
"A humanidade tem uma escolha: cooperar ou morrer. Ou um pacto pela solidariedade clim�tica, ou um pacto pelo suic�dio coletivo", afirmou Guterres em seu discurso no segundo dia da COP27 em Sharm el Sheikh.
Em um cen�rio mundial completamente abalado pela invas�o russa da Ucr�nia e as consequentes crises energ�tica e alimentar, Guterres insistiu que a comunidade internacional n�o deve alterar a meta do Acordo de Paris de 2015, de limitar o aquecimento a 1,5°C at� o final do s�culo.
"N�o podemos aceitar que nossa aten��o n�o esteja voltada para a mudan�a clim�tica, apesar da guerra na Ucr�nia e outros conflitos, porque a mudan�a clim�tica tem seu pr�prio calend�rio", alertou o secret�rio-geral da ONU.
"As atuais crises urgentes n�o podem ser uma desculpa para recuar ou para lavar a imagem", acrescentou, especialmente quando "estamos a caminho de um inferno clim�tico com o p� ainda no acelerador".
Guterres tamb�m defendeu a cria��o de um fundo internacional para perdas e danos provocados pela mudan�a clim�tica, um tema inclu�do na agenda da COP27 e que promete �rduas negocia��es entre os pa�ses mais industrializados - historicamente mais poluentes - e os pa�ses em desenvolvimento, que sofrem mais os efeitos do aquecimento global e seriam os receptores dos subs�dios.
"Aqueles que menos contribu�ram para a crise clim�tica est�o colhendo as tempestades semeadas por outros. Devemos redirecionar o dinheiro para as pessoas que enfrentam o aumento dos pre�os dos alimentos e da energia, assim como para os pa�ses que sofrem perdas e danos causados pela crise clim�tica".
Guterres defendeu ainda um "pacto de solidariedade coletiva para acabar com a depend�ncia das energias f�sseis e a constru��o de novas centrais de carv�o".
Na mesma linha de argumento, o secret�rio-geral pediu que, diante do 'boom' do g�s e do aumento dos pre�os da energia, "todos os governos cobrem impostos sobre os lucros exacerbados das empresas de combust�veis f�sseis".