Quase 28.000 casos foram confirmados em todo o mundo e as primeiras mortes foram registradas.
- O perfil -
A var�ola dos macacos j� era conhecida h� algumas d�cadas em alguns pa�ses africanos.
Mas a atual epidemia apresenta v�rias particularidades, a come�ar pelo perfil dos pacientes.
S�o principalmente homens adultos que mant�m rela��es homossexuais, ao contr�rio do que acontece na �frica, onde a doen�a afeta principalmente as crian�as.
Nas �ltimas semanas, tr�s estudos publicados nas principais revistas m�dicas de refer�ncia - British Medical Journal (BMJ), Lancet e New England Journal of Medicine (NEJM) - descreveram o quadro cl�nico da doen�a, mas os dados s�o precoces, obtidos a partir de algumas centenas de casos.
Os estudos confirmam que quase todos os casos afetam homens que mant�m rela��es sexuais com outros homens.
- Como � transmitida? -
A predomin�ncia do perfil n�o � uma surpresa porque j� havia sido documentada com a detec��o dos primeiros casos.
A doen�a �, portanto, transmitida por via sexual?
Alguns especialistas em sa�de p�blica temem que uma resposta definitiva estigmatize a comunidade homossexual.
Mas os estudos mais recentes s�o claros. "Nosso trabalho respalda a ideia de que um contato corporal durante a atividade sexual constitui o mecanismo dominante de transmiss�o da var�ola dos macacos na epidemia atual", resume o estudo da Lancet, realizado em v�rios hospitais da Espanha.
A conclus�o est� baseada, em particular, no fato de que a carga viral era muito mais elevada nas les�es cut�neas dos pacientes, em compara��o com a registrada no sistema respirat�rio.
Alguns pesquisadores haviam mencionado a ideia de que a transmiss�o por via a�rea tamb�m desempenharia um papel importante na contamina��o, mas estas descobertas provocam perguntas sobre esta teoria.
Isto n�o significa que a doen�a � transmitida atrav�s do esperma. A hip�tese n�o est� descartada, mas as pesquisas atuais n�o comprovaram a tese.
- Quais os sintomas? -
Os tr�s estudos confirmam tamb�m que a epidemia atual se distingue por seus sintomas, que "s�o diferentes dos que foram observados em popula��es afetadas por epidemias anteriores" na �frica, explica o estudo do BMJ, realizado no Reino Unido.
Dois elementos fundamentais da doen�a: a febre, �s vezes acompanhada de dores musculares, e les�es corporais, que se transformam em crostas.
Os detalhes variam e a quest�o certamente est� vinculada � transmiss�o, porque entre os pacientes recentes algumas manifesta��es f�sicas parecem estar relacionadas com uma contamina��o durante uma rela��o sexual.
Em cada estudo as les�es est�o concentradas no �nus, no p�nis e na boca. A isto s�o adicionadas complica��es muito pouco observadas at� agora: uma inflama��o do reto ou um edema no p�nis.
Quase 40% dos casos t�m complica��es, segundo um estudo da Lancet, enquanto 20% dos pacientes precisaram de hospitaliza��o, de acordo com a pesquisa do NEJM.
Segundo este �ltimo estudo "n�o foi detectada nenhuma complica��o grave".
- Os dados que falta -
Embora os estudos permitam um conhecimento melhor da doen�a, muitas perguntas continuam sem resposta.
A primeira � a efic�cia das vacinas. O estudo da Lancet mostra que uma parte consider�vel dos doentes (18%) havia sido vacinada contra a var�ola, que supostamente protege contra a var�ola dos macacos.
Os pacientes contraem a var�ola dos macacos em alguns casos d�cadas depois da aplica��o da vacina, o que explicaria a prote��o menor.
Finalmente, resta determinar se a pessoa corre mais riscos quando sofre de outra doen�a. Quase 40% dos pacientes estudados pela Lancet estavam infectados pelo HIV. Mas � imposs�vel saber se existe uma liga��o direta ou se � uma simples correla��o.
PARIS