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Estado de Minas PARIS

Montanhas de lixo, a nova atra��o tur�stica de Paris


14/03/2023 20:42

"Nunca vi isso", diz uma canadense, at�nita. Em Paris, cidade mais visitada do mundo, os turistas t�m que se esquivar do lixo amontoado em locais ic�nicos, devido a uma greve de garis contra a reforma do sistema previdenci�rio franc�s.

�s margens do rio Sena, o lixo bloqueia a vista da Notre-Dame. Para contemplar a famosa catedral constru�da entre os s�culos XII e XIV no cora��o da capital e danificada por um inc�ndio em 2019, � preciso alguma capacidade de abstra��o.

Os turistas querem ver a Torre Eiffel da impressionante Esplanada do Trocadero, mas, quando saem do metr�, primeiro devem passar por um muro de sacolas pl�sticas. No centro, as outrora rom�nticas vielas est�o repletas de caixas e de papel�o, �s vezes com comida estragada.

"Nunca vi isso no Canad�", diz Omera, uma turista canadense de cabelo tingido de rosa, logo ap�s tirar uma foto do lixo amontoado em Saint-Michel, no Quartier Latin. "Isso vai fazer os turistas fugirem!", afirma.

Martin Ruiz, um americano de 18 anos, lamenta o cheiro: "� nojento". "O cheiro � desagrad�vel para poder comer, ou passear pela cidade", diz a turista mexicana �ngeles Mosqueda, em frente � �pera de Paris.

A Cidade-Luz, que recebeu cerca de 34,5 milh�es de turistas em 2022 segundo as autoridades, registra um significativo descontentamento social contra uma reforma promovida pelo presidente liberal, Emmanuel Macron, e rejeitada por dois franceses em cada tr�s.

Para obrigar o governo a recuar, os sindicatos intensificaram suas a��es na semana passada com greves prorrog�veis em setores-chave, como energia e transporte, depois de terem organizado grandes manifesta��es em janeiro e fevereiro.

- 'Obviamente, n�o � o melhor' -

Em Paris, os funcion�rios da coleta de lixo municipal iniciaram sua greve h� mais de uma semana, afetando metade da capital, e anunciaram nesta ter�a-feira que decidiram prorrog�-la at� 20 de mar�o.

Um deles, Nabil Latreche, 44 anos, denuncia o fato de ter que trabalhar por mais tempo, apesar de ter um trabalho "penoso". "Trabalhamos com chuva, neve, ou vento (...) Quando estamos atr�s do caminh�o, respiramos coisas vol�teis. Temos muitas doen�as ocupacionais", diz.

Quando me aposentar, "sei que vou viver pobre" com uma pens�o de, no m�ximo, 1.200 euros (US$ 1.280), lamenta Murielle Gaeremynck, 56 anos que trabalha como gari h� duas d�cadas. Seus colegas de empresas privadas, que atuam no restante da capital, enfrentam, por sua vez, o bloqueio das usinas incineradoras.

No total, 6.600 toneladas de lixo se acumulavam nas ruas ontem, segundo a prefeitura, um volume que aumenta a cada dia. � noite, devido �s "condi��es sanit�rias", o ministro franc�s do Interior, G�rald Darmanin, ordenou ao comandante da pol�cia de Paris que solicitasse � prefeitura que "requisitasse" os meios necess�rios para a coleta do lixo.

De f�rias em Paris, milhares de turistas se veem, assim, imersos no conflito social franc�s. Para o americano Mark,a empatia � relativa. "A greve n�o vai mudar nada. Se tiver que se aposentar depois, que seja", diz o homem, que empurra o carrinho de seu beb�.

J� a brit�nica Olivia Stevenson apoia greves "em qualquer lugar", na Fran�a, ou as recentes que tomaram seu pa�s. O lixo em Paris "atrapalha a vis�o e o cheiro", mas "a aposentadoria e o sal�rio s�o importantes para muita gente", explica.

"Obviamente, n�o � o melhor para os turistas estrangeiros", reconhece o presidente do Escrit�rio de Turismo e de Conven��es de Paris, Jean-Fran�ois Rial, mas "n�o vai prejudicar a imagem" da cidade.

"Mesmo duas semanas sem coleta de lixo n�o prejudicaram N�poles", lembra ele, insistindo em que o conflito social n�o afetar� "a frequ�ncia tur�stica desta cidade maravilhosa".


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