Am�ricas registram quase um ter�o dos casos de var�ola do macaco, diz Opas

Pelo menos 5.284 casos de var�ola do macaco foram detectados em 18 pa�ses das Am�ricas, quase um ter�o do total mundial, informou, nesta quarta-feira (27), a Organiza��o Pan-Americana da Sa�de (Opas), que disse que nenhum caso foi fatal.

Os pa�ses mais afetados s�o Estados Unidos (3.500 casos), Canad� e Brasil (com cerca de 700) e Peru (200).

"At� o momento, nenhuma morte por var�ola do macaco foi relatada em nossa regi�o", onde quase todos os casos ocorrem em homens entre 25 e 45 anos que mant�m rela��es sexuais com outros homens, declarou a Opas em coletiva de imprensa.

Mas qualquer pessoa, "independentemente de g�nero ou orienta��o sexual, pode pegar var�ola do macaco", disse Mary Lou Valdez, vice-diretora da Opas, o escrit�rio regional da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS).

Apesar de pedir que se evite a discrimina��o de um grupo, o doutor Andrea Vicari, chefe da unidade de gest�o de amea�as infecciosas da Opas, considera que "� importante destacar onde a transmiss�o � observada, porque permite agir para cont�-la".

Segundo os dados oficiais, 99% dos casos s�o em homens, 98% dos pacientes afirmaram manter rela��es sexuais com outros homens, muitas vezes com m�ltiplos parceiros, e foram infectados por exposi��o por contato sexual.

As mais frequentes s�o as infec��es por "contato pr�ximo pele a pele com a pessoa que tem les�es cut�neas".

A Opas recomenda que os pa�ses com casos coloquem em pr�tica medidas, como focar em grupos de alto risco, compartilhar as sequ�ncias gen�ticas do v�rus, aplicar protocolos nos setores de transporte para "detectar casos que possam ter rela��o internacional a tempo", e fornecer informa��es nos pontos de entrada para que as pessoas detectem quaisquer sintomas.

Os primeiros sintomas s�o les�es na pele, na forma de erup��o cut�nea, espinhas, bolhas no rosto, boca, m�os, p�s, t�rax, genitais e �nus. Depois, ou ao mesmo tempo, febre, linfonodos inchados, dor de cabe�a e dores musculares podem se desenvolver.

- Vacinas -

Al�m disso, os pa�ses devem considerar o uso de vacinas, inicialmente desenvolvidas contra a var�ola, mas "as evid�ncias dispon�veis sobre sua efic�cia e seguran�a s�o limitadas, assim como sua disponibilidade no mercado mundial", diz Vicari.

"N�o � uma vacina recomendada para a popula��o em geral" como a usada contra a covid-19, por isso as demais medidas de controle "s�o as mais importantes para interromper a transmiss�o", porque a doen�a n�o se espalha pelo ar, disse Marcos Espinal, vice-diretor interino da Opas.

Dez pa�ses da regi�o j� demonstraram interesse em adquirir essa vacina, acrescentou, sem especificar quais.

Existem diferentes tipos de vacinas.

A primeira gera��o (usada h� muitos anos contra a var�ola) n�o � recomendada e a segunda gera��o tem "efeitos colaterais muito fortes" em pessoas com imunidade baixa. A terceira gera��o � a mais recomendada "e estamos em negocia��es avan�adas com o produtor", disse Espinal.

"Estamos esperan�osos de que teremos vacinas este ano, limitadas, n�o em massa, porque � um �nico produtor", acrescentou.

Ciro Ugarte, diretor de Emerg�ncias de Sa�de da Opas, est� otimista. "Ainda estamos a tempo de travar a transmiss�o para que isso n�o afete a economia e as nossas sociedades", garantiu.

A OMS registra mais de 18.000 casos de var�ola do macaco detectados em 78 pa�ses desde maio, 70% deles na Europa. No s�bado, ativou seu n�vel mais alto de alerta para tentar conter o surto.