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Estado de Minas TEPOZTL�N

M�xico, reduto do turismo 'zen' em um mundo em crise


26/08/2022 14:51

O M�xico, al�m de suas praias e pir�mides, oferece uma fus�o de conhecimentos pr�-hisp�nicos e orientais que atrai um fluxo crescente de turistas "zen", ansiosos para curar sua alma em um mundo ferido pela mudan�a clim�tica e a pandemia.

A primeira escala, a uma hora de carro da Cidade do M�xico, � Tepoztl�n, um vilarejo pitoresco erguido ao p� de uma montanha e que se transformou em ref�gio de fim de semana para turistas, artistas, intelectuais e at� observadores de �vnis.

"Tepoz", como � conhecido, e o vilarejo vizinho Amatl�n, seduzem tanto mexicanos como estrangeiros em busca de "boas vibra��es", longe das cidades e das vacinas obrigat�rias.

"Adoro as vibra��es daqui", disse � AFP Ania, uma residente russa de 31 anos que deixou suas malas aos p�s do monte Tepozteco, local de nascimento, segundo a lenda, de Quetzalcoatl, deus adorado pelos povos mesoamericanos.

"As pessoas est�o mais relaxadas, est�o mais espirituais. Elas vivem comemorando o hoje", acrescentou a jovem, enquanto percorria um mercado de produtos org�nicos.

Por�m, alcan�ar um estado zen em "Tepoz" custa caro. Os hot�is s�o mais caros, com pre�os a partir de 50 d�lares a noite. E n�o faltam "centros hol�sticos m�sticos" para retiros espirituais, ioga e medita��o.

"Desde a pandemia, chegou muita gente a Tepoztl�n. Estrangeiros que vieram viver aqui, gente da Cidade do M�xico", comenta Alizbeth Camacho, do centro hol�stico Luz Azul.

A mulher, que antes se dedicava ao fotojornalismo, oferece aos visitantes "fotos da aura" para que possam visualizar seu carma e alinhamento de chacras por 16 d�lares.

- 'Viagem interior' -

O turismo zen no M�xico remonta aos anos 1970, quando o antrop�logo peruano-americano Carlos Casta�eda vendeu um milh�o de livros sobre os ensinos do xam� yaqui Don Juan Matus, origin�rio do deserto de Sonora (noroeste).

Para esses turistas, o M�xico n�o seria o que � sem a cultura dos fungos alucin�genos, cujo m�ximo exponente foi Mar�a Sabina, uma xam� que o americano Robert Godon Wasson descobriu para o mundo nos anos 1950.

Cinco d�cadas depois da era hippie, ainda � poss�vel consumir peiote com algumas comunidades, como os yaquis e os wix�rikas.

Tamb�m � poss�vel acessar facilmente o para�so artificial em San Jos� del Pac�fico, um vilarejo encravado nas montanhas de Oaxaca (sul), estado onde nasceu Mar�a Sabina.

Basta encontrar um "guia" para a "viagem", como Pedro Ram�rez, que conduz quatro jovens mexicanos e tr�s estrangeiros por essa experi�ncia.

"Ser� uma viagem interior", disse, ao mostrar os fungos. "Talvez comece com um pouco de medo, mas, em pouco tempo, como aos 10 ou 15 minutos, j� muda para um estado de muitos risos, depois talvez haja um pouco de choro", acrescentou.

"Estou buscando respostas e, sobretudo, aceita��o depois da morte do meu marido", afirmou Araceli P�rez Navarrete, cujo esposo era m�dico e morreu de covid-19 em 2020.

"Quero viver e n�o sobreviver como acredito que vinha fazendo", acrescentou, uma semana depois de vivenciar a experi�ncia alucin�gena.

Mas tamb�m h� viagens dif�ceis, as 'bad trips', como aconteceu com um dos membros do grupo.

- Vapor purificador -

O temazcal, banho de vapor com ervas arom�ticas, � outra heran�a pr�-hisp�nica que atrai o turismo espiritual.

Nicol�s L�pez, de 65 anos, perpetua esse ritual de purifica��o perto das pir�mides de Palenque, diante das montanhas de Chiapas (sul).

Com o torso desnudo, os visitantes entram em uma estrutura circular feita de terra seca, aquecida com pedras quentes. As pessoas dan�am em meio aos vapores da �rvore copal e ao ritmo de tambores.

"Para mim, significa algo sagrado, algo puro [...], deixar sair todo o mau, doen�as, e atrair coisas puras e positivas", contou Valeria depois de suar no temazcal junto com seu esposo e sua filha de 14 anos.

Este banho de vapor busca "despertar nosso esp�rito, nossa alma", explicou Nicol�s, enquanto esperava a chegada de outros turistas mexicanos, americanos e italianos.

Em 2021, o M�xico recebeu cerca de 32 milh�es de turistas estrangeiros, alguns dos quais chegaram repetindo o mesmo mantra: "buscar a cura".


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