O an�ncio da Procuradoria Federal alem�, nesta quarta-feira (8), � o primeiro passo oficial na investiga��o conjunta de tribunais de v�rios pa�ses.
A Procuradoria de Karlsruhe informou em nota que "revistou um barco entre 18 e 20 de janeiro de 2023", sob a suspeita de que poderia ter sido "utilizado para transportar artefatos explosivos" que danificaram os gasodutos Nord Stream 1 e 2.
Em 26 de setembro de 2022, quatro grandes vazamentos de g�s precedidos de explos�es subaqu�ticas foram detectados nesses gasodutos que ligam a R�ssia � Alemanha e transportam a maior parte do g�s russo para a Europa.
Rapidamente se suspeitou de um atentado, o que suscitou especula��es sobre a autoria desta opera��o complexa do ponto de vista log�stico e delicada sob o aspecto diplom�tico.
Desde que come�ou a invas�o russa da Ucr�nia, em 24 de fevereiro de 2022, estas instala��es energ�ticas estrat�gicas est�o no centro das tens�es geopol�ticas, refor�adas pela decis�o de Moscou de cortar o fornecimento de g�s para a Europa, o que foi considerado uma repres�lia �s san��es ocidentais.
- Negativa da Ucr�nia -
Apesar das buscas realizadas no navio, "n�o � poss�vel, no momento, fazer afirma��es s�lidas" sobre a identidade dos autores, seus motivos e a poss�vel implica��o de um Estado, afirmou a Justi�a alem� em nota.
Um artigo publicado nesta quarta-feira no jornal New York Times, que atribu�a a sabotagem a um "grupo pr�-ucraniano", baseando-se em informa��es dos servi�os de intelig�ncia americanos, provocou forte rea��o em Kiev.
"A Ucr�nia n�o tem nada a ver com o acidente no mar B�ltico e n�o tem informa��es sobre 'grupos de sabotagem pr�-ucranianos'", tuitou Mykhailo Podolyak, assessor do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
Os dados coletados por ag�ncias de intelig�ncia americanas sugerem que os autores da sabotagem dos gasodutos eram "opositores do presidente russo Vladimir Putin", mas sem a implica��o de Volodimir Zelensky, escreveu o New York Times.
- Restos de explosivos -
A imprensa alem� publicou nesta quarta-feira outros elementos da investiga��o judicial.
Segundo o seman�rio Die Zeit, assim como os canais p�blicos ARD e SWR, a embarca��o que est� na mira da Justi�a foi alugada por uma empresa com sede na Pol�nia "aparentemente pertencente a dois ucranianos".
Passaportes falsos foram apresentados para o aluguel da embarca��o, segundo as mesmas fontes.
O navio supostamente deixou o porto de Rostock, no norte da Alemanha, em 6 de setembro, com uma tripula��o de seis pessoas, incluindo mergulhadores e um m�dico.
Restos de explosivos foram encontrados "na mesa da cabine" do barco, que foi devolvido "sem limpar" a seu propriet�rio, escreveu o Die Zeit.
"Apesar de as pistas apontarem para a Ucr�nia, os investigadores ainda n�o conseguiram determinar quem encomendou a opera��o", afirma o seman�rio.
O ministro alem�o da Defesa tamb�m pediu prud�ncia. "Aconselho n�o tirar conclus�es precipitadas", disse Boris Pistorius nesta quarta.
O secret�rio-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pediu para "esperar" o resultado das investiga��es "antes de dizer mais sobre os autores".
Os vazamentos ocorreram em �guas internacionais, em frente � lha dinamarquesa de Bornholm e � costa sul da Su�cia.
Investiga��es tamb�m est�o em andamento na Su�cia e na Dinamarca.
Os gasodutos n�o estavam em opera��o no momento da sabotagem, mas estavam cheios de g�s metano.
Nesta quarta, o Kremlin refutou as informa��es da imprensa sobre a implica��o de um "grupo pr�-ucraniano", afirmando que se trata de uma tentativa de "desviar a aten��o" e de "um golpe midi�tico coordenado".
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