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Estado de Minas PARIS

Prisioneiras reivindicam direitos na penitenci�ria de Evin, no Ir�


02/03/2023 09:45

Dentro da penitenci�ria de Evin, no Ir�, algumas detentas se organizam em grupos ao redor de um telefone. "Ou�am bem: um, dois e tr�s!", gritam antes de come�arem a cantar a famosa can��o italiana "Bella ciao" em farsi, uma l�ngua persa.

"Uma por todas e todas por uma!", entoam entre sorrisos e aplausos, um ato de provoca��o �s autoridades e apoio �s manifesta��es no Ir�.

A grava��o foi feita em janeiro pela filha de Alieh Motalebzadeh, jornalista e defensora dos direitos das mulheres, enquanto falava com a m�e em uma chamada telef�nica.

O �udio divulgado nas redes sociais se tornou um s�mbolo da resist�ncia das detentas da pris�o de Evin, conhecida por suas m�s condi��es, e pela vontade de continuar a onda de protestos.

V�rias mulheres est�o presas h� anos, como a ativista ambiental Nilufar Bayani, detida em 2018. Outras passaram a �ltima d�cada alternando entre o c�rcere e per�odos de liberdade.

Algumas foram presas muito antes das manifesta��es ap�s a morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini, detida pela pol�cia da moralidade no ano passado por supostamente violar o r�gido c�digo de vestimenta feminina da Rep�blica Isl�mica.

- Medidas "midi�ticas" -

O n�mero de prisioneiras em Evin n�o para de crescer desde a escalada da repress�o contra os protestos no pa�s.

Algumas foram libertadas nas �ltimas semanas, como Motalebzadeh.

Teer� anunciou pouco antes um perd�o para "um n�mero significativo" de detentas. No entanto, defensores dos direitos humanos consideram esta medida um "golpe midi�tico".

Muitas ativistas famosas permanecem atr�s das grades, como as militantes dos direitos humanos Narges Mohammadi e a germ�nico-iraniana Nahid Taghavi, as ativistas ambientais Sepideh Kashani e Niloufar Bayani e a de direitos trabalhistas Sepideh Gholian.

Estas mulheres continuam privadas de liberdade porque a Rep�blica Isl�mica "treme diante de suas palavras", considera Jasmin Ramsey, vice-diretora do Centro para os Direitos Humanos no Ir�, com sede em Nova York.

"O v�u � um dos pilares da Revolu��o Isl�mica, assim como a submiss�o das mulheres. Eles odeiam quando as mulheres falam 'eu posso fazer o que eu quiser'".

- "O som da revolu��o" -

A institui��o de Ramsey divulgou uma peti��o, assinada por quase 40 grupos de defesa dos direitos humanos e dirigida � Su�cia, que ocupa a presid�ncia semestral da Uni�o Europeia, para pedir aos Estados-membros que convoquem os embaixadores iranianos em seus pa�ses para o Dia Internacional da Mulher, 8 de mar�o.

O objetivo � pedir �s autoridades que parem de "aprisionar e perpetrar a viol�ncia contra mulheres que exigem seus direitos e liberdades fundamentais no Ir�" e que ponham "fim � viol�ncia f�sica e sexual contra presas e manifestantes".

Narges Mohammadi, uma das que mulheres que cantou "Bella ciao", emergiu nos �ltimos meses como uma das prisioneiras mais cr�ticas por suas den�ncias �s condi��es da penitenci�ria em Evin e por expressar apoio aos protestos.

Em dezembro ela publicou uma carta aberta da pris�o para denunciar os abusos sexuais sofridos pelas detentas e tornar p�blico casos de estupro durante interrogat�rios.

"As mulheres mostraram que s�o as vozes da mudan�a, da liberdade e da igualdade. Uma das raz�es pelas quais Narges ainda est� na pris�o � que as autoridades a temem. Isso as deixa arrepiadas", diz Ramsey.

Sepideh Gholian, que cumpre pena de cinco anos por apoiar uma greve, descreveu em carta publicada pela BBC em janeiro os m�todos usados para extrair confiss�es durante interrogat�rios for�ados, durante os quais gritos s�o ouvidos em toda a pris�o.

"Hoje, os gritos que ouvimos (...) em todo o Ir� s�o mais altos que os gritos das salas de interrogat�rio, � o som da revolu��o, o som da verdade: 'Mulher. Vida. Liberdade'", escreveu ela em refer�ncia ao slogan entoado nos protestos.


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