Corrup��o, falta de investimento em infraestrutura, urbaniza��o descontrolada e a pobreza que atinge 60% dos 50 milh�es de habitantes da regi�o tornam a popula��o vulner�vel a cat�strofes naturais cada vez mais agressivas.
A Am�rica Central est� exposta a eventos clim�ticos extremos e erup��es vulc�nicas. Al�m disso, durante a temporada cicl�nica, de junho a novembro, a amea�a de inunda��es � constante.
Em julho, o furac�o Bonnie desencadeou um dil�vio sobre San Salvador inundando a pequena casa de Blanca Arias, assim como muitas outras.
"N�o h� para onde ir, n�o temos para onde ir", declarou a mulher de 58 anos.
Para Sandra Ramos, a �poca de chuvas � de permanente ansiedade. Vive em um bairro de extrema pobreza �s margens do rio Ul�a, no norte de Honduras.
"Todo o bairro foi inundado, todas as casas foram perdidas, perdemos tudo", lamentou a jovem de 22 anos, que tem dois filhos pequenos e vive desde ent�o em um barraco improvisado constru�do com a ajuda da ag�ncia norte-americana de desenvolvimento (Usaid).
S� em Honduras, os preju�zos ultrapassaram 2 bilh�es de d�lares, segundo a Comiss�o Econ�mica para a Am�rica Latina e o Caribe (CEPAL).
- Quem � mais atingido? -
De acordo com um relat�rio da ONU, publicado em maio, mais de 8,4 milh�es de pessoas na Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicar�gua enfrentaram uma crise alimentar em 2021.
"A pobreza faz com que as pessoas busquem as zonas mais baratas para viver e essas, geralmente, s�o as zonas mais vulner�veis", disse � AFP Ricardo Navarro, presidente da ONG Centro Salvadorenho de Tecnologia Apropiada (Cesta).
As �reas mais expostas aos ciclones s�o as costas do Mar do Caribe e do Pac�fico.
Ambientalistas abvertem tamb�m sobre o perigo de resid�ncias em �reas de alto risco e de novos empreendimentos constru�dos sem levar em conta o impacto ambiental.
Para mitigar os efeitos, "� preciso respeitar a natureza. Parece um filme, mas a natureza recupera o espa�o que n�s humanos invadimos", disse � AFP Magdalena Cortez, da ONG salvadorenha Mesa Permanente para Gest�o de Riscos.
- Mudan�a clim�tica -
Em Honduras, o diretor da Associa��o de Organiza��es N�o Governamentais (Asonog), Jos� Ram�n �vila, comenta que a vulnerabilidade herdada do furac�o Mitch em 1998 "aumentou" com a "explora��o descontrolada das florestas".
Mitch foi a pior cat�strofe natural que Honduras enfrentou, com saldo de 5.000 mortos.
�vila atribui as inunda��es ao aquecimento global porque h� "chuvas abundantes em menos tempo e isso gera uma satura��o no solo", que dificulta a absor��o r�pida.
De acordo com um relat�rio de 2021 do Banco Interamericano de Desenvolvimento, entre 1970 e 2019, ocorreram 81 desastres relacionados a tempestades em Honduras, matando 26.887 pessoas.
SAN SALVADOR