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Estado de Minas KUTUPALONG

Ap�s cinco anos de �xodo, o hino birman�s ressoa entre os rohingyas


23/08/2022 08:31

Toda manh�, em sua escola do acampamento de refugiados rohinygas em Bangladesh, Mohammad Yusuf deve cantar o hino nacional de Mianmar, pa�s do qual sua fam�lia fugiu devido aos massacres do ex�rcito h� cinco anos e ao qual voltar parece uma ideia ainda muito distante.

Quase 740.000 pessoas desta etnia majoritariamente mu�ulmana fugiram da ofensiva brutal do ex�rcito birman�s, que completa cinco anos na quinta-feira (25), e encontraram asilo no vizinho Bangladesh, onde j� vivia uma grande comunidade de refugiados de outras ondas de viol�ncia.

Durante grande parte desse tempo, Yusuf, agora com 15 anos, e as muitas crian�as nos campos de refugiados tiveram pouca ou nenhuma escolaridade, porque Bangladesh viu isso como um sinal de que sua presen�a no pa�s iria durar.

Mas um retorno parece muito distante ap�s o golpe militar em Mianmar no ano passado, o que levou as autoridades locais a permitir que o Unicef intensificasse o programa escolar para apoiar 130.000 crian�as e, eventualmente, chegar a todos.

Apesar disso, o objetivo final � que os refugiados voltem para casa. Por isso, a matr�cula e o programa acad�mico s�o birmaneses e toda manh� devem come�ar as aulas cantando o hino nacional de seu pa�s.

Apesar da persegui��o e das acusa��es de tentativa de genoc�dio em Mianmar, um pa�s majoritariamente budista que geralmente trata os rohingyas como estrangeiros, Yusuf gosta do hino e o considera um s�mbolo de desafio e do futuro retorno.

"Mianmar � a minha p�tria", disse � AFP. "O pa�s n�o nos provocou danos. Os poderosos fizeram isto. Minha irm� pequena morreu l�. Nosso povo foi massacrado", lamentou.

"Ainda assim, � meu pa�s e o amarei at� o fim", acrescentou.

- "Bombas-rel�gio" -

A educa��o � um s�mbolo da ambiguidade de Bangladesh em rela��o aos refugiados rohingyas, alguns deles transferidos para uma ilha remota, desabitada e propensa a inunda��es.

"Este curr�culo acad�mico os lembra que eles s�o de Mianmar, para onde retornar�o um dia", disse � AFP o vice-comiss�rio para refugiados Shamsud Douza. Mas quando esse dia chegar�, ningu�m sabe.

A alta comiss�ria da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, destacou durante uma visita no m�s passado que as condi��es "n�o eram adequadas para o retorno".

A repatria��o poder� acontecer apenas "quando houver condi��es seguras e sustent�veis em Mianmar", acrescentou.

Descartou a sugest�o de que os acampamentos rohingyas se tornar�o uma "nova Gaza", mas as autoridades de Bangladesh s�o cada vez mais conscientes dos riscos que uma ampla popula��o de refugiados desfavorecidos pode gerar a longo prazo.

Metade das quase um milh�o de pessoas nos acampamentos s�o menores de 18 anos.

A seguran�a nesses recintos � um grande problema devido � presen�a de grupos criminosos que introduzem anfetaminas atrav�s da fronteira. Nos �ltimos cinco anos houve mais de cem assassinatos.

H� tamb�m grupos insurgentes armados que j� mataram dezenas de l�deres comunit�rios e est�o sempre procurando recrutar jovens entediados.

Esses jovens sem expectativas, que tamb�m n�o podem deixar os acampamentos, s�o alvos de traficantes de pessoas que lhes prometem um lugar em um barco para fugir para uma vida melhor.

Todas as crian�as "podem ser bombas-rel�gio", adverte Rahman. "Crescer em um acampamento sem educa��o, esperan�a e sonhos... n�o sabemos que monstros eles se tornar�o", afirmou.

Persiste o temor de que Bangladesh mude de ideia e cancele o projeto educacional, como fez com um programa de escola particular que atendia 30.000 crian�as este ano.


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