Langhoff e seus companheiros estavam do outro lado da rua do apartamento que foi invadido por militantes palestinos armados em 5 de setembro de 1972, para fazer nove atletas israelenses ref�ns.
Langhoff assistiu impotente, de sua sacada, as cenas horr�veis, desde o momento em que os terroristas deixaram o corpo sem vida de um t�cnico israelense na rua at� as tensas negocia��es entre os sequestradores e a pol�cia da Alemanha Ocidental.
"Era como estar em uma guerra", disse ele, que, aos seis anos de idade, viu cad�veres de soldados alem�es em sepulturas cavadas �s pressas.
"Essas mem�rias da guerra voltaram" quando ele viu os homens armados carregando o corpo do treinador de luta livre israelense Moshe Weinberg para a rua, disse ele � AFP.
Um golpe ainda mais dif�cil de suportar, considerando que os Jogos come�aram bem, diz Langhoff, que ainda tem uma figura imponente aos 82 anos.
Langhoff foi um dos poucos cidad�os da Alemanha Oriental autorizados a deixar o pa�s pela primeira vez e chegou a Munique "com grandes expectativas".
A primeira semana nas Olimp�adas foi "excelente, muito alegre", disse ele.
Mas a alegria acabou de repente, quando o secret�rio-geral da equipe o acordou �s 05h30 da manh�.
"Ele veio me ver na sala e disse: 'Klaus, informe todos os jogadores. L�, nos dormit�rios israelenses, houve um tiroteio e um ataque terrorista'", contou Langhoff.
Com os jogos suspensos pela primeira vez na hist�ria ol�mpica, a equipe se preparou para um cancelamento total.
No final, no entanto, as partidas foram interrompidas apenas por 34 horas, com o ent�o presidente do Comit� Ol�mpico Internacional, Avery Brundage, declarando que "os Jogos devem continuar".
De acordo com Langhoff, foi "duas vezes mais dif�cil" para ele se concentrar em seus objetivos esportivos ap�s o ataque. A equipe perdeu para a Uni�o Sovi�tica e, no final, ficou em quarto lugar.
Apesar de sua experi�ncia angustiante, a equipe foi recebida com incompreens�o pelo p�blico da Alemanha Oriental ao voltar para casa.
"S� as medalhas contavam", lembrou. "Para n�s na RDA (Alemanha Oriental), terminar em quarto foi um choque para o sistema. Quer dizer, n�o havia campo de prisioneiros, mas apenas os tr�s primeiros lugares receberam dinheiro".
O governo da Alemanha Oriental, aliado da Organiza��o para a Liberta��o da Palestina (OLP) e hostil a Israel, se referiu oficialmente � tomada de ref�ns como uma "trag�dia", e a m�dia raramente falava sobre isso.
As autoridades comunistas "ignoraram completamente aquele ataque e n�o nos inclu�ram em nenhuma avalia��o nem nada (...) (eles) s� se preocupavam em ganhar a competi��o", explicou o ex-atleta.
ROSTOCK