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Estado de Minas SANTIAGO

Economia chilena se recupera com 'progressismo diferente' na Am�rica Latina, diz ministro


08/03/2023 19:40

O Chile come�ou a reduzir a infla��o e a melhorar outros indicadores econ�micos sem renunciar a um projeto progressista que � "muito diferente" do tradicional da esquerda latino-americana, afirmou o ministro da Fazenda, Mario Marcel, em entrevista � AFP.

Nem nacionaliza��es, nem controle de pre�os: Marcel se afastou das receitas t�picas da esquerda regional para gerenciar a quinta economia latino-americana. Hoje � visto como o homem-chave do primeiro ano de governo do presidente Gabriel Boric.

Em fevereiro, os pre�os registraram queda de 0,1% e a infla��o em 12 meses ficou em 11,9%, enquanto o desemprego se mant�m praticamente est�vel, em 8%. O peso chileno valorizou-se depois de algumas turbul�ncias, e a economia cresceu 0,4% em janeiro em compara��o com o mesmo m�s de 2022, um n�mero que, junto com o �ndice de pre�os ao consumidor, surpreendeu os especialistas.

H� "mudan�as na din�mica da economia que v�m se manifestando" h� quatro ou cinco meses, resume Marcel, sem alarde.

Este respeitado economista de 63 anos est� � frente das finan�as de um pa�s cuja popula��o tomou as ruas nos �ltimos anos pedindo mais justi�a social.

Antes de assumir a pasta, Marcel passou por OCDE, BID e Banco Mundial. Tamb�m foi presidente do Banco Central do Chile entre 2016 e 2022.

Marcel destaca a "vis�o comum sobre a economia" que compartilha com Boric, de 37 anos, cujo governo impulsiona uma reforma tribut�ria destinada a arrecadar o equivalente a 3,6% do PIB nos pr�ximos quatro ou cinco anos. A iniciativa, contudo, enfrenta a oposi��o do Congresso.

- Abandonar a incerteza -

O Chile � uma das economias mais liberais da Am�rica Latina e conseguiu reduzir a pobreza de 40% - durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) - para 8,6% em 2017.

Antes da crise inflacion�ria mundial, a infla��o no Chile girava em torno de 3% ao ano.

No entanto, mais de 30% da popula��o � economicamente vulner�vel e vive endividada para arcar com os gastos com educa��o, sa�de, e at� mesmo com cr�dito para servi�os b�sicos.

Pergunta: Com melhores indicadores econ�micos e um clima mais est�vel no social, o Chile j� passou pelo pior?

Resposta: "Sim. Foi um per�odo marcado por uma incerteza muito alta, muito superior ao que est�vamos acostumados nas d�cadas anteriores e que afetou n�o somente a economia, mas a vida cotidiana das pessoas. Nessas circunst�ncias, ir avan�ando para um per�odo de maior estabilidade, de maior previsibilidade das coisas, certamente � positivo."

P: As proje��es de recess�o no Chile est�o recuando?

R: "A infla��o alcan�ou seu pico em agosto. Desde ent�o, ela vem reduzindo e a atividade, em termos de varia��es m�s a m�s, ajustada sazonalmente, j� registra pelo menos dois meses de alta e, no geral, durante todos os �ltimos meses, o crescimento tem surpreendido [...] Acredito que estes s�o elementos suficientes para dizer que os cen�rios mais complexos que chegaram a ser antecipados por alguns analistas em algum momento, de uma recess�o profunda, de uma crise, isso j� podemos afirmar com bastante seguran�a que n�o se materializou."

- Sem preconceitos -

P: Existe o estigma de que os governos de esquerda na Am�rica Latina gerenciam mal suas economias. Como o Chile se diferencia?

R: "Bom, temos certos elementos de preconceito nisso a�, mas, por outro lado, certamente existem exemplos hist�ricos que s�o importantes, ou exemplos em outros pa�ses.

No que podemos chamar de esquerdismo ou progressismo, a agenda deste governo � muito diferente da agenda tradicional da esquerda latino-americana. A agenda de governo n�o est� em temas como nacionaliza��es, tabelamento de pre�os, fechamento da economia, mas em temas como meio ambiente, igualdade de g�nero, diversifica��o produtiva.

� um tipo de progressismo muito diferente e que, na verdade, est� em maior sintonia com as correntes que ocorrem em n�vel global hoje em dia."

- Amarga derrota -

Perguntado sobre as decis�es do governo que refletem seu projeto progressista, Marcel destacou as reformas tribut�ria e previdenci�ria com maior participa��o do Estado nos aportes para a aposentadoria.

A primeira, a reforma tribut�ria que visava a aumentar a receita do Estado a partir da arrecada��o fiscal, naufragou no Congresso nesta quarta.

A C�mara dos Deputados chilena acertou um duro golpe no Executivo, ao rejeitar a iniciativa, que representava um pilar do ambicioso plano de reformas sociais, impulsionado por Boric.

Em coletiva de imprensa, Marcel qualificou a decis�o dos deputados de "uma not�cia ruim para o pa�s".

O projeto inclu�a a reestrutura��o do imposto de renda, isen��es tribut�rias, um novo royalty � minera��o e o aumento do imposto �s rendas mais altas.

Ap�s esta rejei��o, o governo precisa aguardar um ano para poder apresentar uma iniciativa similar.


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