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Estado de Minas OBJETOS SUSPEITOS

Alta tens�o e mist�rio no ar

China e EUA trocam acusa��es de espionagem, enquanto americanos buscam respostas sobre origem, uso e natureza de tr�s �vnis abatidos na Am�rica do Norte


14/02/2023 04:00 - atualizado 13/02/2023 22:03

Marinheiros de grupo de Descarte de Artilharia Explosiva recuperam restos de balão que foi derrubado na Carolina do Sul
Marinheiros de grupo de Descarte de Artilharia Explosiva recuperam restos de bal�o que foi derrubado na Carolina do Sul, em 4 de fevereiro (foto: Tyler Thompson /Marinha dos EUA/AFP)

Os Estados Unidos negaram, ontem, as acusa��es feitas pela China de que estariam usando bal�es para espionagem, enquanto tentam desvendar o mist�rio envolvendo tr�s objetos voadores n�o identificados abatidos nos �ltimos dias. "Isso n�o � verdade. N�o fizemos isso", declarou ontem o porta-voz do Conselho de Seguran�a Nacional da Casa Branca, John Kirby, questionado sobre o assunto pela imprensa. "Apenas no �ltimo ano, bal�es americanos sobrevoaram a China mais de 10 vezes sem qualquer autoriza��o", havia acusado mais cedo o porta-voz do Minist�rio das Rela��es Exteriores chin�s, Wang Wenbin.

O Departamento de Estado americano acusou a China de "tentar limitar os danos" provocados por "seu programa de bal�es de vigil�ncia", que, segundo Washington, envolve a espionagem de 40 pa�ses dos cinco continentes. A rela��o entre os dois pa�ses est� ainda mais tensa depois que os EUA derrubaram, em 4 de fevereiro, um bal�o chin�s que sobrevoava o territ�rio americano. Segundo Washington, o dispositivo tinha a miss�o de obter informa��es sobre instala��es militares. Uma acusa��o falsa, garante Pequim, ao afirmar que o bal�o tinha origem chinesa, mas que o dispositivo era usado para observa��o meteorol�gica e teria violado o espa�o a�reo americano involuntariamente. A China fez a mesma afirma��o em 6 de fevereiro sobre um bal�o que sobrevoava a Am�rica Latina.

No domingo, o Pent�gono afirmou que ainda n�o tem detalhes sobre os outros tr�s objetos derrubados: um na sexta-feira, sobre o Alasca; outro no s�bado, sobre o territ�rio canadense de Yukon; e o mais recente no pr�prio domingo sobre o lago Huron, no Norte dos EUA. Dos chamados objetos voadores n�o identificados, Washington afirma n�o saber nada ou quase nada: nem sua origem, nem seu uso, nem sua natureza. A �nica coisa que parece clara � que nenhum deles representava uma amea�a militar direta, mas potencialmente colocavam em perigo o tr�fego a�reo civil, motivo pelo qual o presidente Joe Biden ordenou que os ca�as os derrubassem.

Extraterrestre

No pa�s do filme "E.T." e da s�rie de fic��o cient�fica "Arquivo X", este mist�rio alimenta todo tipo de especula��o e teoria. O general Glen VanHerck, chefe do Comando Norte dos Estados Unidos, afirmou "n�o descartar nada" em resposta a uma pergunta de um jornalista sobre uma poss�vel origem extraterrestre dos objetos, uma frase que viralizou.

Ontem, entretanto, o governo americano tentou deixar claro que n�o h� sinais de atividade extraterrestre em rela��o a esses �vnis. "N�o h� ind�cios de extraterrestres com essas derrubadas recentes, queria ter certeza de que o povo americano soubesse disso", disse a secret�ria de imprensa, Karine Jean-Pierre.

Durante o fim de semana, a imprensa estatal chinesa informou que um objeto voador n�o identificado foi observado na costa leste do pa�s e que o ex�rcito se preparava para derrubar o dispositivo. O governo americano, em colabora��o com o Canad�, tenta agora encontrar e analisar os restos dos objetos destru�dos nos �ltimos tr�s dias. Alguns dos dispositivos ca�ram em mares gelados ou em regi�es remotas do continente.

Algumas informa��es vazaram. Os dois primeiros "objetos" destru�dos voavam a 12 mil metros de altitude e eram do tamanho de um carro pequeno (enquanto o bal�o chin�s tinha o tamanho de tr�s �nibus). O dispositivo destru�do em Yukon tinha uma forma "cil�ndrica", de acordo com Ottawa. O Pent�gono o descreveu como "octogonal" e disse que se movia lentamente a uma altitude de 6 mil metros.

“Frota” 

Para os EUA, est� claro que a China mant�m ou manteve uma "frota" de bal�es espi�es. Os americanos tamb�m aplicaram san��es contra empresas e estruturas de pesquisa que, segundo eles, contribuem para a moderniza��o militar da China. Pequim descreveu essas medidas como "ilegais".

A China tem criticado o uso da for�a para destruir seu bal�o e rejeitou uma liga��o por telefone entre o secret�rio de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e seu contraparte chin�s, Wei Fenghe, ap�s o incidente. No entanto, o Pent�gono afirmou no domingo que conversas foram retomadas entre os dois pa�ses, que competem pela hegemonia econ�mica, tecnol�gica e estrat�gica no mundo.

