Blinken impulsiona ajuda dos EUA � Ucr�nia em visita a Kiev

O secret�rio de Estado americano, Antony Blinken, visitou Kiev nesta quinta-feira (8), depois que o governo dos Estados Unidos anunciou uma ajuda militar de mais de 2,6 bilh�es de d�lares � Ucr�nia e pa�ses vizinhos, para conter a invas�o russa.

Este pacote inclui 675 milh�es de d�lares em armas, muni��es e suprimentos, 1 bilh�o em cr�ditos a longo prazo e outro 1 bilh�o em cr�ditos aos pa�ses vizinhos que se sentem amea�ados pela R�ssia.

Esta � a segunda visita de Blinken � capital ucraniana desde o in�cio da invas�o russa da Ucr�nia, em 24 de fevereiro. Ele se reuniu com o ministro ucraniano das Rela��es Exteriores, Dmytro Kuleba, e visitou um hospital infantil.

Blinken chegou ao hospital com ursinhos de pel�cia. "Trouxe alguns amigos", disse �s crian�as. "O esp�rito de suas crian�as enviam uma mensagem muito forte ao mundo", declarou.

- Aliados prometem apoio -

A visita de Blinken a Kiev coincide com uma nova s�rie de negocia��es do secret�rio de Defesa americano, Lloyd Austin, com os pa�ses aliados na base de Ramstein, na Alemanha.

Austin afirmou que Kiev n�o est� apenas resistindo aos invasores russos, mas est� executando uma contraofensiva no sul.

"Agora estamos vendo o �xito demonstr�vel de nossos esfor�os comuns no campo de batalha", disse.

A nova ajuda inclui sistemas de lan�a-foguetes do tipo GMLRS, "morteiros de 105 mm, muni��o de artilharia, Humvees, ambul�ncias blindadas, sistemas antitanque, armas leves e muito mais", disse Austin � imprensa.

O presidente dos EUA, Joe Biden, falar� com seus aliados por telefone nesta quinta-feira para "ressaltar nosso apoio cont�nuo � Ucr�nia", disse um funcion�rio da Casa Branca, que pediu anonimato.

A fonte n�o especificou quando a liga��o ocorreria ou com quais autoridades Biden planejava falar.

A reuni�o na base de Ramstein, a quinta do Grupo de Contato de Defesa da Ucr�nia, pretende demonstrar a "unidade e solidariedade" dos aliados da Ucr�nia, de acordo com o comandante do Estado-Maior americano, general Mark Milley.

Representantes de mais de 40 pa�ses e organiza��es internacionais est�o reunidos para abordar os desafios que o conflito representa em termos de armas.

"O consumo de muni��es � muito importante nesta guerra", disse o general americano Mark Milley.

A artilharia � decisiva no conflito. Os ex�rcitos ucraniano e russo se enfrentam em uma guerra de desgaste que gasta muita muni��o.

A Ucr�nia iniciou na semana passada uma contraofensiva no sul do pa�s. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou em v�rias ocasi�es que deseja recuperar "todas as regi�es sob ocupa��o russa", incluindo a Crimeia, que a R�ssia anexou em 2014.

Nesta quinta-feira, o ex�rcito ucraniano afirmou que reconquistou mais de 20 localidades controladas pelas for�as russas na regi�o de Kharkiv, no noroesta da Ucr�nia, e que tamb�m recuperou terreno no Donbass (leste) e no sul do pa�s.

Na quinta-feira � noite, Zelensky afirmou que recebeu "boas not�cias da regi�o de Kharkiv", no nordeste, onde h� "localidades nas quais a bandeira ucraniana voltou" a ser hasteada.

Depois de mais de um semestre de resist�ncia � invas�o, o ex�rcito ucraniano lan�ou contraofensivas no nordeste e no sul, na regi�o de Kherson que, segundo os especialistas, podem perturbar as rotas de abastecimento das tropas da R�ssia.

Ainda assim, o Kremlin mant�m o controle sobre uma ampla faixa do territ�rio ucraniano, nos arredores de Kharkiv, nas regi�es de Donetsk e Lugansk na bacia mineira do Donbass e na costa do Mar de Azov.

A Ucr�nia esgotou todas as suas armas de fabrica��o russa e sua defesa depende agora totalmente da ajuda militar ocidental.

A R�ssia, por sua vez, recorreu � Coreia do Norte para comprar grandes quantidades de foguetes e proj�teis de artilharia, de acordo com Washington.

- Sistemas "muito eficazes" -

Os Estados Unidos s�o o maior fornecedor de ajuda militar � Ucr�nia e forneceram cerca de US$ 15,2 bilh�es em armas desde o in�cio do conflito, incluindo m�sseis antitanque Javelin, pe�as de artilharia e proj�teis compat�veis com os sistemas de artilharia da Otan.

Kiev quer armas de longo alcance do tipo ATACMS, que podem atingir at� 300 quil�metros, mas os Estados Unidos se recusam a entreg�-las, temendo que esses m�sseis possam atingir alvos em territ�rio russo, o que poderia levar a um agravamento do conflito.

"Estamos enviando Himars (...) com GMLERS, e esses sistemas provaram ser muito, muito eficazes contra as for�as russas", indicou o general Milley.

"Acreditamos que o alcance dos Himars � suficiente para atender �s necessidades dos ucranianos em sua luta atual".

- Menores levados para a R�ssia -

Nos territ�rios ocupados pelas for�as russas, a ONU disse na quarta-feira que h� "alega��es cr�veis" de que crian�as ucranianas estavam sendo levadas � for�a para a R�ssia.

Alguns ucranianos considerados pr�ximos ao governo ou ao ex�rcito da Ucr�nia tamb�m foram torturados e retirados � for�a do pa�s e enviados para col�nias penais russas e outros centros de deten��o, afirmou a subsecret�ria-geral da ONU para os direitos humanos, Ilze Brands Kehris, durante uma reuni�o do Conselho de Seguran�a.

O embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, refutou as acusa��es, que considerou "sem fundamento", enquanto disse que os ucranianos deixaram seu pa�s "para se salvar do regime criminoso", o termo que Moscou usa para fazer refer�ncia ao governo de Kiev.