O Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do BC divulgar� sua decis�o ao finalizar sua segunda reuni�o do ano, que come�a nesta ter�a-feira.
A aposta do mercado � que a autoridade monet�ria n�o altere a taxa Selic pela quinta vez consecutiva, conforme o consenso de mais de 100 consultoras e institui��es financeiras sondadas pelo jornal Valor Econ�mico.
O �ndice atual da taxa, 13,75%, � o mais alto desde janeiro de 2017 e um dos mais altos do mundo. Foi congelado em agosto de 2022, ap�s um ciclo de altas iniciado em mar�o de 2021, quando atingiu o piso recorde de 2% para estimular a economia, em meio � pandemia da covid-19.
Ap�s a crise sanit�ria, o BC tentou conter a infla��o, impulsionada tamb�m pela invas�o da R�ssia � Ucr�nia. Por v�rios meses, o indicador anual ficou em dois d�gitos.
Os pre�os crescem agora em um ritmo mais lento - a infla��o no varejo acumulou 5,6% em 12 meses at� fevereiro -, mas continuam sendo o principal argumento do Copom para manter a taxa elevada.
Essa pol�tica foi duramente criticada pelo presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que chamou nesta ter�a-feira de "absurdo" o n�vel da Selic enquanto "o desemprego est� crescendo e pessoas est�o passando fome", em entrevista � TV 247.
Em col�quio no Rio de Janeiro na segunda-feira (20), o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Ind�stria, Com�rcio e Servi�os, Geraldo Alckmin, insistiu em que a taxa de 13,75% "dificulta o consumo" e "atrasa o investimento".
Esse n�vel � capaz de "matar qualquer economia", enfatizou no mesmo evento o americano ganhador do Pr�mio Nobel de Economia Joseph Stiglitz.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,9% em 2022 face ao ano anterior, ap�s uma queda no �ltimo trimestre (-0,2%), pressionado pelas taxas de juros.
Para 2023, a expectativa � de expans�o de apenas 0,88%, segundo a �ltima pesquisa Focus do BC.
- Controle fiscal e crise banc�ria -
A expectativa de infla��o para o final do ano � de 5,85%, acrescenta a pesquisa. Esta proje��o supera a meta da entidade de 3,25%, com margem de ponto percentual. Se confirmada, ser� o terceiro ano consecutivo que o valor fica acima da meta.
O Copom "n�o hesitar� em retomar o ciclo de ajuste", caso o processo de desinfla��o n�o ocorra conforme o esperado, indicou em sua reuni�o anterior, no final de janeiro.
Destacou-se, ainda, uma "alta incerteza" na esfera fiscal. O mercado teme que gastos p�blicos descontrolados aumentem o endividamento e afetem a sa�de da economia brasileira.
O governo tentar� amenizar essas preocupa��es com uma nova estrutura de controle fiscal para substituir a que fixava um teto para os gastos p�blicos, vigente at� agora.
O Copom tamb�m ir� avaliar as complica��es no contexto externo, ap�s a eclos�o de uma crise banc�ria nos Estados Unidos que se estendeu �s institui��es su��as.
Paralelamente � reuni�o do Copom, a Central �nica dos Trabajadores convocou para esta ter�a-feira uma manifesta��o em todo o pa�s para exigir um corte na taxa de juros, que "impede a gera��o de empregos".
Dezenas de pessoas sa�ram em passeata pela Avenida Paulista, e outros grupos de manifestantes se reuniram em frente � sede do BC em Bras�lia e outras cidades do pa�s.
S�O PAULO