Na ter�a-feira, uma ju�za e peritos estiveram nos arredores da localidade de Alto Hospicio, onde fica um lix�o clandestino de roupas vindas de Estados Unidos, Europa e Asia, informou � AFP o tribunal ambiental no qual tramita o processo, nesta quarta-feira (3).
"O tribunal est� realizando uma dilig�ncia judicial em aten��o a uma demanda [...], na qual se acusa essencialmente a exist�ncia de lix�es ilegais de roupa no interior de alguns vales e setores da comuna de Alto Hospicio, e estes lix�es acabariam por ser uma fonte de polui��o", explicou a ju�za Sandra �lvarez.
Al�m de roupas, h� no lix�o outros res�duos como pneus, partes de carros e aparelhos eletr�nicos.
As montanhas de roupa, cujas imagens foram publicadas pela AFP em novembro de 2021, parecem ter sido queimadas ou enterradas. Naquela �poca, existiam enormes montanhas de roupas usadas e novas, uma parte das 59.000 toneladas que entram por ano no Chile pela zona franca de Iquique, cidade situada 1.800 km ao norte de Santiago, das quais 66% v�o parar em lix�es.
O consumo excessivo e fugaz de roupa vem provocando um aumento exponencial de res�duos t�xteis em todo o mundo, que levam cerca de 200 anos para se decompor.
De acordo com um estudo da ONU de 2019, a produ��o de roupas no mundo dobrou entre 2000 e 2014. A pesquisa tamb�m revelou que a ind�stria t�xtil � "respons�vel por 20% do desperd�cio total de �gua a n�vel global".
Em abril deste ano, o Primeiro Tribunal Ambiental acolheu um processo apresentado por uma advogada de Iquique contra o Fisco do Chile e a prefeitura de Alto Hospicio por "dano ambiental".
"Existiram condutas negligentes sistem�ticas, omiss�es e falta de servi�o que geraram um grave e significativo dano ambiental, al�m de risco para a vida e a sa�de dos moradores de Alto Hospicio", argumenta a advogada no texto.
Ademais, estes lix�es ilegais "geraram uma perturba��o ao ecossistema de um lugar com enorme valor ambiental", acrescentou a advogada.
SANTIAGO