Judia Griner, de 25 anos e mais de 200.000 seguidores, come�ou com o "cash stuffing', como � conhecido esse m�todo de economia por segmentos de consumo usando envelopes, h� dois anos, quando era estudante da universidade Old Dominion na Virg�nia.
"Queria usar meu pr�prio dinheiro para pagar meus gastos com educa��o sem me endividar muito", explicou � AFP.
"Por�m, me dei conta de que n�o tinha ideia de como fazer porque n�o sabia com quanto dinheiro contava", acrescentou.
Simplesmente "passava meu cart�o do banco e cruzava os dedos esperando que n�o fosse recusado", recordou.
Jasmine Taylor, de 31 anos, tem um relato parecido. Come�ou a usar esse m�todo em fevereiro de 2021 e j� � seguida por 620.000 pessoas no TikTok.
"Tinha um diploma, mas nenhuma perspectiva de emprego. Minhas finan�as estavam realmente ruins", admitiu essa texana. "Fazia muitas compras compulsivas".
As duas mudaram o funcionamento de suas finan�as pessoais: agora pagam tudo em dinheiro ap�s retirar seus sal�rios, tamb�m em dinheiro, e dividem o total em envelopes destinados a gastos muito precisos (servi�os, aluguel, supermercado). E tra�am os objetivos de poupan�a.
Na rede social TikTok, o termo #cashstuffing - que em tradu��o livre seria "encher de dinheiro" um envelope, nesse caso - teve hoje 930 milh�es de visualiza��es.
- Velho m�todo com bons resultados -
Longe de ser algo novo, esse sistema que recorda ao velho porquinho � muito similar ao que se popularizou h� 20 anos com o guru americano das finan�as Dave Ramsey, em um momento no qual os smartphones e os pagamentos por aproxima��o n�o existiam.
Apesar de parecer pouco pr�tico (algumas lojas nos Estados Unidos n�o aceitam dinheiro), esse m�todo permitiu Judia Griner deixar de gastar 7.500 d�lares, uma quantia que destinou para o financiamento de seus estudos.
"Com o cart�o de cr�dito n�o tinha a impress�o de que o dinheiro fosse real", confessa.
Assim, utilizar dinheiro em c�dulas foi revelador para ela. "Podia me ver fisicamente gastando meu dinheiro, v�-lo acabar, e isso me ajudou a frear minhas compras", relembrou. "� um problema da minha gera��o: o consumismo e os gastos desenfreados".
Jasmine Taylor paga em dinheiro 95% dos seus gastos e conseguiu liquidar 32.000 d�lares de d�vida estudantil, 8.000 d�lares de d�vida em cart�es de cr�dito e 5.000 d�lares que devia por gastos em sa�de. Tudo isso em um pa�s que � conhecido pelas suas institui��es de cr�dito que estimulam os cidad�os a se endividarem mais e mais.
- Sensa��o de bem-estar -
Para Priya Malani, fundadora da Stash Wealth, um servi�o de assessoria financeira para jovens profissionais, o contexto econ�mico deteriorado exerce um papel importante no sucesso atual desses sistemas de economia simples.
"Com tantos t�tulos que causam ansiedade (queda das criptomoedas, queda dos mercados, a amea�a de recess�o, entre outros), � l�gico que as pessoas queiram ter um pouco mais de controle", destacou. "Uma c�dula em m�o aporta um sentimento de tranquilidade", resumiu.
Ainda que, "2023 seja provavelmente o pior momento para guardar dinheiro em c�dulas em casa", j� que n�o recebe nenhum tipo de juros e se desvaloriza, adverte Jason Howell, professor de Gest�o de Patrim�nio da American University.
Taylor, que guarda seus envelopes em um cofre � prova de inc�ndios em casa, sabe disso. A cada 1.000 d�lares de economia, vai ao banco para depositar.
O frenesi pelo "cash stuffing" n�o significa para os dois especialistas que o dinheiro esteja de volta massivamente como m�todo de pagamento nos Estados Unidos.
Na maior economia mundial, a tend�ncia h� v�rios anos � a que o uso do dinheiro se reduza e os pagamentos com cart�o de cr�dito, d�bito ou por meio de plataformas para servi�os m�veis aumentem.
Em 2022, 41% dos americanos afirmavam n�o fazer compras em dinheiro na semana, frente a 24% em 2015, segundo um estudo do Pew Research Center.
Segundo Judia Griner, o m�todo de separar dinheiro em envelopes � "o melhor sistema de controle de or�amento para iniciantes" em economia.
Creio "que faz pensar, � a grande vantagem desse sistema", conclui Jason Howell.
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