"O ano passado n�o foi f�cil", reconheceu o presidente-executivo do grupo Telef�nica e presidente da Associa��o de Operadoras de Telecomunica��o (GSMA), Jos� Mar�a �lvarez-Pallete, na abertura dos debates deste grande encontro anual de novas tecnologias.
Segundo a GSMA, organizadora do evento, 80.000 profissionais e 2.000 empresas estar�o presentes na Mobile World Congress (MWC), que ter�o os oito pavilh�es totalmente ocupados pela primeira vez desde a pandemia.
"Acho que estamos na porta de uma era de mudan�as" que ir� precisar de uma "ruptura radical" diante das dificuldades que o setor enfrenta, acrescentou. �lvarez-Pallete assegurou estar, apesar de tudo, otimista sobre o futuro da ind�stria das telecomunica��es, marcada por um "tsunami de inova��o".
As vendas mundiais de "smartphones" chegaram a 1,2 bilh�o de unidades em 2022, uma redu��o de 11,3%, que representa o "n�mero mais baixo desde 2013", de acordo com a ag�ncia especializada IDC.
As perspectivas permanecem desfavor�veis para grande parte da industria. Segundo a consultora americana Gartner, � esperado que as vendas de celulares, tablets, e computadores caiam mais 4% neste ano.
"O setor atravessa um momento complicado", admitiu Thomas Husson, analista da Forrester, um fator ir� "pesar" durante o MWC.
As causas deste panorama devem ser buscadas na guerra da Ucr�nia, que disparou a infla��o e reduziu o poder de compra.
"Em certas regi�es, como a Europa Ocidental, a propor��o de equipamentos individuais � de 90%. Portanto, s�o mercados maduros. E o per�odo de renova��o � mais longo, porque as pessoas mant�m seus telefones por mais tempo", explicou Husson.
- 80.000 visitantes -
Diante destas dificuldades, que se refletem na supress�o de empregos em gigantes da tecnologia como Alphabet, Microsoft e Ericsson, o sal�o pretende, no entanto, dar destaque ao otimismo.
Segundo a GSMA, organizadora do evento, 80.000 profissionais e 2.000 empresas v�o participar do MWC.
Esta assist�ncia ainda est� longe do recorde de visitantes em 2019, quando quase 110.000 pessoas compareceram, mas � um ter�o maior dos 60.000 visitantes da edi��o de 2022, afetada pela persist�ncia das restri��es pela covid-19.
"Estamos no caminho certo" de volta � normalidade, disse durante uma coletiva de imprensa John Hoffman, diretor-executivo da GSMA, que re�ne cerca de 750 fabricantes e operadores de telecomunica��es.
Para Hoffman, esta recupera��o se deve � volta com for�a dos grupos chineses ao MWC, ap�s a abertura, em dezembro, das fronteiras chinesas.
- Huawei, a maior expositora -
Entre as empresas presentes, destacam-se as gigantes da telefonia Nokia, Samsung, Xiaomi, Orange, Vodafone, al�m dos grandes nomes da "tecnologia" e da ind�stria, como Qualcomm, Airbus e Microsoft, seguindo a diretriz seguida h� anos pela MWC para expandir seu p�blico.
Principal empresa chinesa de telecomunica��es, a Huawei ser� a maior expositora com uma �rea de 11.000 m2, que segundo a GSMA quebra o recorde da feira.
Esta � uma oportunidade para a grande empresa de equipamentos "feitos na China" mostrar sua "resist�ncia �s san��es dos Estados Unidos", que enfraqueceram muito o ramo telef�nico, sem abalar sua "capacidade de inova��o" dos servi�os das empresas, destacou Thomas Husson.
Al�m de inova��o, esta 17� edi��o da feira permitir� que operadoras e companhias de tecnologia abordem a delicada quest�o do financiamento das infraestruturas, especialmente do 5G, que t�m dedicado grandes quantias.
As operadoras pedem h� tempos que gigantes da Internet como Netflix e Amazon, grandes consumidores de banda larga, ajudem a pagar pelo 5G. Entretanto, ambas empresas se op�em fortemente.
A situa��o n�o � "sustent�vel", insistiu nesta segunda-feira a diretora-geral do grupo Orange, Christel Heydemann, que saudou a iniciativa lan�ada na semana passada pela Comiss�o Europeia, que deseja uma "contribui��o justa" destas grandes plataformas para financiar as infraestruturas das telecomunica��es na Uni�o Europeia.
"Sei que alguns v�o manifestar suas preocupa��es", mas o debate "est� aberto a todos", ressaltou o comiss�rio europeu para a Ind�stria, Thierry Breton.
O empres�rio afirmou querer uma "nova abordagem" e n�o uma "escolha bin�ria entre quem atualmente fornece a rede e quem a enche de tr�fego".
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