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Estado de Minas CHEFE DO TERROR

Ayman al-Zawahiri: quem era o l�der da Al-Qaeda morto pelos EUA no Afeganist�o

Ex-cirurgi�o eg�pcio, ele assumiu a rede terrorista ap�s o assassinato de Osama Bin Laden em 2011.


02/08/2022 07:25 - atualizado 02/08/2022 08:41


Ayman Al Zawahiri
Zawahiri era o porta-voz e ide�logo mais proeminente da Al-Qaeda nos �ltimos anos (foto: Getty Images)

Ayman al-Zawahiri, que foi morto por um ataque de drone dos EUA no Afeganist�o, era conhecido como o principal ide�logo da Al-Qaeda.

Um cirurgi�o oftalmologista que ajudou a fundar o grupo militante Jihad Isl�mica Eg�pcia, ele assumiu a lideran�a da Al-Qaeda ap�s o assassinato de Osama Bin Laden pelas for�as americanas em maio de 2011.

Zawahiri era considerado o bra�o direito de Bin Laden. Alguns especialistas acreditam que ele foi o "c�rebro operacional" por tr�s dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

Zawahiri era o n�mero dois — atr�s apenas de Bin Laden — na lista dos 22 "terroristas mais procurados" pelo governo dos EUA em 2001 e tinha uma recompensa de US$ 25 milh�es (mais de R$ 100 milh�es) por sua cabe�a.

Nos anos ap�s os ataques, Zawahiri tornou-se o porta-voz mais proeminente da Al-Qaeda, aparecendo em 16 v�deos e �udios em 2007 — quatro vezes mais que Bin Laden — enquanto o grupo recrutava mu�ulmanos em todo o mundo.


Osama Bin Laden e Ayman al-Zawahiri - 2001
Bin Laden e Zawahiri formaram a Frente Isl�mica Mundial para a Jihad contra judeus em 1998 (foto: Reuters)

Sua morte em um ataque americano em Cabul no final de semana n�o foi a primeira vez que os americanos tentaram assassinar Zawahiri.

Em janeiro de 2006, ele havia sido alvo de um ataque de m�sseis dos EUA perto da fronteira do Paquist�o com o Afeganist�o.

O ataque matou quatro membros da Al-Qaeda, mas Zawahiri sobreviveu e surgiu em um v�deo duas semanas depois, alertando o ent�o presidente dos EUA, George W. Bush, de que nem ele, nem "todos os poderes da Terra" poderiam mat�-lo.

Fam�lia nobre

Nascido na capital do Egito, Cairo, em 19 de junho de 1951, Zawahiri vinha de uma respeit�vel fam�lia de m�dicos e acad�micos de classe m�dia.

Seu av�, Rabia al-Zawahiri, foi o grande im� de al-Azhar, o centro de aprendizado isl�mico sunita no Oriente M�dio. Um de seus tios foi o primeiro secret�rio-geral da Liga �rabe.

Zawahiri envolveu-se com islamismo pol�tico ainda na escola e foi preso aos 15 anos por ser integrante da Irmandade Mu�ulmana — a maior e mais antiga organiza��o isl�mica do Egito.

Mas suas atividades pol�ticas n�o o impediram de estudar medicina na Universidade do Cairo, onde se formou em 1974 e recebeu mestrado em cirurgia quatro anos depois.

Seu pai Mohammed, que morreu em 1995, era professor de farmacologia na mesma faculdade.

Juventude radical

Zawahiri seguiu a tradi��o familiar, abrindo uma cl�nica em um sub�rbio do Cairo. Mas logo se aproximou de grupos isl�micos radicais que pediam a derrubada do governo eg�pcio.


Líder da Al Qaeda Ayman al-Zawahiri
Nos �ltimos anos, Zawahiri tornou-se uma personalidade obscura (foto: Reuters)

Em 1973, ele juntou-se � rec�m-formada Jihad Isl�mica Eg�pcia.

Em 1981, ele foi preso com centenas de outras pessoas depois que v�rios integrantes do grupo, sendo oficiais e soldados do Ex�rcito eg�pcio, assassinaram o presidente Anwar Sadat em um desfile militar no Cairo. Sadat havia despertado a f�ria de ativistas isl�micos ao assinar um acordo de paz com Israel e ao prender centenas de cr�ticos.

Durante o julgamento dos diversos suspeitos, Zawahiri surgiu como l�der dos r�us. Ele foi filmado dizendo ao tribunal: "somos mu�ulmanos que acreditam em nossa religi�o. Estamos tentando estabelecer um estado isl�mico e uma sociedade isl�mica".