Ironicamente, a oposi��o republicana comemorou o fato de o presidente, de 80 anos, ter ordenado rapidamente a destrui��o dos �ltimos objetos, ap�s supostamente demorar demais para abater o bal�o chin�s. No entanto, pediu mais "transpar�ncia" sobre os objetos abatidos desde sexta-feira.

“INVAS�O” DE �VNIS

Confira a linha do tempo e o que j� se sabe ou n�o sobre os objetos voadores no espa�o a�reo americano

4 de fevereiro: militares dos EUA abatem bal�o de vigil�ncia suspeito na costa da Carolina do Sul. Ele ficou � deriva por dias sobre os EUA, e as autoridades disseram que o objeto veio da China e estava monitorando locais sens�veis.

10 de fevereiro: os EUA derrubam outro objeto no norte do Alasca, que as autoridades disseram n�o ter nenhum sistema de propuls�o ou controle

11 de fevereiro: um ca�a americano abate um "objeto a�reo de alta altitude" sobre o territ�rio canadense de Yukon, a cerca de 160km da fronteira com os Estados Unidos. Foi descrito como cil�ndrico e menor que o primeiro bal�o

12 de fevereiro: jatos dos EUA abatem um quarto objeto de grande altitude perto do Lago Huron "com muita cautela"

O QUE J� SE SABE

Em que consistem os tr�s �ltimos �vnis?

Os tr�s objetos n�o identificados derrubados nos �ltimos dias s�o muito diferentes em tamanho e forma do bal�o chin�s.  Segundo o governo americano, o primeiro tinha "o tamanho de um carro pequeno" e voava a 40 mil p�s (12 mil metros) de altitude. O artefato viajava rumo ao Polo Norte sem nenhum sistema de propuls�o ou controle. Ele foi abatido sobre o Alasca na �ltima sexta-feira (10/2) porque representava uma amea�a para aeronaves civis. O segundo tinha aspecto "cil�ndrico" e foi avistado pela primeira vez sobre o territ�rio canadense de Yukon, no noroeste daquele pa�s, na noite de sexta-feira. Ele foi abatido no s�bado. J� o terceiro apresentava supostamente forma "octogonal" e foi abatido  acima do Lago Huron, no estado de Michigan.

O que o primeiro dos objetos, o bal�o, estava realmente fazendo?

O bal�o foi descoberto pela primeira vez em 28 de janeiro no Alasca, depois em Montana e por fim abatido na costa leste em 4 de fevereiro. O Pent�gono disse se tratar de um bal�o espi�o chin�s voando a cerca de 60 mil p�s. Fragmentos do bal�o ca�ram em uma extens�o de 11 km e afundaram a uma profundidade de 14 metros.

Que tipo de dados o bal�o estava coletanto?

As equipes de resgate coletaram alguns destro�os e est�o usando barcos e mini-submarinos para encontrar outras partes do que restou do objeto. Funcion�rios dos EUA descreveram o bal�o com alguns detalhes — 60 metros de altura e completo com m�ltiplas antenas, pain�is solares e equipamentos de vigil�ncia — mas n�o disseram nada sobre que tipo de dados eles acreditam que o artefato estivesse coletando.

Esses s�o o �nicos �vnis encontrados nas �ltimas semanas?

N�o. Um bal�o foi avistado pela For�a A�rea da Col�mbia e acredita-se que tenha sobrevoado v�rios pa�ses latino-americanos. N�o se sabe se, de fato, h� mais objetos nos ares ou se m�todos de detec��o mais aprimorados t�m permitido observar mais nitidamente os que j� existem. Depois que o primeiro bal�o foi localizado, o radar operado pelo Comando de Defesa Aeroespacial da Am�rica do Norte (Norad, na sigla em ingl�s) foi aprimorado para detectar objetos menores. Como disse um funcion�rio dos EUA � ag�ncia de not�cias Reuters, "estamos definitivamente olhando tudo com mais aten��o agora".

Quantos objetos foram avistados?

O aumento de avistamentos precede os casos mais recentes. Um relat�rio de janeiro dos militares dos EUA revelou centenas de novos objetos voadores no espa�o a�reo americano. Houve 366 novos avistamentos registrados em 2022 em compara��o com o ano anterior. Desse total, 163 eram bal�es, 26 eram drones e seis foram descritos como lixo espacial.

Qual � o papel da China nisso tudo?

As rela��es entre os dois pa�ses se deterioraram ainda mais desde que os EUA acusaram a China de usar o bal�o para espionagem. O secret�rio de Estado dos EUA, Antony Blinken, cancelou uma visita oficial que faria a Pequim. Os EUA vincularam o bal�o que derrubaram no Oceano Atl�ntico a um programa de vigil�ncia global que, segundo o governo americano, vem sendo conduzido pela China, colocando outros pa�ses em alerta.

O que diz a China?

A China assumiu a responsabilidade tanto pelo bal�o abatido em territ�rio americano quanto pelo que foi detectado na Am�rica Latina, mas negou que os artefatos tenham sido usados para espionagem, alegando se tratar de dispositivos de monitoramento meteorol�gico que se perderam. A destrui��o do bal�o nos Estados Unidos "violou seriamente a pr�tica internacional", disse Pequim, acrescentando que se reservou o direito de "usar os meios necess�rios para lidar com situa��es do tipo". E acusou os EUA de 10 incurs�es no espa�o a�reo chin�s.





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