"Era um personagem, mesmo n�o jogando, sempre com a presen�a dele no est�dio, era importante, um g�nio, um fen�meno. Deixa saudades", disse o ex-jogador da Sele��o Brasileira � AFP.
Em 1987, Careca e Maradona formaram ao lado de Bruno Giordano o forte trio ofensivo no Napoli conhecido como 'MaGiCa', uma jun��o de seus nomes.
Maradona, que para muitos � o melhor jogador da hist�ria, considerava o brasileiro como seu "melhor parceiro" em campo, segundo suas pr�prias palavras.
A parceria guiou os napolitanos ao t�tulo da Copa da Uefa (atual Liga Europa) em e do Campeonato Italiano de
"Fui para o Napoli porque eu queria jogar junto com o Diego, era um sonho jogar e vencer junto com ele. Penso que a minha sintonia com o Diego, e a sintonia de Diego comigo, foi pela minha velocidade e t�cnica, sincronizamos muito r�pido", afirma o ex-atleta de 62 anos.
- T�tulos e disfarces -
Ant�nio de Oliveira Filho, seu nome de batismo, tinha tanta vontade de jogar com o argentino que recusou uma proposta de se transferir para o Real Madrid para poder se juntar ao craque.
Os jogadores se aproximaram em Paris em uma cerim�nia da Fifa ap�s a Copa do Mundo de 1986, no M�xico, em que Maradona foi premiado como o melhor jogador, depois de levar a sele��o argentina ao bicampeonato mundial.
Careca foi convidado por ter sido vice-artilheiro da competi��o, com cinco gols, na campanha brasileira que parou nas quartas de final com a elimina��o para a Fran�a. Mas o pr�mio da artilharia acabou indo para o ingl�s Gary Lineker, que marcou seis vezes.
Maradona aproximou-se do brasileiro e perguntou se queria acompanh�-lo a N�poles, e ele, ent�o no S�o Paulo, onde marcou 115 gols em 191 jogos, n�o hesitou.
"Diego era um monstro, um fen�meno", recorda.
A decis�o rendeu frutos e o v�nculo entre eles ultrapassou as quatro linhas. Compartilhavam momentos em fam�lia e se disfar�avam com chap�us e bigodes falsos para despistar os 'paparazzi' em seus passeios pela It�lia.
A tentativa, no entanto, nem sempre era bem-sucedida e acabava atraindo uma chuva de admiradores que os cercavam e pediam para tirar fotos e dar aut�grafos.
"Amigos dentro do campo, amigos fora. Com a fam�lia est�vamos sempre juntos", completa.
- Aposta em Neymar -
Na Copa do Mundo de 1990, o Brasil foi eliminado pela Argentina nas oitavas de final (1 a 0). A proximidade entre Careca e Maradona era t�o grande que, ao final do cl�ssico sul-americano, Diego vestiu o uniforme verde e amarelo n�mero '9'. De quem era?
"De Careca, que � meu amigo", disse o pr�prio argentino em entrevista � Fifa em 2017.
A parceria dentro de campo teve fim em 24 de mar�o de 1991, quando Maradona jogou sua �ltima partida pelo Napoli, ap�s ter recebido uma suspens�o de cinco meses por consumo de coca�na.
O brasileiro, que tamb�m estava em campo naquele dia e viu o Napoli perder de 4 a 1 para a Sampdoria, evita falar sobre tais epis�dios da carreira do "hermano".
Anos mais tarde, o ex-atacante, que marcou 29 gols em 60 jogos pela Sele��o, quis retribuir a homenagem ao '10' propondo que seu neto rec�m-nascido, canhoto como Diego, se chamasse Diego Antonio, mas sua proposta foi derrotada por uma vota��o em fam�lia.
"Jamais vou esquecer tudo aquilo que vivemos juntos", diz Careca, que continuou pr�ximo do argentino mesmo ap�s a aposentadoria de ambos.
Para o Mundial no Catar, o ex-atleta aposta em Neymar, que considera pe�a-chave no elenco rumo ao hexa.
"Eu vejo Neymar com talento, com arte, com fantasia espetacular. Pode ser o n�mero '10', que fa�a uma grande Copa do Mundo no Catar, espero que esteja inspirado para que assim o Brasil tenha uma possibilidade maior de chegar � final. Neymar � fant�stico com a bola nos p�s", opinou.
No entanto, Careca adverte que, para ser campe�, a equipe de Tite deve ter cuidado com a Argentina de outro '10' lend�rio, Lionel Messi, visto por muitos como melhor que Maradona.
"Messi � um fen�meno, mas Maradona era g�nio. Nasceu com essa genialidade, n�o d� para fazer essa compara��o".
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S�O PAULO
Careca lembra do amigo Maradona na 1� Copa sem o craque argentino
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