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Estado de Minas CORINTO

Sem terra desafiam 'ultimato' do governo da Col�mbia para desocupar fazendas


31/08/2022 19:02

Ind�genas e camponeses sem terra, que ocuparam fazendas privadas no sudoeste da Col�mbia, desafiaram o "ultimato" oficial para desocup�-las, no que pode ser tornar o primeiro conflito social do governo do presidente Gustavo Petro.

"Como camponeses sem terra, vamos continuar (nas fazendas). Se for preciso brigar com o mesmo governo que colocamos l�, teremos que brigar", advertiu um de seus l�deres, que falou com a AFP sob a condi��o de anonimato, temendo uma "persegui��o judicial".

Cerca de mil fam�lias ocupam h� um ano duas fazendas de cana no munic�pio de Corinto, no departamento (estado) de Cauca.

Frente � expectativa gerada pela reforma proposta por Petro para redistribuir a propriedade rural, multiplicaram-se as invas�es de terras, segundo associa��es de pecuaristas e usineiros.

Nesta ter�a, o governo recha�ou estas a��es. O ministro da Defesa, Iv�n Vel�squez, lembrou que a pol�cia est� autorizada a retomar as constru��es "dentro das 48 horas seguintes � ocupa��o".

Os camponeses interpretaram suas palavras como um ultimato, ati�ando as tens�es em Corinto.

"O comunicado lan�ado pelo presidente � algo muito preocupante para o processo que n�s estamos realizando", comentou o dirigente das comunidades.

A desocupa��o, refor�ou, implicaria "alguma arremetida, algum atropelo da for�a p�blica".

Os ocupantes vivem nas constru��es prec�rias das fazendas, que n�o t�m mais portas ou janelas. Outros ergueram acampamentos nas terras invadidas.

Eventualmente, enfrentam a pol�cia com atiradeiras e pedras. Desde a chegada de Petro ao poder, em 7 de agosto, os confrontos tinham parado, mas com o chamado de aten��o do governo, poderiam voltar.

"Esse tipo de amea�as e a��es jur�dicas do governo n�o s�o novos e prosseguimos aqui", afirmou o l�der de outras fam�lias que tamb�m ocupam s�tios em Corinto.

No entanto, "aqui tem muita fortaleza", advertiu o dirigente, que tamb�m se absteve de se identificar por motivos de seguran�a.

- Primeiro o di�logo -

Nesta quinta-feira, o ministro da Defesa esclareceu que n�o deu "nenhuma ordem excepcional" para que a pol�cia ou o ex�rcito desocupem as fazendas. "A instru��o � privilegiar sempre o di�logo sobre as medidas de for�a", tuitou.

Petro, primeiro presidente de esquerda da Col�mbia, prev� realizar uma "reforma agr�ria" para redistribuir a propriedade rural no pa�s onde mais se concentra terra em poucas m�os, segundo a ONG inglesa Oxfam.

No �mbito desta pol�tica, o governo anunciou que ceder� aos "colombianos mais vulner�veis" as propriedades apreendidas de corruptos e da m�fia do narcotr�fico.

O acesso � terra est� no centro do conflito armado que castigou a Col�mbia por quase seis d�cadas.

Surgidos nas d�cadas de 1960, no calor da Guerra Fria, v�rios grupos, formados em sua maioria por camponeses, pegaram em armas para exigir uma redistribui��o da propriedade agr�cola.

Os paramilitares de extrema direita, inimigos declarados dos insurgentes, expulsaram violentamente milhares de fam�lias de suas terras para depois vend�-las a pecuaristas ou latifundi�rios.

Em 2018, ind�genas do povo Nasa, no Cauca, come�aram a ocupar grandes fazendas para libertar, segundo proclamam, a "M�e Terra".

Quando ocupam um terreno, costumam expulsar os trabalhadores e erradicar a cana - que consideram uma monocultura nociva - para substitu�-la por zonas de reflorestamento e pequenos cultivos de arroz e banana.

Em algumas vias, podem ser vistos troncos e valas abertas pelos camponeses para impedir o avan�o dos ve�culos da tropa de choque da pol�cia. Tamb�m patrulham a �rea com r�dios para alertar sobre a presen�a de autoridades.

Assim como outras comunidades que se somaram a esta pr�tica, os nasa justificam as invas�es, alegando a m� qualidade e a superpopula��o das terras altas que margeiam o vale f�rtil onde a cana � cultivada.

Segundo os dados mais recentes da Oxfam, 1% das fazendas de maior porte tem em seu poder 81% da terra na Col�mbia.


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