Em meio camisas de cores variadas, o com�rcio de Wansi est� dedicado quase que em sua totalidade � sele��o camaronesa, que integra o Grupo G da Copa do Mundo ao lado de Brasil, Su��a e S�rvia.
"Montamos grandes estoques de camisas antes do Mundial", reclama o comerciante em sua loja localizada na Avenida Charles de Gaulle de Duala, onde exibe centenas de pe�as. O vendedor, contudo, se pergunta se vender� "uma ou duas" ao longo do dia.
Em julho passado, a Federa��o Camaronesa de Futebol (FECAFOOT) rompeu contrato com a fornecedora de material esportivo Le Coq Sportif argumentando que a empresa francesa n�o havia respeitado o compromisso de prover os artigos para todas as categorias da equipe ou de abrir lojas no pa�s.
Um m�s depois, a FECAFOOT acertou com a empresa americana One All Sports.
Mas �s v�speras do torneio, os novos uniformes ainda n�o est�o dispon�veis e n�o se tem nenhuma informa��o sobre como ser� a camisa oficial.
Tal fato j� est� impactando fortemente o dia a dia de vendedores em todo o pa�s, como Wansi, que diz ver suas vendas ca�rem de 100.000 francos camaroneses (cerca de R$ 800) di�rios para menos de 20.000 (R$ 160).
"Alguns clientes dizem que as novas camisas podem chegar a qualquer momento. Se o contrato tivesse sido firmado depois da Copa do Mundo, isso nos permitiria ao menos esvaziar os estoques restantes", lamenta Thomas Djingo, vendedor que trabalha na mesma avenida.
Na principal loja de equipamentos esportivos de Yaound�, a City Sports, as camisas verdes dos 'Le�es Indom�veis' com o logotipo da Le Coq Sportif tamb�m esperam encontrar um comprador. Em meio a um neg�cio praticamente deserto, a gerente, que pediu para n�o ser identificada, tem d�vidas sobre a mudan�a de fornecedor: "Est� confirmado?", ironiza.
A Le Coq Sportif, por sua vez, denunciou a rescis�o na justi�a francesa por "quebra abusiva de contrato" e anunciou que "aguarda tranquilamente as decis�es que ser�o tomadas", indicou a empresa, em comunicado no dia 27 de setembro.
- Evitar a falsifica��o -
Boris Essomba, torcedor da sele��o camaronesa, no entanto, veste com orgulho o uniforme da Le Coq Sportif: "O mais importante s�o as cores", diz entre dois goles de cerveja em um bar em Yaound�.
Com a troca de fornecedor, a FECAFOOT quer "poder obter maior lucro sobre a venda de r�plicas das camisas", analisa a especialista em marketing Bouba Ka�l�.
Ap�s firmar contrato com a One All Sports, a federa��o lan�ou um concurso no in�cio de setembro para chamar aten��o dos "empres�rios que desejam comercializar" o uniforme, sinalizando que estar� atenta � "estrat�gia de falsifica��o" dos distribuidores selecionados.
"A ideia � evitar a falsifica��o controlando o circuito de distribui��o das camisas de Camar�es, algo que nunca ocorreu antes", disse � AFP um membro da FECAFOOT.
As camisas falsificadas da sele��o camaronesa constituem a maior parte do mercado, mesmo que seja imposs�vel avaliar sua totalidade. Os produtos "s�o geralmente importados entre outros artigos da China, Turquia e Hong Kong sob a designa��o de 'vestu�rio diverso', o que dificulta o controle", explica um funcion�rio aduaneiro.
Tr�s distribuidores oficiais ser�o escolhidos ap�s o processo de sele��o implementado pela FECAFOOT, o que significaria excluir pequenos vendedores como Zobel Wansi e Thomas Djingo do circuito de vendas de camisas da sele��o de Camar�es.
DOUALA