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Estado de Minas WASHINGTON

Rela��es China-EUA em um terreno perigoso


06/08/2022 11:32

Uma crise passageira em uma rela��o turbulenta ou o in�cio de um antagonismo duradouro? A diplomacia americana caminha em uma linha fina em seu relacionamento com a China, o que leva diversos analistas a temer por consequ�ncias a longo prazo.

A visita a Taiwan da presidente da C�mara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, provocou a irrita��o da China, que considera a ilha parte de seu territ�rio.

E a Casa Branca, at� o momento muito comedida, condenou o comportamento "irrespons�vel" de Pequim, assim como suas manobras militares perto de Taiwan, ao mesmo tempo que se esfor�a para n�o dificultar ainda mais uma rela��o particularmente tensa.

De acordo com Washington, a visita de Pelosi � ilha n�o muda nada no que diz respeito � pol�tica de uma s� China.

"N�o queremos crises, n�o buscamos provocar uma crise com a China", disse na sexta-feira o porta-voz do Conselho Nacional de Seguran�a, John Kirby, depois de pedir a Pequim para reduzir a tens�o na regi�o e desistir das manobras militares.

Mas isto n�o impediu a China de suspender no mesmo dia a coopera��o com os Estados Unidos nas discuss�es sobre a mudan�a clim�tica e em outras �reas, ao mesmo tempo que o pa�s executava as maiores manobras militares da hist�ria perto de Taiwan.

A visita de Pelosi � ilha tamb�m deixou evidente como � vago o conceito de "ambiguidade estrat�gica" que o governo dos Estados Unidos mant�m a respeito de Taiwan h� v�rias d�cadas.

A Casa Branca tentou impedir a viagem, mas sem um pedido direto a Pelosi para n�o parecer uma concess�o �s press�es de Pequim.

- Duas frentes -

Analistas apontam que o momento da viagem n�o foi bem escolhido e alertam para uma escalada perigosa, quando os Estados Unidos e seus aliados ocidentais est�o diante de um conflito indireto com a R�ssia ap�s a invas�o da Ucr�nia.

"N�o sabemos se as tens�es s�o algo apenas tempor�rio, mas o momento da visita foi particularmente mal escolhido", afirmou � AFP Bonnie Glaser, analista em China do centro de estudos German Marshall Fund.

"N�o acredito que seguimos para um conflito armado, mas a rela��o China-EUA enfrenta um momento muito ruim", completou.

A analista considera "particularmente preocupante" a suspens�o de acordos de coopera��o cruciais para a estabilidade da regi�o, como o de coopera��o militar mar�tima que busca justamente evitar uma escalada.

Para Glaser, Washington sem d�vida "subestimou" a irrita��o provocada na opini�o p�blica chinesa e a rea��o do presidente Xi Jinping antes do congresso do Partido Comunista, que acontecer� no �ltimo trimestre do ano e deve ratificar seu nome para um terceiro mandato.

Outro analista, Robert Sutter, professor na Universidade George Washington, acredita que as "consequ�ncias de disparos de m�sseis e outros atos militares provocativos ser�o sentidos nos pr�ximos dias e, possivelmente, semanas, assim como outras medidas chinesas".

"O alcance das repres�lias chinesas que buscam mostrar sua desaprova��o � visita de Pelosi pode n�o ser conhecido por algum tempo".

Para o jornalista Thomas Friedman, o governo dos Estados Unidos correu o risco de ser "arrastado para conflitos indiretos com duas pot�ncias nucleares, R�ssia e China".

"� a base de toda aula de geopol�tica: n�o se abrem duas frentes ao mesmo tempo com duas outras superpot�ncias", escreveu em um artigo no jornal New York Times antes da visita de Pelosi a Taiwan.

Outros analistas, no entanto, s�o menos alarmistas e afirmam que as autoridades chinesas n�o querem a guerra.

"� claro que provavelmente iniciar� um per�odo prolongado de tens�o", afirmou Timothy Heath, da Rand Corporation.

"Mas n�o vejo nenhum sinal de que os l�deres chineses ou o aparato do Partido preparem a popula��o para uma guerra aberta, apenas para recuperar Taiwan. Xi Jinping (...) n�o quer realmente entrar em guerra conosco".

THE NEW YORK TIMES COMPANY


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