A embaixada americana em Kiev alertou que a R�ssia est� disposta a intensificar os bombardeios "nos pr�ximos dias" na Ucr�nia e pediu para que os cidad�os ucranianos deixem o pa�s o quanto antes pelos "meios de transporte terrestre privados dispon�veis".
Ap�s o recuo das for�as russas dos arredores de Kiev no fim de mar�o, os principais combates se concentram no leste da Ucr�nia, onde Moscou avan�ou de maneira lenta at� chegar a uma fase de estagna��o, e no sul, onde as tropas ucranianas anunciaram uma lenta contraofensiva.
"Devemos estar cientes de que provoca��es russas repugnantes e bombardeios brutais s�o poss�veis amanh�", alertou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em sua tradicional mensagem noturna.
Zelensky referia-se ao anivers�rio da independ�ncia da Ucr�nia, nesta quarta-feira, que coincide com os seis meses do in�cio da invas�o russa.
"� claro que responderemos a toda manifesta��o de terrorismo russo", completou o presidente da Ucr�nia, que durante o dia reuniu-se com o colega polon�s, Andrzej Duda, um de seus principais apoiadores.
- "Nenhuma fraqueza" -
O presidente franc�s, Emmanuel Macron, tamb�m endureceu o tom e urgiu a comunidade internacional a n�o mostrar "fraqueza" na queda de bra�o com a R�ssia, em um discurso exibido por v�deo aos participantes na confer�ncia da Plataforma da Crimeia, em Kiev.
Macron garantiu que o apoio da UE � Ucr�nia na luta contra a invas�o russa continuar� "a longo prazo".
"Nunca reconheceremos qualquer tentativa de mudan�a de status de nenhuma parte da Ucr�nia", afirmou o chefe do governo alem�o, Olaf Scholz, cujo pa�s enviar� novas armas a Kiev no valor de 500 milh�es de euros com entrega prevista para 2023.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, afirmou em entrevista � AFP que Putin aposta na "relut�ncia" dos europeus em arcar com as consequ�ncias econ�micas da guerra.
Com isso, Borrell insistiu que a uni�o entre os 27 pa�ses do bloco � uma miss�o que deve ser reafirmada "diariamente".
Borrell tamb�m afirmou que Putin "est� brincando com fogo", em refer�ncia � central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, a maior da Europa, ocupada por tropas russas desde mar�o e que ambas as partes acusam-se mutuamente de bombardear.
- Julgamento de prisioneiros de guerra -
A ministra francesa de Rela��es Exteriores, Catherine Colonna, abordou por telefone com seu colega russo, Serguei Lavrov, uma poss�vel visita de inspetores da Ag�ncia Internacional de Energia At�mica (AIEA) � central de Zaporizhzhia.
Essa visita, que busca "diminuir o risco de um grave acidente nuclear na Europa", poderia acontecer "em alguns duas caso as negocia��es em andamento cheguem a uma conclus�o positiva", indicou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.
J� a ONU mostrou preocupa��o com a possibilidade da R�ssia julgar prisioneiros de guerra ucranianos na cidade de Mariupol, capturados em maio.
"O direito internacional humanit�rio pro�be a cria��o de tribunais destinados unicamente a julgar prisioneiros de guerra", declarou uma porta-voz do Alto Comissariado das Na��es Unidas para os Direitos Humanos.
- "Morreu no front" -
Em Moscou, centenas de pessoas assistiram ao funeral de Daria Duguina, filha do ide�logo e escritor ultranacionalista Alexander Duguin, assassinada no s�bado na explos�o de seu carro perto da capital russa.
Duguina, jornalista e cientista pol�tica de 29 anos, era, assim como o pai, uma fervorosa apoiadora da invas�o russa da Ucr�nia.
"Foi um crime b�rbaro, para o qual n�o h� perd�o poss�vel. N�o pode haver miseric�rdia para os organizadores (do ataque), nem para quem o encomendou, nem para quem o executou", afirmou Lavrov.
"Ela morreu pelo povo, pela R�ssia, no front. O front � aqui", afirmou Dugin.
Os servi�os de seguran�a russos (FSB) afirmaram na segunda-feira que o atentado foi preparado e executado pelos servi�os de intelig�ncia ucranianos. A Ucr�nia o desmentiu e acusou a R�ssia de ter cometido esse crime para tentar remobilizar a opini�o p�blica.
"� claro que n�o � nossa responsabilidade. N�o � uma cidad� de nosso pa�s, n�o nos interessa", respondeu secamente Zelensky nesta ter�a-feira.
KIEV