Qu�micos de Estados Unidos e China anunciaram nesta quinta-feira (18) terem descoberto um m�todo inovador para degradar esses compostos contaminantes, conhecidos como PFAS, usando temperaturas relativamente baixas e reagentes comuns.
Os resultados de suas pesquisas foram publicados na revista "Science" e podem representar uma solu��o para uma fonte permanente de danos ao meio ambiente, ao gado e aos seres humanos.
"Realmente � por isso que fa�o ci�ncia, para ter um impacto positivo no mundo", disse a jornalistas durante coletiva de imprensa o principal autor do estudo, William Dichtel, da Universidade Northwestern.
Os PFAS, ou subst�ncias de perfluoroalquil e polifluoroalquil, foram desenvolvidos pela primeira vez na d�cada de 1940 e est�o presentes agora em uma variedade de produtos, que incluem frigideiras antiaderentes, t�xteis imperme�veis e espumas para extin��o de inc�ndio.
Com o tempo, os contaminantes se espalharam e se acumularam no meio ambiente, penetrando no ar, no solo, nas �guas subterr�neas, nos lagos e rios como resultado de processos industriais e da degrada��o em lix�es.
Um estudo publicado na semana passada por cientistas da Universidade de Estocolmo demonstrou que a �gua da chuva em todo o planeta n�o � segura para beber devido � contamina��o por PFAS.
A exposi��o cr�nica - inclusive em n�veis baixos - tem sido relacionada a danos hep�ticos, colesterol alto, baixa resposta imunol�gica, defici�ncia de peso ao nascer e v�rios tipos de c�ncer.
Embora os produtos qu�micos PFAS possam ser filtrados e eliminados da �gua, h� poucas solu��es para descart�-los uma vez eliminados.
- Dez menos, faltam milhares -
Os m�todos atuais para destruir os PFAS requerem tratamentos intensos, como a incinera��o a temperaturas extremamente altas ou a irradia��o com ondas ultrass�nicas. A indestrutibilidade dos PFAS se deve a suas liga��es de fluoreto de carbono, uma das mais fortes da qu�mica org�nica.
O fl�or � o elemento mais eletronegativo e acumula el�trons, enquanto o carbono busca compartilh�-los. As mol�culas de PFAS cont�m longas cadeias destas liga��es, mas os cientistas encontraram um ponto fraco.
Em um extremo da mol�cula h� �tomos de oxig�nio que podem ser atacados com um solvente e um reagente comum a temperaturas de 80 a 120 graus Celsius, decapitando, assim, a cabe�a do grupo molecular e deixando uma cauda reativa.
Uma segunda parte do estudo se concentrou no uso de poderosos m�todos computacionais para mapear a mec�nica qu�ntica por tr�s das rea��es qu�micas que a equipe executou para destruir as mol�culas.
"Quando isto ocorre, acessa-se vias n�o reconhecidas anteriormente, que fazem com que toda a mol�cula se desintegre em uma s�rie de rea��es complexas", disse Dichtel, que em �ltima inst�ncia tornam benignos os produtos finais. O novo procedimento poderia, eventualmente, levar a melhorias no m�todo de destrui��o.
O estudo atual se concentrou em 10 produtos qu�micos PFAS, inclusive em um contaminante chamado GenX, que contaminou o rio Cape Fear, no estado da Carolina do Norte.
Mas isso � apenas a ponta do iceberg, pois a Ag�ncia de Prote��o Ambiental americana identificou mais de 12.000 produtos qu�micos PFAS. "H� outras classes que n�o t�m o mesmo calcanhar de Aquiles, mas cada uma ter� a sua pr�pria fragilidade. Se pudermos identific�-la, ent�o saberemos como ativ�-la para destru�-la", destacou Dichtel.
WASHINGTON