O balan�o da trag�dia, ocorrida em frente ao litoral de Crotona, ainda pode piorar, indicou � AFP uma porta-voz dos bombeiros, que continuam buscando eventuais v�timas no mar e ao longo da costa da Cal�bria.
Segundo a ag�ncia europeia de vigil�ncia de fronteiras, Frontex, que foi a primeira a detectar o barco no s�bado pela noite, cerca de 200 pessoas estavam a bordo da embarca��o, que havia partido de Esmirna, na Turquia. A Guarda Costeira italiana, no entanto, informou o n�mero de 150 passageiros.
Apenas 79 pessoas - oriundas de Afeganist�o, Paquist�o, Som�lia e S�ria - sobreviveram ao naufr�gio, que aconteceu no domingo pela manh�, quando o mar estava bastante agitado.
Os caix�es das v�timas, decorados com flores, foram alinhados em tr�s fileiras em PalaMilone, um complexo esportivo de Crotona, munic�pio com cerca de 60.000 habitantes.
Alguns jornalistas foram autorizados a entrar para filmar e fazer fotos, mas a capela ardente ainda n�o foi aberta ao p�blico.
Antes disso, os caix�es foram abertos para que familiares e amigos dos falecidos pudessem identific�-los. Uma mulher, que compareceu para reconhecer um corpo, chorava copiosamente, constatou um jornalista da AFP.
O sobrinho de um resgatado afeg�o que perdeu sua esposa e tr�s filhos (de 5, 8 e 2 anos) veio da Alemanha para se encarregar de seu tio e do �nico filho que sobreviveu, de 14 anos. Ele explicou que deseja fazer com que o corpo seja transportado para a Alemanha ou o Afeganist�o.
- 8.000 euros por pessoa -
Entre as v�timas registradas at� agora h� 14 menores, com base nos n�meros anunciados nesta ter�a-feira pelo ministro do Interior, Matteo Piantedosi, durante discurso no Senado.
Trata-se de um dos naufr�gios mais letais ocorridos na regi�o central do Mediterr�neo, que dezenas de milhares de pessoas tentam atravessar todos os anos para chegar na Europa, colocando suas vidas em perigo.
No �mbito da investiga��o, tr�s supostos "coiotes" (dois paquistaneses e um turco) foram presos, confirmou nesta ter�a-feira um porta-voz da pol�cia. Segundo a ag�ncia italiana AGI, eles s�o suspeitos de cobrar entre 5.000 e 8.000 euros (entre 28.000 e 45.000 reais) para cada migrante embarcado.
O barco, de madeira, se chamava "Amor de Ver�o" e havia zarpado em 23 de fevereiro de Esmirna, no sul de Turquia, segundo os socorristas da Cruz Vermelha.
V�rias ONGs, como a M�dicos Sem Fronteiras (MSF), enviaram equipes � regi�o para atender os sobreviventes, entre os que havia muitas crian�as que viram seus familiares se afogando no mar.
Por sua vez, a Frontex indicou que um de seus avi�es detectou um barco "com forte sobrecarga de passageiros" se deslocando rumo � It�lia e alertou as autoridades do pa�s.
"N�o houve chamados de socorro", frisou a ag�ncia em comunicado, no qual acrescentou que o avi�o teve que deixar o local porque havia pouco combust�vel. Tamb�m assinalou que a It�lia havia enviado duas patrulhas que tiveram que retornar ao porto pelas condi��es do mar.
A Guarda Costeira italiana relatou que a Frontex detectou o barco, mas com "apenas uma pessoa vis�vel" a bordo.
Segundo o Minist�rio do Interior italiano, cerca de 14.000 migrantes desembarcaram no pa�s neste ano, em compara��o com os 5.200 que fizeram isso no mesmo per�odo do ano passado e os 4.200 de 2021.
STECCATO