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Estado de Minas PARIS

Telesc�pio James-Webb explora gal�xias misteriosas no Universo primordial


22/02/2023 18:08

O telesc�pio espacial James-Webb observou uma popula��o de gal�xias bastante maci�as e extremamente antigas que parecem ter sido formadas a um ritmo muito mais r�pido do que o sugerido pelo modelo astron�mico atual, afirma um estudo publicado nesta quarta-feira (22).

Esse cen�rio, que dever� ser confirmado por an�lises mais avan�adas, ocorreu entre 500 e 700 milh�es de anos ap�s o Big Bang, cujas estimativas indicam que teria acontecido h� 13,8 bilh�es de anos. Ou seja, em um Universo ainda bastante jovem e, portanto, muito distante.

O telesc�pio espacial James Webb (JWST, na sigla em ingl�s), que est� em opera��o desde julho de 2022, p�de explorar essa regi�o desconhecida gra�as a seu instrumento NIRCam e sua potente vis�o no infravermelho, que tem um comprimento de onda invis�vel para o olho humano e cuja observa��o possibilita ir muito longe no passado.

O telesc�pio encontrou seis gal�xias muito mais maci�as do que se previa nesse Universo primordial, diz o estudo publicado na revista cient�fica Nature. Duas delas j� estiveram no foco do telesc�pio Hubble, mas passaram despercebidas pois a luz era muito fraca.

Segundo a interpreta��o das novas imagens do JWST, as seis gal�xias, chamadas de "candidatas" neste est�gio pois a descoberta ainda ter� que ser confirmada por medidas de espectroscopia, cont�m muito mais estrelas do que era esperado. Uma delas teria at� 100 bilh�es de estrelas.

"� mais ou menos do tamanho da Via L�ctea, o que � muito impressionante", disse � AFP Ivo Labb�, autor principal do estudo.

A Via L�ctea levou 13,8 bilh�es de anos para formar essa quantidade de estrelas, enquanto a jovem gal�xia levou apenas 700 milh�es de anos, "ou seja, 20 vezes mais r�pido", diz o pesquisador da Universidade de Tecnologia de Swinburne, na Austr�lia.

Gal�xias distantes com esse tamanho n�o t�m lugar no modelo cosmol�gico atual, que busca compreender como o Universo se estruturou.

"A teoria diz que, nessas idades t�o antigas, as gal�xias eram todas pequenas e cresciam muito lentamente. Acreditava-se que fossem de 10 a 100 vezes menores em quantidade de estrelas", segundo o astrof�sico.

- 'Modelo em xeque' -

Encontrar gal�xias t�o grandes "� algo que realmente destoa", afirma Ivo Labb�.

E qual seria o motivo? Uma poss�vel suspeita � a misteriosa mat�ria escura, que � invis�vel e comp�e uma quantidade consider�vel do Universo. Embora os cientistas n�o possam detect�-la, eles conhecem muito bem o seu comportamento e sabem que ela desempenha um papel-chave na forma��o das gal�xias.

"A mat�ria escura deve se aglomerar para formar um halo que atrai para si o g�s que formar� as estrelas", segundo Labb�. Portanto, esse processo de "aglomera��o" deveria levar muito mais tempo.

Tudo indica ent�o que "as coisas se aceleraram particularmente" nesse Universo primordial, que teria sido "mais eficiente do que se pensava" para formar estrelas, comenta David Elbaz, astrof�sico da Comiss�o de Energia At�mica e Energias Alternativas (CEA, na sigla em franc�s) da Fran�a, que n�o participou do estudo.

Isso poderia ser explicado pelo processo de expans�o do Universo, que estaria se expandindo mais r�pido do que pens�vamos, afirma o cientista, que participa do programa de observa��o do telesc�pio desenvolvido pela Nasa.

O tema movimenta o debate entre os cosm�logos e esta descoberta "� muito excitante, pois constitui mais um ind�cio de que o modelo est� em xeque", analisa David Elbaz.

O telesc�pio espacial europeu Euclid, que dever� ser colocado em �rbita em meados deste ano para tentar desvendar os segredos da mat�ria escura, poderia ajudar a esclarecer o mist�rio, destaca.

Labb� cita a teoria do cisne negro, segundo a qual um acontecimento imprevis�vel e improv�vel de ser concretizado tem um impacto consider�vel.

"Se apenas uma dessas seis gal�xias candidatas for confirmada, ser� preciso rever a teoria", apontou.


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