
O presidente da Ucr�nia, Volodimir Zelenski, pediu paz em um pronunciamento exibido na Assembleia-Geral da ONU desta quarta (21).
"Foi cometido um crime contra a Ucr�nia e exigimos uma puni��o justa", disse ele, em fala gravada e transmitida por v�deo, descrevendo a morte e a destrui��o que "a R�ssia provocou com sua guerra ilegal".
Em ingl�s, Zelensky exp�s o que ele disse serem cinco condi��es inegoci�veis para a paz, dentre as quais puni��o pela agress�o russa, restaura��o da seguran�a da Ucr�nia, e integridade territorial e garantias de seguran�a.
Zelensky pediu a cria��o de um tribunal especial da ONU para punir a R�ssia, pa�s que deveria ser privado de seu direito de veto no Conselho de Seguran�a da organiza��o, segundo ele.
A fala foi veiculada horas depois de Vladimir Putin afirmar que decretaria a mobiliza��o de at� 300 mil reservistas para a guerra em curso e estaria disposto a usar armas nucleares se necess�rio.
O pr�prio Zelenski j� havia se pronunciado sobre o assunto mais cedo, quando disse n�o acreditar que o mundo permitiria que a R�ssia use armas nucleares na guerra em seu pa�s.
Mas outros l�deres demonstraram alarme diante das amea�as de Putin. Em discurso incisivo � Assembleia-Geral da ONU, o presidente americano, Joe Biden, condenou a linha de a��o do russo, afirmando que "uma guerra nuclear n�o pode ser vencida, e n�o deve jamais ser lutada".
O l�der franc�s, Emmanuel Macron, disse que a decis�o s� "vai aumentar o isolamento" de Moscou. E o papa Francisco chamou a possibilidade de a Guerra da Ucr�nia envolver armas nucleares de "uma loucura".
No outro eixo geopol�tico, a China pediu um cessar-fogo e di�logo entre as na��es em conflito. Na semana passada, o l�der chin�s Xi Jinping se encontrou com Putin no Uzbequist�o, em um evento da Organiza��o de Coopera��o de Xangai. Xi tem evitado apoiar abertamente a R�ssia na guerra, embora fa�a cr�ticas frequentes ao Ocidente.
O pronunciamento de Vladimir Putin acontece em um momento em que a R�ssia acumula derrotas na Ucr�nia, tendo perdido a regi�o de Kharkiv. Apesar de afirmar expressamente na transmiss�o que sua mensagem n�o era um blefe, muitos analistas encararam a fala sobretudo como uma forma de escalar a guerra.
O discurso do presidente russo foi seguido por tumulto interno. Voos saindo da R�ssia se esgotaram rapidamente, e o l�der da oposi��o, Alexei Navalny, clamou o povo para protestar contra a mobiliza��o de reservistas.
Ainda houve relatos de que a popula��o j� estava sendo acionada para a guerra e que, em uma cidade ao sul do pa�s, a pol�cia estava impedindo a sa�da de homens. Um grupo de monitoramento afirmou que mais de cem pessoas foram presas em manifesta��es horas ap�s a transmiss�o.