"A infla��o � um pouco como o g�nio que sai da l�mpada" e n�o � poss�vel coloc�-lo dentro dela novamente, afirmou.
O Fundo Monet�rio Internacional (FMI) publicou hoje a atualiza��o de suas previs�es econ�micas, que mostram perspectivas sombrias para a economia mundial.
O FMI rebaixou a estimativa de crescimento do PIB mundial em 2022 para 3,2%, 0,4 ponto percentual a menos que no progn�stico de abril.
A infla��o, por outro lado, deve ser mais alta e chegar a 8,3% este ano a n�vel mundial, 0,9 ponto a mais que o previsto em abril.
"Isso gera um ambiente de muita incerteza. As pessoas veem seu poder aquisitivo encolher de uma maneira que n�o � poss�vel controlar", explicou.
"Os bancos centrais t�m muito a perder se, de alguma maneira, n�o conseguirem controlar a din�mica dos pre�os daqui para frente", acrescentou.
Essas institui��es adotam medidas para tentar frear a infla��o, aumentando suas taxas de juros de refer�ncia. Por�m, isso pode afetar o crescimento, pois encarece o custo do cr�dito, o que desacelera a economia.
- Expectativas de infla��o -
Gourinchas reconheceu que existe o risco de os pol�ticos exagerarem e frearem o crescimento, mas ressaltou que, at� o momento, acredita que eles est�o no caminho certo.
"O objetivo n�o � provocar uma recess�o a n�vel mundial", mas "devolver a estabilidade dos pre�os" com uma infla��o girando em torno de 2% para as economias avan�adas, e talvez um pouco mais para os pa�ses emergentes.
Por outro lado, perder todo o controle sobre a infla��o seria muito perigoso, advertiu.
"Quando a infla��o est� em 2% [n�vel considerado saud�vel para a economia], voc� pode esquecer a infla��o", mas, "em um mundo no qual ela est� perto de 10%, isso n�o � poss�vel".
Para Gourinchas, a chave s�o as expectativas de infla��o: se as pessoas pensam que os pre�os v�o continuar subindo muito no longo prazo, isso significa que "os bancos centrais teriam perdido o controle e seria muito dif�cil voltar atr�s".
Por sorte, "ainda n�o chegamos nesse ponto", acrescentou. At� agora, "as expectativas de infla��o continuaram bastante est�veis. E esse � um dos grandes benef�cios de d�cadas de infla��o baixa e de credibilidade dos bancos centrais".
Mas os pol�ticos n�o t�m todas as cartas na manga e n�o podem controlar alguns riscos, como a hip�tese de uma interrup��o completa do fornecimento de g�s russo � Europa.
No entanto, Gourinchas segue otimista. Os bancos de todo o mundo, inclusive nos mercados emergentes, avan�aram em movimentos "sincronizados".
"Isso pesa de forma efetiva sobre a atividade mundial e contribui para reduzir os pre�os da energia", assinalou o economista.
"Poder�amos ver uma trajet�ria de desinfla��o muito mais r�pida se os pre�os da energia continuarem nessa tend�ncia".
WASHINGTON