Ministros e empres�rios discutem mudan�as clim�ticas em assembleia do BID no Panam�

Os debates sobre mudan�as clim�ticas e energia ganharam destaque nesta sexta-feira (17), na agenda da reuni�o anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no Panam�, em meio �s turbul�ncias no sistema banc�rio dos Estados Unidos e da Europa.

Funcion�rios governamentais e diretores de empresas abordaram os desafios das economias ambientalmente sustent�veis na Am�rica Latina e no Caribe, na v�spera da primeira sess�o plen�ria dos governadores dos 48 pa�ses do BID, a m�xima inst�ncia da entidade.

Em um painel, os ministros das Finan�as de Col�mbia, Jos� Antonio Ocampo; Chile, Mario Marcel; e Uruguai, Azucena Arbeleche, debateram sobre "como abordar os desafios e obst�culos, inclu�dos o acesso ao financiamento e formas de enfrentar as futuras mudan�as no uso e demandas de combust�veis f�sseis", disse o BID.

Em outro f�rum, executivos de empresas e especialistas far�o "recomenda��es sobre tend�ncias, tecnologias e temas emergentes nos quais o setor privado da Am�rica Latina pode desempenhar um papel fundamental para apoiar a descarboniza��o", acrescentou a entidade financeira internacional.

- Inquieta��es -

A assembleia do BID come�ou na quinta-feira, em meio a inquieta��es ap�s a quebra do Silicon Valley Bank e de outros dois bancos nos Estados Unidos, assim como dificuldades no americano First Republic e no su��o Credit Suisse.

Os mercados americanos e europeus voltaram a operar com perdas nesta sexta-feira, depois de um novo colapso das a��es do First Republic Bank em Nova York e do Credit Suisse em Zurique, sinal de preocupa��es persistentes sobre o setor banc�rio apesar das medidas de prote��o extraordin�rias das autoridades.

A quebra de tr�s bancos em menos de uma semana nos Estados Unidos foi a mais grave desde a crise financeira de 2008. Essas turbul�ncias podem reduzir a disponibilidade de cr�dito e encarecer seus custos, o que prejudicaria diretamente as na��es latino-americanas, segundo especialistas.

Em seu discurso de abertura da assembleia, o novo presidente do BID, o brasileiro Ilan Goldfajn, n�o mencionou os problemas no sistema banc�rio, mas antecipou que temas de "conjuntura" certamente seriam tratados no f�rum.

Goldfajn advertiu tamb�m para o atual "momento onde o custo do dinheiro est� subindo no mundo", o que "sempre tem impactos" sobre as economias.

- Cont�gio? -

Apesar das turbul�ncias no setor banc�rio n�o terem sido abordadas na assembleia do BID, economistas e operadores financeiros est�o preocupados na Am�rica Latina.

"Um sistema financeiro fragilizado nos Estados Unidos aumenta o risco global de uma recess�o. Isso afasta os investidores do risco e os ativos de mercados emergentes s�o considerados arriscados", disse � AFP o economista e acad�mico peruano Alberto Arispe, ex-gerente da Bolsa de Valores de Lima.

"Isso contagia os demais pa�ses e, com menos investimentos e uma potencial retirada de capitais, esses pa�ses crescem menos, podem ter menor fluxo de d�lares, o que enfraquece suas economias. As mais s�lidas v�o aguentar, mas as economias mais fr�geis podem ter problemas", acrescentou Arispe, atual gerente da operadora Kallpa Securities SAB.

Os governadores do BID ter�o reuni�es a portas fechadas no fim de semana, ap�s dois dias de semin�rios de especialistas sobre luta contra a pobreza, seguran�a alimentar, mudan�a clim�tica, desenvolvimento sustent�vel e parceria p�blico-privada, entre outros. O f�rum terminar� no domingo.

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