Quando a R�ssia bloqueou o acesso � imprensa independente ap�s sua invas�o � Ucr�nia, a empresa que oferece uma rede privada virtual (VPN) registrou "um aumento de 9.000% nas assinaturas em um per�odo de alguns dias", disse Yen em entrevista.
Essa empresa su��a tamb�m registrou uma explos�o da demanda por VPN, usado para evitar restri��es na Internet, no Ir� em outubro do ano passado, quando as autoridades limitaram ainda mais o acesso � rede para combater a onda de protestos ap�s a morte de Mahsa Amini.
Da sede do Proton, nos arredores de Genebra, Yen explica que a empresa descobriu que o aumento das assinaturas "quase coincide" com "os lugares onde a democracia e a liberdade est�o sob ataque".
"Se houver um golpe na �frica, veremos isso em nossos dados antes de ser not�cia", afirma.
- "Vigil�ncia corporativa" -
O l�der da Proton afirma que a miss�o da empresa ganhou urg�ncia desde a invas�o russa da Ucr�nia.
"Todos vemos na Ucr�nia como � importante ter tecnologias digitais que protejam a privacidade e deem �s pessoas liberdade de informa��o", afirmou.
Portanto, para Yen, � "essencial" que empresas como a Proton permane�am em pa�ses como R�ssia ou Ir� "mesmo que com perdas financeiras".
"Se abandonarmos esses mercados, as consequ�ncias ser�o muito graves", acrescentou.
A Proton come�ou h� nove anos, gra�as a 10.000 usu�rios que reuniram 500.000 euros (532.500 d�lares). Agora tem mais de 70 milh�es de usu�rios.
A empresa, explicou Yen, distanciou-se do modelo de outros grandes grupos tecnol�gicos, como o Google e o Facebook, que oferecem servi�os "gratuitos" em troca de vender dados do usu�rio.
"Se voc� � um usu�rio do Google, n�o � realmente um cliente do Google. Voc� � um produto", disse ele.
Influenciado por Edward Snowden, ex-funcion�rio da Ag�ncia de Seguran�a Nacional (NSA) que denunciou a espionagem digital em massa das ag�ncias do governo dos Estados Unidos, Yen diz estar mais preocupado com a "vigil�ncia corporativa, que � muito mais massiva".
"Se voc� considerar o que a NSA pode ter sobre voc�, provavelmente � uma gota d'�gua em compara��o com o que o Google e o Facebook t�m", diz ele.
A Proton oferece servi�os de e-mail criptografado e VPN, mas, em vez de vender os dados de seus usu�rios, oferece assinaturas mensais por menos de 10 d�lares em troca de benef�cios adicionais.
A empresa garante que a criptografia impede o acesso aos dados que viajam por seus servidores e que n�o pode entregar o conte�do desses e-mails a qualquer governo que o solicite. Isso, junto ao servi�o VPN, colocou esta empresa de 400 funcion�rios na mira de poderosos governos.
"Tivemos situa��es na R�ssia e no Ir�, nas quais todos os recursos do Estado foram lan�ados contra n�s", diz ele.
"N�o s�o foguetes ou m�sseis voando pelo ar, mas � claro que h� uma luta pelo futuro da Internet russa, iraniana e da Internet em geral", afirma.
GENEBRA