Embora tenha sido inocentado de envolvimento no assassinato de Sadat, Zawahiri foi condenado por posse ilegal de armas e cumpriu uma pena de pris�o de tr�s anos.

De acordo com outros prisioneiros isl�micos, Zawahiri foi torturado e espancado pelas autoridades durante seu tempo na pris�o no Egito, uma experi�ncia que o transformou em um extremista fan�tico e violento.

Depois de ser solto, em 1985, Zawahiri partiu para a Ar�bia Saudita.

Logo depois, ele foi para Peshawar, no Paquist�o, e em seguida para o Afeganist�o, onde estabeleceu uma fac��o da Jihad Isl�mica Eg�pcia enquanto trabalhava como m�dico no pa�s durante a ocupa��o sovi�tica.

Zawahiri assumiu a lideran�a da Jihad Isl�mica Eg�pcia depois que ela ressurgiu em 1993, e foi uma figura-chave por tr�s de uma s�rie de ataques do grupo a ministros do governo do Egito, incluindo o primeiro-ministro Atif Sidqi.

A campanha do grupo para derrubar o governo e estabelecer um estado isl�mico no Egito na d�cada de 1990 causou a morte de mais de 1,2 mil pessoas.

Em 1997, o departamento de Estado dos EUA disse que ele era l�der do grupo Vanguardas da Conquista — uma fac��o da Jihad Isl�mica que estaria por tr�s do massacre de turistas estrangeiros em Luxor no mesmo ano.

Dois anos depois, ele foi condenado � morte � revelia por um tribunal militar eg�pcio por seu papel nos muitos ataques do grupo.

Alvos no Ocidente

Acredita-se que Zawahiri teria viajado para diversos pa�ses durante a d�cada de 1990 em busca de abrigo e fontes de financiamento.

Nos anos que se seguiram � retirada sovi�tica do Afeganist�o, ele teria vivido na Bulg�ria, Dinamarca e Su��a — e teria usado um passaporte falso para viajar para os B�lc�s, �ustria, I�men, Iraque, Ir� e Filipinas.

Em dezembro de 1996, ele teria passado seis meses sob cust�dia da R�ssia depois de ter sido pego sem visto na Chech�nia.

De acordo com um relato supostamente escrito por Zawahiri, as autoridades russas n�o conseguiram traduzir os textos em �rabe encontrados em seu computador e ele conseguiu manter sua identidade em segredo.

Em 1997, acredita-se que Zawahiri teria se mudado para a cidade afeg� de Jalalabad, onde ficava baseado Osama Bin Laden.

Um ano depois, a Jihad Isl�mica Eg�pcia juntou-se a cinco outros grupos militantes isl�micos radicais, incluindo a Al-Qaeda de Bin Laden, na forma��o da Frente Isl�mica Mundial para a Jihad contra judeus.

A primeira proclama��o da frente incluiu uma fatwa, ou �dito religioso, permitindo o assassinato de civis americanos. Seis meses depois, dois ataques simult�neos destru�ram as embaixadas dos EUA no Qu�nia e na Tanz�nia, matando 223 pessoas.

Conversas telef�nicas via sat�lite de Zawahiri foram usadas como prova de que Bin Laden e a Al-Qaeda estavam por tr�s do compl�.

Duas semanas ap�s os ataques, os EUA bombardearam campos de treinamento do grupo no Afeganist�o. No dia seguinte, Zawahiri telefonou para um jornalista paquistan�s e disse: "Diga aos EUA que seus bombardeios, amea�as e atos de agress�o n�o nos assustam. A guerra est� s� come�ando".

Nos anos ap�s a morte de Bin Laden, os ataques a�reos dos EUA mataram diversos auxiliares de Zawahiri, enfraquecendo sua capacidade de coordena��o global.

E nos �ltimos anos, Zawahiri se tornou uma figura obscura e marginal, e raramente se pronunciava.

Os EUA tratam sua morte como uma vit�ria, principalmente ap�s a ca�tica retirada do Afeganist�o no ano passado. Mas Zawahiri teve relativamente pouca influ�ncia, j� que novos grupos e movimentos como o Estado Isl�mico se tornaram mais influentes.

Um novo l�der da Al-Qaeda sem d�vida surgir�, mas provavelmente ter� ainda menos influ�ncia do que seu antecessor.

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62390197

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