"Acredito que, muito provavelmente, Bakhmut vai cair", disse este combatente de 40 anos.
Desde o ver�o passado, as for�as russas tentam capturar esta cidade do leste da Ucr�nia, naquela que j� se tornou a batalha mais sangrenta da invas�o russa que come�ou h� um ano. O Ex�rcito de Kiev reconheceu que a situa��o � "extremamente tensa".
Embora alguns soldados ucranianos tentem parecer otimistas e prometam defender esta cidade quase completamente destru�da, Fox v� as coisas sob um �ngulo mais sombrio.
"Todos est�o no fio da navalha", disse ele em entrevista � AFP, na qual explicou que as tropas ucranianas n�o t�m homens, nem muni��es, suficientes.
"N�o dormimos o suficiente, faz frio, chove, o tempo muda o tempo todo, os bombardeios s�o constantes, e os ataques de Infantaria tamb�m", disse o soldado, falando de um por�o, no qual montou um acampamento com seus companheiros de armas.
No ano passado, Fox foi ferido e n�o p�de continuar lutando na Infantaria. Agora, ele est� encarregado de abastecer as tropas posicionadas nas trincheiras e retirar os feridos.
Bakhmut tem pouco valor estrat�gico, mas o presidente Volodimir Zelensky diz que o Ex�rcito ucraniano ir� defend�-la enquanto puder.
Segundo observadores militares, tanto R�ssia quanto Ucr�nia sofreram baixas significativas nesta batalha.
Fox disse que � dif�cil fazer previs�es, embora reconhe�a que est� ficando cada vez mais dif�cil resistir aos ataques e bombardeios russos.
"N�o nos sentimos apoiados por nossa artilharia", lamenta.
Outros militares acreditam que o otimismo deve ser mantido, apesar de tudo.
"Se nos deprimirmos, ou ficarmos ap�ticos, n�o venceremos. Estamos motivados", disse o soldado de artilharia Kai, de 44 anos.
"N�o fugimos, estamos todos aqui", acrescenta ele, em entrevista � AFP, de uma casa com outros companheiros.
Outro soldado, que se identifica como Ded, diz a mesma coisa.
"Estou totalmente otimista", disse em russo o soldado ucraniano de 45 anos, com um rifle de assalto nas costas.
Enquanto fuma, expressa sua esperan�a de que as tropas ucranianas mantenham Bakhmut e at� retomem a pen�nsula da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.
- "Um agressor forte" -
Fox insiste em n�o subestimar o inimigo. "Estamos lutando contra um agressor forte", afirma.
"Tiveram muitas baixas, aprenderam a li��o e mudaram sua estrat�gia".
Auxiliado pelas for�as russas regulares, o grupo de mercen�rios Wagner tem liderado o ataque a Bakhmut e �s localidades vizinhas.
O l�der e fundador do Wagner, Yevgeny Prigozhin, um empres�rio aliado do presidente Vladimir Putin, confia no desempenho de seus homens.
O soldado ucraniano Fox disse, inclusive, que o curso da batalha demonstra que nem todos os soldados russos s�o "idiotas, alco�latras e viciados em drogas".
"Eles t�m pessoas preparadas. Pessoas que sabem como lutar", disse.
Se Bakhmut continuar em m�os ucranianas, "o custo ser� alt�ssimo", advertiu.
"Cada rua est� coberta com nosso sangue", afirma.
Fox n�o quer criticar seus comandantes, mas se pergunta por que os soldados ucranianos continuam lutando por Bakhmut.
"Talvez seja uma decis�o pol�tica", disse.
BAJMUT