Reflexo da falta de chuvas desde abril, "a estiagem come�a cedo este ano, e o rio pode contar cada vez menos com o degelo de primavera das neves alpinas para se renovar", afirma o diretor das unidades territoriais de vias naveg�veis da Fran�a (VNF).
No centro de alerta do Reno, verdadeira torre de controle da navega��o, os volumes medidos em diferentes pontos est�o duas vezes abaixo dos valores normais habitualmente observados no outono.
Ainda assim, as grandes eclusas continuam cumprindo sua fun��o de elevadores de navios, garantindo sempre pelo menos tr�s metros de profundidade.
As dificuldades de navega��o est�o �guas abaixo, como acontece com a balsa de Seltz, que liga a cidade francesa de Seltz � alem� Plittersdorf. L�, dez quil�metros mais ao norte, �reas rochosas estriam o curso do Reno, e estacas met�licas, normalmente submersas, revelam seu exterior oxidado.
A imagem se repete, com frequ�ncia, onde o rio tem fluxo livre, levando os capit�es de navios mercantes a refor�arem a cautela. � o caso de Chantal de Boeck, capit� do "Zunga", uma barca flamenga brilhante, que transporta apenas 950 das 4.000 toneladas de celulose que normalmente aguenta.
- Embarca��es adequadas para �guas rasas -
Espinha dorsal da Europa Ocidental, o Reno serpenteia 1.233 quil�metros ao longo da fronteira franco-alem� e, depois, pela Alemanha, at� desaguar no Mar do Norte.
Com de 50 a 70 passagens por dia, ainda n�o h� diminui��o na frequ�ncia de Gambsheim. As dificuldades do transporte fluvial se acumulam, por�m.
Na Su��a, onde o Reno nasce, o complicado abastecimento por via fluvial fez Berna utilizar suas reservas de derivados de petr�leo at� pelo menos setembro.
O mesmo est� acontecendo na Alemanha, onde a seca pode complicar ainda mais as estrat�gias de substitui��o do g�s russo por carv�o, antes do inverno europeu. Pelo menos um ter�o desse recurso � transportado pelo Reno, informa o banco de investimentos Berenberg.
Enquanto o Instituto Federal de Hidrologia prev� que as �guas continuar�o recuando em agosto, o lobby industrial BDI pressiona o governo de Olaf Scholz a adotar um "plano de resili�ncia" � crise para os pr�ximos per�odos de seca, com investimentos em embarca��es adequadas para navegar em �guas rasas.
Outra op��o � usar as reservas da melhor forma poss�vel, esperando uma via de �gua mais operacional, ou um transporte mais competitivo.
Em Estrasburgo, o segundo maior porto fluvial da Fran�a depois de Paris por onde transitam 35.000 cont�ineres por m�s, as caixas de metal permanecem em m�dia quase cinco dias no cais, em compara��o com as 48 horas habituais.
"Os carregadores e respons�veis pelos armaz�ns escolhem os meios de transporte mais adequados para o per�odo", diz Claire Merlin, diretora-geral do porto de Estrasburgo, que disp�e de um terminal conectado ao trem.
"O desafio para n�s � desenvolver o transporte ferrovi�rio, em vez de envi�-los pelo Reno", enfatiza.
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GAMBSHEIM