A mulher de 25 anos, que afirma se chamar Elaha, explica que Saeed Khosty, ex-porta-voz do Minist�rio do Interior do regime fundamentalista isl�mico, abusou sexualmente dela.
Khosty nega e afirma que se divorciou de Elaha ap�s um "casamento consensual".
Tanto as acusa��es quanto as nega��es foram compartilhadas milhares de vezes nas redes sociais no Afeganist�o, onde esses detalhes �ntimos geralmente n�o s�o divulgados publicamente.
No v�deo, divulgado na ter�a-feira, Elaha, que afirma estar estudando medicina na Universidade de Cabul, relata, chorando, a prova��o que viveu por v�rios meses.
"Me bateu. Me estuprou. Eu n�o sabia o que fazer. Ele me gravou e amea�ou publicar o v�deo", conta a jovem.
Elaha, que se apresenta como filha de um ex-general afeg�o, explica que tentou fugir, mas foi interceptada no posto de controle de Torkham, na fronteira com o Paquist�o, de onde foi transferida para uma pris�o em Cabul.
Ela diz que foi ordenada a se desculpar com o oficial do Talib�, mas se recusou e foi espancada.
N�o se sabe de onde o v�deo foi postado ou onde ela est� atualmente.
"[Elaha] tinha alguns problemas em rela��o �s suas cren�as e f�. Tentei corrigi-la falando e dando conselhos, mas n�o funcionou", defendeu-se o oficial talib� em um comunicado postado no Twitter.
"Eu nunca bati nela, mas, usando meus direitos isl�micos, me divorciei. Me arrependo do meu casamento, contra�do de forma apressada", acrescentou.
Segundo ele, a jovem � livre para denunci�-lo. "Se provar que sou culpado, o tribunal poder� me punir. Se ela n�o acredita nos tribunais do Emirado Isl�mico, estou disposto a ir ao tribunal que ela quiser", disse Saeed Khosty.
"Pe�o desculpas aos mujahideen [combatentes] do Emirado Isl�mico e � na��o afeg�. Que Deus me perdoe", concluiu o Talib�.
Depois que o v�deo apareceu, a hashtag #justicaparaElaha se tornou viral nas redes sociais.
Saeed Khosty recebeu apoio de alguns talib�s, inclusive nas redes sociais.
No ano passado, o l�der supremo do Talib�, Hibatullah Akhundzada, emitiu um decreto ordenando que medidas estritas fossem tomadas contra aqueles que "for�am as mulheres a se casarem sob compuls�o ou press�o".
CABUL