior foram desmanteladas.
O fim do Executivo de unidade poderia, sobretudo, beneficiar a coaliz�o de direita liderada pelo partido p�s-fascista Fratelli d'Italia (Irm�os da It�lia), liderado por Giorgia Meloni, que segundo as pesquisas ganharia confortavelmente as elei��es antecipadas.
"Estamos prontos. Esta na��o precisa desesperadamente recuperar sua consci�ncia, seu orgulho e sua liberdade", tuitou nesta quinta-feira Giorgia Meloni, 45, uma veterana l�der de extrema-direita que pode se tornar a futura chefe de governo da It�lia.
Essa perspectiva preocupa os europeus, j� que o seu partido, os Irm�os de It�lia, com 24% das inten��es de voto, defende uma revis�o dos tratados da Uni�o Europeia e at� a sua substitui��o por uma "confedera��o de Estados soberanos".
O comiss�rio europeu para a Economia, o italiano Paolo Gentiloni, considerou "irrespons�vel" a deser��o dos partidos da coaliz�o, enquanto Bruxelas e seus parceiros europeus pressionaram para que Draghi permanecesse no cargo.
Os mercados observam cuidadosamente a situa��o. O custo da d�vida da It�lia subiu novamente e a Bolsa de Valores de Mil�o fechou em queda de 1,6% na quarta-feira, um sinal de nervosismo devido � incerteza na terceira maior economia da zona do euro.
ROMA