Governo franc�s enfrenta vota��o importante ap�s protestos contra reforma da Previd�ncia

Os deputados franceses debatem nesta segunda-feira (20) duas mo��es de censura contra o governo da primeira-ministra �lisabeth Borne, que buscam derrubar a impopular reforma da Previd�ncia em meio a protestos intensos contra sua pol�mica ado��o por decreto.

"Este projeto n�o tem legitimidade democr�tica", afirmou o deputado Charles de Courson, ao iniciar o debate na Assembleia Nacional (c�mara baixa), que deve votar a mo��o de censura do seu grupo independente LIOT, com o apoio da esquerda, e outra mo��o de censura da extrema direita.

O resultado est� previsto para o final da tarde. A aprova��o das mo��es - �nica forma de impedir a ado��o da reforma - parece dif�cil devido aos equil�brios parlamentares.

Apesar da rejei��o popular e dos maiores protestos contra uma reforma social em tr�s d�cadas, o presidente liberal Emmanuel Macron decidiu na quinta-feira adotar por decreto o endurecimento das regras para a aposentadoria.

Seu objetivo � adiar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos at� 2030 e antecipar para 2027 a exig�ncia de contribuir com 43 anos, em vez de 42 como agora, para receber uma aposentadoria completa. Dois em cada tr�s franceses rejeitam esta reforma, segundo pesquisas.

Para frear a reforma, qualquer mo��o de censura precisaria obter 287 votos - a maioria absoluta da atual C�mara de 573 deputados (quatro cadeiras est�o vagas). Para isso, precisariam do apoio de cerca de 30 parlamentares da oposi��o de direita.

O presidente do partido Os Republicanos (LR, direita), �ric Ciotti, reiterou nesta segunda-feira que o seu partido n�o apoiar� as mo��es de censura, embora alguns dos seus deputados o fa�am, como Aur�lien Pradi�, que falou em "talvez 15".

"Sim, vou votar a favor da mo��o de censura do LIOT, n�o do Reagrupamento Nacional [extrema direita]", anunciou Pradi� na r�dio Europe 1, defendendo um "eletrochoque" e um "alerta pol�tico" para o governo.

Para aumentar a press�o sobre esses deputados, a l�der da extrema direita, Marine Le Pen, afirmou que eles n�o apresentar�o um rival contra os que apoiam as mo��es em caso de elei��es antecipadas. Macron amea�ou convoc�-las em caso de rev�s.

"Atreva-se, senhor Macron! Vamos � dissolu��o e amanh� voltaremos � Assembleia em maior n�mero", disse a deputada de extrema direita Laure Lavalette. Segundo as pesquisas, a extrema direita de Le Pen � a que est� se saindo melhor na tens�o atual.

- "Retire esta lei" -

A confirma��o da reforma n�o parece acalmar a tens�o social. Desde quinta-feira, protestos foram registrados em v�rias cidades, como na Place de la Concorde, em Paris, que aguarda o nono dia de grandes manifesta��es massivas na pr�xima quinta-feira.

"Reitero meu apelo ao presidente: retire esta lei, n�o a promulgue. Isso acalmaria as coisas", disse ao jornal Lib�ration o l�der do sindicato CFDT, Laurent Berger, que considera Macron "respons�vel pelo que acontecer".

Nesta segunda-feira, os manifestantes tentaram bloquear o acesso rodovi�rio � cidade de Rennes (oeste) e as autoridades pediram �s companhias a�reas que cancelassem novamente 20% dos seus voos no aeroporto parisiense de Orly na ter�a e quarta-feira.

O presidente, que n�o � afetado pela mo��o de censura, tamb�m deseja aplicar o programa de seu segundo mandato at� 2027. No domingo, por meio de funcion�rios pr�ximos, ele garantiu que quer ir at� o fim com sua reforma da Previd�ncia.