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Estado de Minas ABASSAN

Mulheres v�timas de feminic�dio em Gaza s�o esquecidas pela Justi�a


24/07/2022 10:52

Mais de um ano se passou e os pais de Istabraq t�m apenas uma obsess�o em mente: que a Justi�a puna rapidamente e condene � morte o assassino de sua filha, que foi espancada at� a morte pelo marido no sul da Faixa de Gaza.

Gr�vida de tr�s meses, Istabraq Baraka tinha apenas 17 anos e estava prestes a terminar o ensino m�dio quando seu marido a espancou at� 50 vezes.

O criminoso se entregou � pol�cia, mas o julgamento est� paralisado, o que mergulhou a fam�lia em luto implac�vel desde junho de 2021.

"Toda vez, as audi�ncias s�o adiadas e n�o sabemos por qu�", lamenta sua m�e, Nazmiya, em seu jardim em Abassan, perto da cidade de Khan Younis. Assim como seu marido, Souleiman, ela espera que o assassino seja condenado � morte, como �nica tentativa de curar a dor que carrega dentro do peito.

As agress�es em Istabraq "foram t�o intensas que causaram uma hemorragia cerebral e pulmonar, destru�ram sua caixa tor�cica", contam os pais.

A situa��o de Istabraq ilustra a de muitas mulheres em Gaza, onde 38% das mulheres casadas que vivem neste enclave governado pelo movimento isl�mico Hamas e sob bloqueio israelense desde 2007 j� sofreram viol�ncia f�sica ou psicol�gica, segundo os �ltimos dados de 2019 do Escrit�rio Palestino de Estat�sticas.

Seis supostos feminic�dios ou suic�dios ligados � viol�ncia de g�nero foram registrados em 2019 em Gaza pelo Centro de Assist�ncia e Aconselhamento Jur�dico da Mulher.

Em 2020, foram registados 19 casos neste territ�rio, do qual � quase imposs�vel fugir.

- Leis obsoletas -

Para observadores entrevistados pela AFP, essa crueldade contra as mulheres est� aumentando em Gaza, principalmente devido � pandemia de coronav�rus que confinou "sobreviventes da viol�ncia com seus agressores", diz ONU Mulheres-Palestina.

Mas os n�meros est�o longe da realidade porque "algumas mulheres desconhecem seus direitos, outras t�m medo de entrar na justi�a por falta de apoio familiar" e outras internalizaram a viol�ncia como um ato normal dentro de casa, explica Ayah Alwakil, advogada para o Centro Palestino de Direitos Humanos (PCHR).

A lei atual em Gaza, inalterada desde a d�cada de 1950, pune os homens que matam suas esposas com v�rios anos de pris�o, incluindo pena de morte. A menos que aleguem um crime de honra, caso em que a senten�a � menor.

Essas "leis obsoletas e discriminat�rias" impedem as v�timas de "obter justi�a", lamenta a ONU Mulheres-Palestina.

Em vez de proteger as mulheres, a lei as prende em sua condi��o de v�timas, acrescenta Mona Shawah, representante do PCHR. Se obtiverem o div�rcio, perdem o direito � guarda dos filhos em benef�cio do marido ou da sua fam�lia, aos nove anos para o filho e onze para a filha.

Desta forma, a mulher "prefere ser v�tima e n�o pedir o div�rcio. Ela sabe muito bem que ser� ela quem perde", explica Shawah.

Em Gaza, territ�rio de 2,3 milh�es de habitantes, apenas dois lares acolhem cerca de quarenta mulheres v�timas de viol�ncia sexista.


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