
Os protestos desencadeados no Peru ap�s o impeachment e a pris�o do ex-presidente Pedro Castillo — que tentou dissolver o Congresso e estabelecer um governo de emerg�ncia — deixaram cerca de vinte mortos na �ltima semana, segundo dados do Minist�rio da Sa�de do pa�s.
Numa atualiza��o publicada na sexta-feira (16) no Twitter, as autoridade sanit�rias contabilizavam 20 mortos e 63 hospitalizados.
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Desde a sa�da de Castillo em 7 de dezembro, os protestos se espalharam por todo o pa�s, mas foram especialmente violentos em algumas �reas do interior. Em outros casos, os manifestantes se expressaram pacificamente.
A convuls�o social dos �ltimos dias levou �s primeiras ren�ncias no gabinete da atual presidente Dina Boluarte.
A ministra da Educa��o, Patr�cia Correa, apresentou na sexta-feira (16) uma carta de demiss�o, argumentando que a morte de compatriotas em protestos sociais "n�o tem justificativa".
Esta ma�ana he presentado mi carta de renuncia al cargo de Ministra de Estado en la cartera de educaci�n. La muerte de connacionales no tiene justificaci�n alguna. La violencia de Estado no puede ser desproporcionada y generadora de muerte. #NoMasMuerte pic.twitter.com/0qoZisc9Yc
— Patricia Correa (@correapatricia) December 16, 2022Pouco depois, ocorreu a ren�ncia do ministro da Cultura, Jair P�rez Bra�ez, pelos mesmos motivos.
Ainda na sexta (16), ap�s uma longa sess�o iniciada na quinta-feira (15), o Congresso Nacional n�o aprovou o projeto de lei para antecipar as elei��es.
Embora 49 parlamentares tenham votado a favor do projeto de reforma constitucional que propunha a antecipa��o, 33 votaram contra e 25 se abstiveram, de modo que a proposta n�o foi adiante.
O projeto propunha a realiza��o das elei��es em dezembro de 2023, encurtando o mandato de Boluarte, a quem coube assumir a chefia do Estado para completar o mandato presidencial para o qual Castillo foi eleito — e que s� termina em meados de 2026.

Tens�o em Ayacucho e turistas retidos
Quinta-feira (15) foi um dia de grande tens�o e fortes protestos.
Um juiz ordenou 18 meses de pris�o preventiva para Castillo, acusado dos crimes de rebeli�o e forma��o de quadrilha, enquanto o governo Boluarte — que j� havia declarado estado de emerg�ncia nacional na v�spera (14) — decretou toque de recolher noturno por cinco dias em 15 prov�ncias do pa�s para lidar com problemas de ordem p�blica.
Um dos incidentes mais graves ocorreu em Ayacucho, cidade andina localizada a cerca de 390 quil�metros a sudeste de Lima, onde uma massa de manifestantes tentou tomar o aeroporto da cidade.
O confronto entre militares e policiais com os manifestantes deixou oito mortos e 52 feridos somente naquele dia, segundo a autoridade regional de Sa�de de Ayacucho.

A defensora p�blica Eliana Revollar explicou � ag�ncia AFP que o confronto ocorreu quando os militares foram cercados pela multid�o.
Ela acrescentou que o ocorrido merece uma investiga��o criminal, porque as v�timas morreram por ferimentos de bala — e o estado de emerg�ncia n�o elimina a obriga��o de respeitar o direito � vida.
Al�m disso, cerca de 5 mil turistas ficaram retidos em Cusco, disse � ag�ncia AFP Darwin Baca, prefeito de Machu Picchu.
Cusco � a base da qual as pessoas partem para conhecer a cidadela inca no alto da Cordilheira dos Andes.
O aeroporto de Cusco foi fechado na segunda-feira (12) depois que os manifestantes tentaram invadir o terminal. Na sexta-feira (16), as opera��es a�reas foram retomadas com um primeiro voo que partiu �s 13h30 no hor�rio local (15h30 no hor�rio de Bras�lia), informou o Minist�rio da Defesa do Peru.
O servi�o de trem que vai de Machu Picchu a Cusco est� suspenso desde ter�a-feira (13). Cerca de 800 turistas ficaram presos na antiga cidade inca, acrescentou Baca.
A BBC News Brasil entrou em contato com o Itamaraty para saber se h� brasileiros retidos na cidade e o que est� sendo feito para traz�-los de volta, mas n�o foram enviadas respostas at� a publica��o desta reportagem.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-64012174