Infla��o pode agravar desnutri��o infantil no Camboja

O aumento dos pre�os pode levar milhares de crian�as a desnutri��o no Camboja, um dos pa�ses mais pobres e vulner�veis ao clima da �sia.

Superados os tempos de covid-19, as tens�es internacionais, como a guerra na Ucr�nia, se fazem notar. Nesse contexto, comerciantes como Chhon Puthy afirmam que as vendas ca�ram pela metade.

Seus clientes, no povoado de Chroy Neang Nguon (norte), agora s�o mais escassos, devido ao aumento do pre�o da energia.

Os alimentos aumentaram em m�dia 5,6% em um ano, o azeite subiu 35%, segundo dados publicados em maio pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA).

"A alta dos pre�os dos alimentos pode agravar os j� elevados n�veis de desnutri��o infantil", alertou a ag�ncia de alimenta��o da ONU no Camboja.

- Preocupa��o com o desenvolvimento das crian�as -

A infla��o amea�a reverter os esfor�os para combater a desnutri��o entre os mais novos. Duas de cada tr�s crian�as menores de cinco anos foram afetadas em 2014, segundo o governo.

No hospital infantil de Angkor, em Siem Reap, casos de desnutri��o passaram de 59 em 2019 a 77 em 2021, incluindo a morte de um beb� de cinco meses.

"Nos preocupa seu crescimento futuro, especialmente seu desenvolvimento cerebral, que pode ser afetado quando forem � escola aos cinco ou seis anos", disse a enfermeira Sroen Phannsy.

Antes da pandemia, as enchentes de 2020 deixaram o pa�s vulner�vel � mudan�a clim�tica, com longos per�odos de seca que afetaram a agricultura.

Uma equipe do hospital percorre as zonas rurais para identificar os casos mais graves. ONGs tamb�m atuam h� anos no pa�s.

- Merendas gratuitas -

H� alguns meses, Chhon Puthy depende do programa de merendas gratuitas --arroz, caldo de peixe e verduras cultivadas na horta escolar -- para alimentar seus filhos e economizar um pouco de dinheiro.

O projeto, com o apoio do Programa Mundial de Alimentos (PMA), atende mais de 1.100 escolas. Na regi�o de Siam Reap, h� cerca de 50 hortas onde as crian�as aprendem a cultivar suas pr�prias verduras.

"Este programa fornece aos alunos uma alimenta��o rica e suficiente e colabora para que frequentem as aulas regularmente. As faltas reduziram muito", afirma Long Tov, diretor de uma escola de Chroy Neang Nguon.

Neste centro educacional, ap�s aulas de matem�tica ou ci�ncias, os estudantes aprendem a coletar verduras. Vireak, de 12 anos, est� contente: "Somos felizes na horta. Em casa planto uva, feij�o e tomate", explica.