
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump pediu a um juiz que interrompa a investiga��o do Departamento de Justi�a de arquivos apreendidos em sua casa em Mar-a-Lago, no Estado da Fl�rida.
Em um processo, sua equipe jur�dica solicitou que um advogado independente fosse nomeado para supervisionar os documentos que os agentes do FBI, a pol�cia federal americana, levaram do local no in�cio deste m�s.
Trump est� sendo investigado por poss�veis irregularidades no manuseio de documentos oficiais.
Os presidentes dos EUA devem transferir todos os seus documentos e e-mails para uma ag�ncia governamental chamada National Archive (Arquivo Nacional) — e o FBI est� investigando se Trump manipulou os registros indevidamente, levando-os da Casa Branca para Mar-a-Lago depois que deixou o cargo, em janeiro de 2021.
Trump nega qualquer irregularidade e diz que os itens foram desclassificados, ou seja, perderam a classifica��o de confidencial ou de acesso restrito.
No documento de 27 p�ginas apresentado a um tribunal da Fl�rida, a equipe jur�dica de Trump acusa a busca do Departamento de Justi�a querer "vasculhar documentos politicamente �teis ou apoiar esfor�os para impedir que o presidente Trump se candidate novamente".
"O presidente Donald J Trump � claramente o favorito nas prim�rias presidenciais republicanas de 2024 e nas elei��es gerais de 2024, caso decida concorrer", diz o texto. "A aplica��o da lei � um escudo que protege os americanos", continua. "N�o pode ser usada como arma para fins pol�ticos."
A "a��o chocantemente agressiva" em Mar-a-Lago por cerca de duas dezenas de agentes do FBI ocorreu "sem compreens�o da ang�stia que causaria � maioria dos americanos", disseram os advogados de Trump.
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O Departamento de Justi�a informou em um breve comunicado que os promotores estavam cientes do processo de Trump e responderiam no tribunal.
O "mandado de busca em Mar-a-Lago foi autorizado por um tribunal federal mediante a necess�ria constata��o de causa prov�vel", disse Anthony Coley, porta-voz do �rg�o.
O jornal americano New York Times informou na segunda-feira (22/8) que os agentes recuperaram at� o momento mais de 300 documentos com marcas de seguran�a nacional de Trump, incluindo material da CIA (ag�ncia de intelig�ncia americana), da Ag�ncia de Seguran�a Nacional e do FBI.
A apela��o de Trump foi apresentada em West Palm Beach, Fl�rida, no mesmo dia, perante um juiz que o ex-presidente nomeou em 2020.
No processo, seus advogados pedem uma lista mais detalhada do que exatamente foi retirado de sua propriedade. Tamb�m cobram do governo que devolva qualquer item que n�o esteja no escopo do mandado de busca.
A equipe de defesa de Trump tamb�m solicitou que um advogado terceirizado "neutro" seja trazido para determinar se os arquivos apreendidos estariam cobertos pelo "privil�gio executivo", o que permite aos presidentes manter certas comunica��es em sigilo.
Esses advogados s�o normalmente nomeados em casos criminais em que h� preocupa��es de que algumas evid�ncias possam ser protegidas sob sigilo advogado-cliente, ou outras prote��es.
O processo argumenta que Trump estava cooperando com agentes antes que o FBI aparecesse sem aviso pr�vio em sua casa.
Seus advogados dizem que o mandado foi muito amplo e que a busca violou a Quarta Emenda da Constitui��o dos EUA, que protege os americanos contra buscas e apreens�es arbitr�rias.
Sua equipe jur�dica tamb�m acusa o governo de vazar "justificativas sempre mut�veis %u200B%u200Be imprecisas" para meios de comunica��o privilegiados.

A equipe jur�dica de Trump diz que tr�s dias ap�s a busca contatou um agente do FBI que havia visitado Mar-a-Lago em junho para pedir sua ajuda e passar uma mensagem pessoal do ex-presidente ao procurador-geral, Merrick Garland.
A breve mensagem gravada no processo de segunda-feira dizia que Trump tinha ouvido "de pessoas de todo o pa�s sobre o ataque".
"Se houvesse uma palavra para descrever o estado de esp�rito deles, seria 'raiva'", continuou a mensagem de Trump.
"A temperatura est� aumentando. A press�o est� aumentando. O que eu puder fazer para diminuir o calor, diminuir a press�o, � s� nos avisar."
O juiz que aprovou o mandado — uma investiga��o criminal sem precedentes envolvendo a resid�ncia de um ex-presidente dos EUA — ainda est� determinando se deve liberar a prova juramentada que foi apresentada como justificativa para a busca do FBI.
Na segunda-feira, o juiz magistrado Bruce Reinhart disse que as reda��es propostas pelo governo para a declara��o juramentada eram t�o extensas que a tornavam "sem sentido" se divulgada, embora ele tenha dito que ainda acredita que ela n�o deve permanecer completamente confidencial devido ao interesse p�blico no caso.
Trump j� havia afirmado que n�o havia feito nada de errado, argumentando que todos os documentos que ele tirou da Casa Branca quando deixou o cargo em janeiro de 2021 j� haviam sido desclassificados por ele.
- Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62643944
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