
O epicentro do terremoto de segunda-feira, de 5,6 graus de magnitude e pouca profundidade, foi registrado nas proximidades da cidade de Cianjur, na prov�ncia de Java Ocidental, a mais populosa do pa�s.
Adam, porta-voz da administra��o da cidade - a mais afetada - e que como muitos indon�sios tem apenas um nome, confirmou � AFP o balan�o atualizado de 252 mortos, 31 desaparecidos e mais de 300 feridos.
O balan�o anterior registrava 162 v�timas fatais.
Enquanto alguns funcion�rios das equipes de resgate retiravam cad�veres dos edif�cios destru�dos, outros trabalhadores procuravam sobreviventes e tentavam chegar �s �reas de dif�cil acesso devido aos bloqueios nas estradas.
Em um funeral em um vilarejo perto de Cianjur, parentes de Hussein, v�tima de 48 anos, lamentavam a trag�dia. "Acabei de perder um irm�o h� 10 dias. Agora perdi outro", afirmou Siti Rohmah, inconsol�vel.
Dimas Reviansyah, um socorrista de 34 anos, explicou que as equipes utilizam motosserras e escavadeiras para abrir caminho entre �rvores ca�das e escombros at� os locais onde acreditam que podem encontrar civis.
"N�o dormi desde ontem, mas tenho que continuar porque h� v�timas que n�o foram encontradas", disse.
O presidente indon�sio Joko Widodo deve visitar a regi�o nesta ter�a-feira.
V�rias pessoas continuam sepultadas nos escombros dos edif�cios, segundo o comandante militar da regi�o, Rudy Saladin.
Entre as v�timas h� estudantes de um internato isl�mico. Muitas v�timas fatais foram sepultadas por deslizamentos de terra ou pelo desabamento de suas casas.
"O quarto desabou e minhas pernas ficaram enterradas nos escombros. Tudo aconteceu t�o r�pido", disse � AFP Aprizal Mulyadi, uma estudante de 14 anos.
Ele conseguiu escapar gra�as � ajuda do amigo Zulfikar, que pouco depois faleceu ao ficar preso entre os escombros.
"Fiquei arrasado ao v�-lo preso, mas n�o consegui ajud�-lo porque minhas pernas e costas estavam feridas", explicou.
- "N�o restou nada" -
A opera��o de resgate � prejudicada por bloqueios nas estradas e cortes de energia el�trica em algumas �reas desta zona rural e montanhosa.
Na manh� desta ter�a-feira, 89% da rede el�trica de Cianjur havia sido restabelecida, segundo a ag�ncia estatal Antara.
O governador de Java Ocidental, Ridwan Kamil, afirmou que quase 300 pessoas ficaram feridas e mais de 13.000 foram levadas para abrigos.
Muitas pessoas acamparam ao ar livre na escurid�o quase total, cercadas por escombros, vidros quebrados e grandes peda�os de concreto.
Os m�dicos atendem os feridos em hospitais de campanha que foram improvisados ap�s o terremoto, que tamb�m foi sentido na capital Jacarta.
Pessoas de luto aguardavam que as autoridades entregassem os corpos de seus familiares para os enterros de acordo com os ritos isl�micos.
Em um abrigo na localidade de Ciherang, perto de Cianjur, as pessoas tentavam entender a trag�dia.
Nunung, uma mulher de 37 anos que como muitos indon�sios tem apenas um nome, conseguiu retirar o filho de 12 anos dos escombros de sua casa.
"Gritei e pedi ajuda, mas ningu�m veio. Tive que cavar para nos libertar", disse � AFP, com o rosto ainda coberto de sangue seco.
"N�o restou nada. N�o h� nada que possa ser salvo, exceto as roupas que estamos vestindo", afirmou.
A destrui��o foi agravada por uma onda de 62 tremores secund�rios, com magnitudes de 1,8 a 4 graus, na cidade de 175.000 habitantes.
A Indon�sia registra com frequ�ncia terremotos por estar localizada na regi�o conhecida como "c�rculo de fogo" do Pac�fico, ponto de encontro de placas tect�nicas.
O pa�s continua marcado pelo terremoto de 26 de dezembro de 2004, de 9,1 graus de magnitude, na costa de Sumatra.
O tremor desencadeou um tsunami devastador que matou 220.000 pessoas na regi�o, incluindo 170.000 na Indon�sia, uma das maiores cat�strofes naturais registradas na hist�ria.